Experiências – AS-PTA https://aspta.org.br Agricultura Familiar e Agro­ecologia Sat, 02 Dec 2023 16:37:09 +0000 pt-BR hourly 1 Família Santos cria casa de sementes crioulas em Fernandes Pinheiro-PR https://aspta.org.br/2018/05/18/familia-santos-cria-casa-de-sementes-crioulas-em-fernandes-pinheiro-pr/ https://aspta.org.br/2018/05/18/familia-santos-cria-casa-de-sementes-crioulas-em-fernandes-pinheiro-pr/#respond Fri, 18 May 2018 16:24:00 +0000 http://aspta.org.br/?p=15861 Silvestre, Terezinha e seus 5 filhos moram na comunidade de Santo Antonio, no município de Fernandes Pinheiro-PR. Desde 2001, ao entenderem que a agricultura convencional não funcionava mais para produção de alimentos, pois além de se financeiramente inviável, entenderam que se tornavam totalmente dependentes do mercado. Silvestre e Terezinha passaram a não aceitar o uso … Leia mais

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Silvestre, Terezinha e seus 5 filhos moram na comunidade de Santo Antonio, no município de Fernandes Pinheiro-PR. Desde 2001, ao entenderem que a agricultura convencional não funcionava mais para produção de alimentos, pois além de se financeiramente inviável, entenderam que se tornavam totalmente dependentes do mercado. Silvestre e Terezinha passaram a não aceitar o uso de produtos químicos. Começaram então a converter toda a propriedade, que possui 4 hectares, num sistema agroecológico. Um ponto de partida importante foi a utilização das sementes crioulas.

Participando de vários momentos de formação, iniciaram a caminhada em busca de alternativas como o resgate, conservação e a multiplicação das sementes crioulas, a fabricação de adubos caseiros, o manejo ecológico de solos e outros.

Silvestre se recorda que já na primeira participação de um dia de campo que estava sendo realizado sobre o processo de fabricação de adubo da independência pode trocar e ganhar algumas espécies de sementes crioulas que ainda não tinha em sua propriedade e levar para casa. Essas sementes foram o ponta pé para aumentar a diversidade de espécies a serem cultivadas na propriedade. Passaram a também receber encontros, dias de campo, reuniões e se propuseram a receber a implantação de campos de produção de sementes e experimentos de avaliações como de milho, batata, arroz, feijão, adubos verdes de verão e de inverno. Minha propriedade virou um laboratório de aprendizado agroecológico, sempre aberta a propriedade a visitação de estudantes, professores, agricultores e público em geral, conta Silvestre.

O grande sonho da família, contudo, sempre foi criar um banco de sementes que fosse capaz de suprir totalmente a necessidade familiar para plantio, pensando principalmente na segurança alimentar e na produção de alimentos saudáveis. Silvestre e Terezinha trabalharam fortemente no intensão de diversificar o máximo a propriedade, aproveitando todos os espaços para realizar testes de novas sementes adquiridas em feiras e festas de sementes que participam no estado ou fora dele também.

Diante de todo esse trabalho, em 2018, a família deu o primeiro passo e criou a Casa de Semente como têm chamado, com mais de 60 tipos de sementes crioulas de diversas espécies entre milhos, feijões, adubos verdes, mandioca, batata doce, abóboras e tantas outras, todas produzidas na propriedade em que vivem. A Casa da Sementes ainda está em um espaço pequeno, mas inquietos, a ideia é ampliar e transformá-la, junto com o Grupo Coletivo Triunfo, em um Banco Comunitário de Sementes, resgatando assim mais sementes de toda a região. Ao ampliar e enriquecer o Banco, pretende-se transformar esse espaço em uma referência para as famílias que ainda não possuem sementes crioulas.

Todas as sementes já armazenadas, são organizadas por Jaqueline, a filha mais nova do casal. Jaqueline é que vem trabalhando na seleção, no preparo das sementes e no seu armazenamento. Também cuida da catalogação de todas as sementes produzidas e as que chegam de outras famílias. Recentemente, Jaqueline foi considerada pelo Coletivo Triunfo como a Guardiã Mirim das Sementes Crioulas.

No projeto novo da família, a ideia é que o Banco seja também um local de visitação, de encontros e de estudos agroecológicos. Um espaço onde se pretendem receber estudantes de várias escolas técnicas e públicas, agricultoras e agricultores, jovens ou maduros, mas que também carregam a missão de ser um guardião de sementes crioulas.

Enquanto o Banco não se concretiza, a Casa de Sementes já está ativa e Silvestre, Terezinha e Jaqueline incentivam o empréstimo e a troca de sementes para aqueles que também querem promover agroecologia. Essa iniciativa vem apoiar a Campanha Plante Sementes Crioulas que retoma com força na região por meio do incentivo dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Cooperativas da Agricultura Familiar e do próprio Coletivo Triunfo. A Campanha tem como pontos prioritários o resgate e a conservação das sementes milho e feijão, as quais os estudos revelam uma enorme erosão genética, principalmente depois da entrada avassaladora do milho transgênico na região.

O trabalho assumido pela família é exemplar e de grande generosidade. A trajetória de construção da agroecologia é divida ao colocarem a serviço do Coletivo Triunfo todo o patrimônio genético que foram resgatando, selecionando e multiplicando ao logo desses anos.

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Série Lideranças – Maria Leônia Soares da Silva https://aspta.org.br/2017/11/23/serie-liderancas-maria-leonia-soares-da-silva/ https://aspta.org.br/2017/11/23/serie-liderancas-maria-leonia-soares-da-silva/#respond Thu, 23 Nov 2017 22:06:49 +0000 http://aspta.org.br/?p=15388 Maria Leônia Soares da Silva é presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Massaranduba, na Paraíba. Léia, como é mais conhecida, é a filha mais velha de dona Anunciada e seu José, agricultores sem terra que nunca abandonaram suas origens. Apesar das dificuldades, todos os anos botavam roçado, com os quais alimentaram e … Leia mais

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_MG_6602Maria Leônia Soares da Silva é presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Massaranduba, na Paraíba. Léia, como é mais conhecida, é a filha mais velha de dona Anunciada e seu José, agricultores sem terra que nunca abandonaram suas origens. Apesar das dificuldades, todos os anos botavam roçado, com os quais alimentaram e criaram seus 5 filhos. Massaranduba sempre foi um município dominado pelos políticos e pelo latifúndio.

Desde muito cedo, Léia passou a participar dos grupos de Igreja e muito cedo, se tornou coordenadora de catequese. Participou também do grupo de teatro junto ao grupo de jovens organizados pela Igreja Católica. Foi nesses grupos, que estimulados pelo Missionário João Batista, que os jovens começaram a refletir sobre sua condição, a exploração do trabalho, a opressão do latifúndio e o significado do Sindicato como espaço de organização de classe.

O grupo de jovens passou a fazer um trabalho de base e pegando carona no carro do Padre Jair, passaram a organizar os agricultores e agricultoras, em 1994. Em 1995, o grupo de jovens consegue alcançar a diretoria do Sindicato, quando concorreram com o técnico da Emater, na chapa organizada pelos latifundiários.

Os primeiros anos de trabalho sindical não foram fáceis, pois eram questionados publicamente pelo poder local. Na época, o Sindicato era pouco estruturado, havia poucos sócios. Mais uma vez, foram para as bases para formarem os agricultores, estimular a organização por meio da sindicalização. Essa época também foi marcara pela luta pela terra e a organização dos primeiros assentamentos da reforma agrária no município.

Como ela mesma brinca, por ter a letrinha bonita, foi secretária dos três primeiros presidentes: Moisés, Ari e Antônio. Desde o começo, sempre teve a certeza de que o Sindicato não poderia estar sentando atrás do birô, mas o contrário, acreditava num Sindicato atuante, formado pela força e pela criatividade dos agricultores e agricultoras.

Em 2002, passou a participar do trabalho do Polo da Borborema, uma articulação de sindicatos e organizações da agricultura familiar do Agreste da Borborema. Participou desde o início do processo de organização do trabalho das mulheres e contribuiu nos estudos coletivos, nos encontros, no processo de experimentação e na auto-organização das mulheres. Nesse espaço, Léia foi despontando sua capacidade de liderança e de oratória.

Em 2014, após enfrentar um conflito interno sobre a ação do Sindicato, coloca-se à disposição dos trabalhadores e encabeça uma chapa. Léia foi levada a assumir a Presidência do Sindicato numa votação história, com a participação de mais de 800 agricultores, sendo que 80% eram mulheres agricultoras.

Se trabalhando na secretaria, Leia conseguiu organizar o trabalho das mulheres, na presidência do Sindicato, assumiu a quinta edição da Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia, levando à época, mais de 4 mil mulheres para as ruas de Massaranduba.

O Sindicato dos trabalhadores e Trabalhadoras Rurais foi se tornando um espaço de defesa e de luta dos agricultores, mas sobretudo, das mulheres agricultoras. Destaca-se ainda na sua gestão o fortalecimento da juventude camponesa e a luta pela educação contextualizada de qualidade.

Léia costuma dizer que é uma mulher antes e outra depois de ter se envolvido com o Polo da Borborema. “Não é fácil para uma mulher negra, ser agricultora e liderança sindical. Passei momentos difíceis em casa, donde tive que superar o machismo para assumir o trabalho. E ainda tive que superar o machismo dentro da própria instituição. Não é fácil! As foi na unidade das mulheres do Polo que me fortaleci e fortaleci a luta. Aqui no território nossas histórias se encontram”.

Léia é presidente do STTR de Massaranduba, da Coordenação Executiva da Comissão de Saúde e Alimentação e do Polo da Borborema, da Coordenação da Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia, participa do GT Mulheres da ASA Paraíba e do GT Mulheres da ANA.

 

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Boas práticas de armazenamento das Sementes da Paixão https://aspta.org.br/2016/09/27/boas-praticas-de-armazenamento-das-sementes-da-paixao/ https://aspta.org.br/2016/09/27/boas-praticas-de-armazenamento-das-sementes-da-paixao/#respond Tue, 27 Sep 2016 21:20:19 +0000 http://aspta.org.br/?p=14256 Muitas famílias agricultoras que fazem parte da Rede de Bancos de Sementes Comunitários do Polo da Borborema estão utilizando produtos naturais e promovendo cuidados importantes na hora de armazenar as suas sementes da paixão. Conheça os principais cuidados que os guardiões e guardiãs tem antes de armazenar as suas sementes. Boas Práticas Armazenamento Sementes_folha agroecológica_N°69-A4

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Muitas famílias agricultoras que fazem parte da Rede de Bancos de Sementes Comunitários do Polo da Borborema estão utilizando produtos naturais e promovendo cuidados importantes na hora de armazenar as suas sementes da paixão.

Conheça os principais cuidados que os guardiões e guardiãs tem antes de armazenar as suas sementes.

Boas Práticas Armazenamento Sementes_folha agroecológica_N°69-A4

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“A Lei de Sementes em análise na Nicarágua é uma estratégia para nos colonizar” https://aspta.org.br/2016/06/27/lei-de-sementes-nicaragua/ https://aspta.org.br/2016/06/27/lei-de-sementes-nicaragua/#respond Mon, 27 Jun 2016 08:00:17 +0000 http://aspta.org.br/?p=13802 Na Nicarágua agricultores lutam em defesa das sementes nativas e criticam a Lei de Sementes atualmente em tramitação no país

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Semillas_Nicaragua

 

 

Jorge Irán, da UNAG (Unión Nacional de Agricultores y Ganaderos), organização da Nicarágua parceira do Projeto Alianza por la Agroecología, relata a luta dos agricultores em defesa das sementes nativas e critica a Lei de Sementes atualmente em tramitação no Congresso do seu país

AS-PTA, via projeto Aliança pela Agroecologia

Como está a questão dos transgênicos na Nicarágua?

Atualmente, o tema voltou a ser mais discutido, embora haja instituições do Estado que falem de agroecologia e promoção de sementes nativas. É curioso que, no “Plano de bom governo”, uma das estratégias para promover a agricultura seja o uso de transgênicos e, concomitantemente, no mesmo parágrafo, se mencione a agroecologia…

Há setores que apoiam a entrada de transgênicos no país, principalmente nos últimos três anos em que houve seca, e o promovem como uma “alternativa” às mudanças climáticas. Nós defendemos justamente o contrário. Pensamos que a melhor forma de mitigação às mudanças climáticas seja a proteção dos recursos genéticos e dos conhecimentos tradicionais, e que devemos restringir a entrada dos OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) na Nicarágua, apelando ao princípio da precaução.

Qual tem sido a posição dos agricultores nicaraguenses?

Por exemplo, no âmbito do programa De Campesino a Campesino, da UNAG, há mais de 15 anos estão sendo promovidas estratégias locais de soberania alimentar, através do incentivo às sementes nativas e, ao mesmo tempo, contra os transgênicos, paralelamente à luta realizada pela Aliança por uma Nicarágua Livre de Transgênicos.

Mais recentemente, o programa De Campesino a Campesino passou a contribuir para a formação da Aliança Sementes da Identidade, que aglutina redes e sindicatos de agricultores nicaraguenses. A Aliança trouxe para o debate público temas como a importância da promoção de leis municipais, do estabelecimento de municípios livres de transgênicos e do manejo da biodiversidade agrícola local, entre outros.

A partir da Aliança Sementes da Identidade temos promovido campanhas contra os transgênicos e foros para sensibilizar os tomadores de decisão, além de feiras locais e nacionais para levar a nossa mensagem até os consumidores. Também temos trabalhado no resgate dos alimentos tradicionais, produzimos programas de rádio e apresentamos moções para aperfeiçoar a Lei de Sementes, entre outras iniciativas.

É preciso lembrar que já em 2005 foi aprovada a entrada de milho amarelo transgênico para a alimentação de animais (frangos). Quando perguntamos a representantes do setor que importa esse milho o porquê da compra, eles dizem que o adquirem pelo custo e não levam em conta os danos que possa vir a causar. Apesar de que há leis que regulam a introdução e o manejo desses produtos, obviamente sempre existe o risco de contaminação pelos transgênicos.

Nos últimos anos, observamos uma situação que tem provocado a desconfiança do pequeno produtor em relação às sementes melhoradas: sua duvidosa procedência. Há sementes que não foram melhoradas, mas são vendidas como se fossem. Este elemento cria muita desconfiança, embora há que se reconhecer que as autoridades competentes estão tratando de solucionar essa situação estabelecendo um controle maior.

Qual é a situação em relação à produção de sementes?

Em nosso país convivem dois sistemas de produção de sementes: um formal, que produz sementes melhoradas e outro, representado pelo sistema local, em mãos dos pequenos produtores, que em sua maioria usa as variedades nativas.

De acordo com as cifras oficiais, 75% da colheita de grãos básicos é feita com sementes nativas, produzidas pelos próprios agricultores, e cerca de 10% deles usam sementes melhoradas. No caso de sementes de outras espécies, como hortaliças, estas provêm em grande parte de países como os Estados Unidos, México, Guatemala, Itália e Holanda.

Nesse contexto, como é visto o uso das sementes nativas?

– Na Nicarágua tem prevalecido em certos setores do Estado, do empresariado e inclusive em algumas áreas da academia, uma visão que associa o uso de sementes nativas com a pobreza e o atraso. Questionam sua utilização com o argumento de que as sementes devem ser homogêneas e que sua diversidade vai contra a qualidade do produto. Da mesma forma, criticam a capacidade e a prática das famílias de agricultores de guardar as sementes de uma colheita para a outra. É mal visto por esses setores, principalmente, o livre intercâmbio de sementes. Estas posições estão refletidas na Lei de Sementes, cuja análise está atualmente parada no Congresso.

Como o sr. analisa a Lei de Sementes?

– A lei é uma estratégia montada para nos colonizar com as sementes melhoradas e com o sistema que implica seu uso. Pretende-se tratar um sistema local, que vem funcionando há gerações, da mesma forma que se lida com o sistema convencional de produção de sementes certificadas.

Os que defendem essa lei veem o universo de pessoas que usam as sementes nativas como um mercado potencial para suas sementes e seus agroquímicos.

Mas é importante esclarecer que não estamos contra as sementes certificadas. Nossa luta é para que se reconheça que existem dois sistemas de produção. Não aceitamos que o sistema agroecológico de produção de sementes nativas seja excluído. Pelo contrário, queremos que esse sistema – que é o que mantém a diversidade – seja reconhecido. Também queremos que seja público e não marginal.

Como estão as discussões sobre essa proposta de lei?

– Tentou-se apressar sua aprovação, mas esse processo parou. Hoje, a análise da lei está suspensa pelas apreciações que estamos fazendo e também pelas eleições presidenciais, que vão ocorrer em novembro deste ano.

Nesse período, tem havido encontros com deputados e outros representantes políticos. Mas o que se percebe, embora se fale de agroecologia e da importância do resgate das sementes nativas, é que ainda há setores muito fortes influenciando o pensamento em prol de um enfoque convencional. De fato, há grandes interesses econômicos envolvidos nesse debate.

Estamos preocupados, por exemplo, com a possibilidade de que nesta lei se incorpore o tema das sementes nativas simplesmente com o objetivo de regularizá-las. É preciso destacar que, entre outros aspectos negativos, ela penalizaria o intercâmbio e a guarda dessas sementes.

Uma coisa é o reconhecimento da sua importância e outra – muito diferente – é fazer desaparecer nosso sistema de sementes nativas. Por isso, se chegou a propor que nessa lei se eliminasse o tema das sementes nativas, para que elas não venham a ser normatizadas. Para nós, está claro que o que se defende nesta lei é, na verdade, o controle das sementes nativas, o que traria um risco de perda de autonomia por parte das famílias de agricultores.

Quais são os pontos mais polêmicos dessa lei?

– O tema dos transgênicos é a maçã da discórdia, apesar de que em nosso país as pessoas estão mais preocupadas com o seu dia a dia. Os possíveis problemas de saúde, devido ao consumo de produtos transgênicos, não preocupam tanto… Por essa razão, os consumidores não se manifestam muito e isso nos coloca em uma posição vulnerável diante de um universo de consumidores não muito conscientes dos riscos que representam os OGMs. Para nós, outro elemento sumamente polêmico é a proibição do livre intercâmbio de sementes nativas, como já mencionamos.

 Em sua opinião, que medidas devem ser tomadas para mudar esse quadro?

– Como já colocamos, no âmbito da Aliança Sementes de Identidade, “nossa melhor medida de adaptação às mudanças climáticas é o estudo e revalorização de nosso patrimônio genético”. É necessário defender a soberania alimentar através da proteção de nossos recursos genéticos e do conhecimento associado, e restringir a entrada de OGMs na Nicarágua.

Também é preciso fortalecer os marcos legais locais, onde os agricultores têm podido intervir. As conquistas obtidas na defesa das sementes nativas são muito importantes. Há posições que, com o tempo, evoluíram. Porém, ainda há muito trabalho por fazer. Para isso, precisamos de constância e paciência.

 

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Jovens de Massaranduba unidos pelo fortalecimento da Agricultura familiar https://aspta.org.br/2015/08/24/jovens-de-massaranduba-unidos-para-o-fortalecimento-da-agricultura-familiar/ https://aspta.org.br/2015/08/24/jovens-de-massaranduba-unidos-para-o-fortalecimento-da-agricultura-familiar/#respond Mon, 24 Aug 2015 13:18:31 +0000 http://aspta.org.br/?p=12325 Agora eu vou contar Uma história pra vocês A história de uma campanha Que surgiu em 2003 Para fortalecer a agricultura E ver a roça outra vez A campanha incentivava O agricultor a plantar Mas também incentivava Ele a não se mudar A ficar aqui no campo E do roçado cuidar A campanha incentivava O … Leia mais

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juventude do Polo da BorboremaAgora eu vou contar
Uma história pra vocês
A história de uma campanha
Que surgiu em 2003
Para fortalecer a agricultura
E ver a roça outra vez

A campanha incentivava
O agricultor a plantar
Mas também incentivava
Ele a não se mudar
A ficar aqui no campo
E do roçado cuidar

A campanha incentivava
O jovem a não se mudar
Mas também incentivava
Ele a ir estudar
Fazer crisma, catequese
E da religião gostar

A campanha também focava
Os problemas da comunidade
Tentar resolver os problemas
que tem na realidade

Foi reunindo o mutirão
Na casa de um agricultor
Os jovens se animaram
E todo mundo agilizou
Logo, logo construíram

A casa desse senhor
Nossa Juventude tem
Uma coisa que todos querem

O nosso Fundo Rotativo
A quem tanto se referem
A primeira cabra foi doada
Pelo grupo de mulheres

Massaranduba desmatada
A juventude foi ajudar
Foi feito um viveiro de mudas
Pra cidade reflorestar
Quem quiser uma mudinha
Vá em seu Loro buscar

O viveiro municipal
Ele já é bem grandinho,
E o jovem, a juventude
Ele não está sozinho
Por isso que ele ganha
O seu próprio viveirinho

A juventude camponesa
E a sua alegria
Numa luta constante
Que nos cerca todo dia
Somos frutos da campanha
De tanto fortalecimento
Somos sementes do saber
Produzindo alimento

Somos frutos da semente
Meu orgulho foi nascer
Somos frutos da Campanha
Das sementes do saber

Juventude camponesa
É um grupo organizado
Dizem que estamos sozinhos
Mas isso é muito é um boato
Porque nós temos a ajuda
Do povo e do sindicato

Juventude tá crescendo
Todo mundo já sabia
Juventude e agroecologia:
A luta é todo dia!

Guilherme e Sabrina, jovens agricultores da comunidade de Aningas e Nicolândia, Massaraunduba-PB

 

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Cartas da Juventude do Campo – Willian https://aspta.org.br/2015/03/24/cartas-da-juventude-do-campo-willian/ https://aspta.org.br/2015/03/24/cartas-da-juventude-do-campo-willian/#respond Tue, 24 Mar 2015 22:15:41 +0000 http://aspta.org.br/?p=11444 Cartas da Juventude do Campo – Willian

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Cartas da Juventude do Campo – Wandiilson https://aspta.org.br/2015/03/24/cartas-da-juventude-do-campo-wandiilson/ https://aspta.org.br/2015/03/24/cartas-da-juventude-do-campo-wandiilson/#respond Tue, 24 Mar 2015 22:12:33 +0000 http://aspta.org.br/?p=11441 Cartas da Juventude do Campo – Wandiilson

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Cartas da Juventude do Campo – Vandilson https://aspta.org.br/2015/03/24/cartas-da-juventude-do-campo-vandilson/ https://aspta.org.br/2015/03/24/cartas-da-juventude-do-campo-vandilson/#respond Tue, 24 Mar 2015 22:10:14 +0000 http://aspta.org.br/?p=11438 Cartas da Juventude do Campo – Vandilson

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Cartas da Juventude do Campo – Silvana https://aspta.org.br/2015/03/24/cartas-da-juventude-do-campo-silvana/ https://aspta.org.br/2015/03/24/cartas-da-juventude-do-campo-silvana/#respond Tue, 24 Mar 2015 22:08:17 +0000 http://aspta.org.br/?p=11435 Cartas da Juventude do Campo – Silvana

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Cartas da Juventude do Campo – Severino https://aspta.org.br/2015/03/24/cartas-da-juventude-do-campo-severino/ https://aspta.org.br/2015/03/24/cartas-da-juventude-do-campo-severino/#respond Tue, 24 Mar 2015 22:07:27 +0000 http://aspta.org.br/?p=11432 Cartas da Juventude do Campo – Severino

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