• Quem somos
  • Programas
  • Temas de intervenção
  • Biblioteca
  • Lume
  • Revista Agriculturas
  • Entre em Contato
23 de agosto de 2018
  • Notícias

Oficina sobre o manejo de galinhas de capoeira reúne agricultoras da Borborema

Cerca de 30 mulheres do território da Borborema se encontraram no dia 21 de agosto na casa da guardiã das raças nativas de galinhas, Márcia Patrícia Silva na comunidade do Lutador, no município de Queimadas-PB. Esse encontro teve por objetivo criar um ambiente de troca de conhecimentos sobre o manejo da criação de galinhas de capoeira, experiências de alimentação alternativa e também de cuidados sanitários. O momento contou com a participação da professora Márcia Guelber, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural do Espírito Santo – Incaper-ES.

Após uma mística conduzida pelas jovens da Comissão de Juventude do Polo da Borborema, Márcia Patrícia apresentou um pouco da sua história, desde quando se casou e levou sua primeira galinha, uma nanica da índia, para a nova casa e contou para as participantes como com ela encheu seu terreiro de animais. As mulheres saíram então para conhecer as diversas raças de galinhas, as instalações dos animais, a chocadeira que a família adquiriu e que empresta para as mulheres da comunidade poderem construir fortalecer sua criação e sua autonomia. “Esse foi resultado de uma reunião da Associação Comunitária e um compromisso que nossa família assumiu para fortalecer as agricultoras da comunidade. Elas só nos ajudam contribuindo com o pagamento da energia elétrica”, explica Patrícia.

De volta ao local da reunião, Márcia Guelber sugeriu dividir as participantes em 4 grupos: dois dos quais tratariam do manejo da galinha ao longo do ano; um que fez o levantamento dos alimentos oferecidos para os animais considerando o inverno, período chuvoso e o período de estiagem; e um terceiro, que levantou as principais enfermidades e como as mulheres fazem para preveni-las ou curá-las.

O momento seguinte foi a socialização de cada grupo e a troca de conhecimentos entre as mulheres. “Com esse exercício vimos que cada uma tem seu jeito e sua forma de criar. Tem gente que no verão coloca mais milho, outras colocam menos. Mesmo sendo da mesma região, elas fazem coisas distintas”, observa Edvânia dos Santos, agricultora do município de Montadas. E foi com esse espírito que foram promovendo debates sobre fases da lua, como tirar o choco, o melhor galo, as mudanças do tempo e outros.

No debate sobre alimentação, Márcia ao partir da analogia da composição do ovo e como ele alimenta o embrião, para que as mulheres fossem entendendo a importância da diversificação do alimento oferecido aos animais considerando energia, proteínas, minerais, fibras e vitaminas. Entendo a lógica da alimentação, ensinou as agricultoras a aprimorarem os alimentos a partir de experiências simples de como criar insetos ou de fermentar alimentos para melhorar sua qualidade. Por fim, tratou-se das enfermidades e de muitas formas naturais para preveni-las.

Ao final, as mulheres e jovens participantes da Oficina saíram motivados para reorganizar e aprimorar seus sistemas produtivos. As galinhas são componente importante da economia das mulheres, seja para a segurança alimentar da família, ou seja, na garantia de recursos para compra de bens para ela, para os filhos ou para casa. “Quando as contas chegam, e se não tenho como pagar, olho logo para o terreiro”, brinca Márcia Patrícia, guardiã que acolheu o encontro. Aprimorar o sistema de criação de galinhas de capoeira é um caminho para a autonomia das mulheres e jovens da região do Polo da Borborema.

Compartilhe esse conteúdo
Tags:galinhas de capoeira, raças locais, raças nativas

Notícias Relacionadas

Campos de multiplicação de sementes: a experiência do Projeto Agrobiodiversidade no Semiárido Mesmo diante da ausência de políticas de fomento dirigidas, agricultoras se destacam na produção de alimentos saudáveis  Apesar da pandemia e da seca que se estende na região há quase 10 anos, bancos de sementes comunitários da Borborema estão vivos

Deixe uma resposta Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

4 + 9 =


Blog em Pratos Limpos

Guardiões de sementes fortalecem a biodiversidade no Paraná

STF pode julgar constitucionalidade da lei de biossegurança nesta quarta

Boletim Sementes Crioulas: por uma alimentação livre de transgênicos e agrotóxicos

Boletim Sementes Crioulas: por uma alimentação livre de transgênicos e agrotóxicos

Faltam 10 dias! Participe de prêmio A História que Eu Cultivo

LANÇAMENTO: Milhos das Terras Baixas da América do Sul e Conservação da Agrobiodiversidade no Brasil e no Uruguai

Revista Agriculturas

Últimos Posts

  • Campos de multiplicação de sementes: a experiência do Projeto Agrobiodiversidade no Semiárido
  • Mesmo diante da ausência de políticas de fomento dirigidas, agricultoras se destacam na produção de alimentos saudáveis 
  • Apesar da pandemia e da seca que se estende na região há quase 10 anos, bancos de sementes comunitários da Borborema estão vivos
  • Na semana do Dia Internacional das Mulheres, guardiãs de sementes crioulas do Paraná realizam festival online
  • Em 2021, a Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia vai ser diferente porque “não podemos nos calar”

A AS-PTA - Agricultura Familiar e Agro­ecologia é uma associação de direito civil sem fins lucrativos que, desde 1983, atua para o fortalecimento da agricultura familiar e a promoção do desenvolvi­mento rural sustentável no Brasil.

  • Quem somos
  • Temas de intervenção
  • Biblioteca
  • Revista Agriculturas
    • Sobre a Revista
    • Próximas Chamadas
    • Submeter Artigo
    • Assine
  • Campanha Transgênicos
  • Entre em Contato
  • Assine o Feed