Construção do Conhecimento Agroecológico – AS-PTA https://aspta.org.br Agricultura Familiar e Agro­ecologia Mon, 04 Dec 2023 14:17:59 +0000 pt-BR hourly 1 Aplicação do Método Lume nos quintais produtivos da região metropolitana do Rio de Janeiro https://aspta.org.br/2023/09/21/aplicacao-do-metodo-lume-nos-quintais-produtivos-da-regiao-metropolitana-do-rio-de-janeiro/ https://aspta.org.br/2023/09/21/aplicacao-do-metodo-lume-nos-quintais-produtivos-da-regiao-metropolitana-do-rio-de-janeiro/#respond Fri, 22 Sep 2023 00:16:36 +0000 https://aspta.org.br/?p=20277 O Método LUME – Análise Econômico-Ecológica de Agroecossistemas está em prática nos territórios do Rio de Janeiro ⠀ Pensando na aplicabilidade do método, vem sendo realizadas visitas nos agroecossistemas em diferentes regiões da cidade para avaliar e elaborar um Plano de Manejo Agroecológico em cada unidade produtiva, tendo como referência os processos comunitários, coletivos e territoriais de … Leia mais

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O Método LUME – Análise Econômico-Ecológica de Agroecossistemas está em prática nos territórios do Rio de Janeiro ⠀

Pensando na aplicabilidade do método, vem sendo realizadas visitas nos agroecossistemas em diferentes regiões da cidade para avaliar e elaborar um Plano de Manejo Agroecológico em cada unidade produtiva, tendo como referência os processos comunitários, coletivos e territoriais de cada experiência.

Através da aplicação do Método, buscamos compreender as dinâmicas de gestão econômica-produtiva e social dos agroecossistemas e oferecer elementos que permitam a efetividade da proposta.

Durante a análise nos quintais, são levantadas as principais potencialidades, desafios e fragilidades do espaço, assim como as sugestões e possíveis inovações internas ao agroecossistema e ações coletivas que devem ser fomentadas ou fortalecidas na comunidade e no território.

Os agrossistemas visitados neste primeiro módulo pela equipe do Programa de Agricultura Urbana da AS-PTA são Lote Azaleia, agricultora Tonha – Geneciano / Nova Iguaçu; Quintal da Rose – Geneciano / Nova Iguaçu; Quintal da Maria – Pedra de Guaratiba; Quintal da dona Rita – Pilar / Duque de Caxias; Sítio Águas Claras, Irma e Pedro Paulo – Santíssimo; Quilombo horta comunitária Dona Bilina – Campo Grande; Quintal da dona Odete – Parque Marilândia / Duque de Caxias e Quintal da dona Josefa – Morro do sapo Complexo do Alemão.

 Leitura recomendada:⠀

 

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Equipe do Rio de Janeiro realiza segundo Módulo de Formação Método LUME  https://aspta.org.br/2023/09/13/equipe-do-rio-de-janeiro-realiza-segundo-modulo-de-formacao-metodo-lume/ https://aspta.org.br/2023/09/13/equipe-do-rio-de-janeiro-realiza-segundo-modulo-de-formacao-metodo-lume/#respond Wed, 13 Sep 2023 23:47:06 +0000 https://aspta.org.br/?p=20258 Em maio de 2023, aconteceu o segundo módulo da Formação do Método LUME – análise econômico-ecológica de agroecossistemas. O curso foi promovido pelo Fórum Itaboraí e pela Agenda de Saúde e Agroecologia da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz) em parceria com AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia. Esta formação integra o projeto … Leia mais

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Em maio de 2023, aconteceu o segundo módulo da Formação do Método LUME – análise econômico-ecológica de agroecossistemas. O curso foi promovido pelo Fórum Itaboraí e pela Agenda de Saúde e Agroecologia da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz) em parceria com AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia.

Esta formação integra o projeto “Caminhos para fortalecimento da Transição Agroecológica na Promoção da Saúde em Petrópolis”, que busca por meio do método compreender as dinâmicas de gestão econômica-produtiva e social dos agroecossistemas e oferecer elementos que permita a elaboração de um Plano de Manejo Agroecológico em cada unidade produtiva sem perder de vista processos comunitários, coletivos e territoriais‍.

Nesse segundo encontro, foi dada continuidade à análise dos quatro agroecossistemas descritos no módulo 1, nas comunidades rurais do Bonfim e Brejal. Essa etapa consiste na análise qualitativa dos dados coletados e sistematizados pelos grupos durante o intermódulo, com o trabalho sendo, sobretudo, com o conceito de atributos sistêmicos.

Cada grupo determinou o ponto de inflexão e apresentou o gráfico de integração social e de autonomia, junto com a tabela dos respectivos índices no ano de referência e no atual. A partir disso foi possível avaliar a evolução considerando os parâmetros e as relações entre eles (destacando onde se pode observar as evoluções mais e menos expressivas no período).

Confira aqui o primeiro módulo da formação!

 

Leitura recomendada:

“Método Lume: Procedimentos e instrumentos para análise da sustentabilidade de agroecossistemas”

“Método de análise econômico-ecológico de agroecossistemas”

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ASA Paraíba realiza encontro estadual rumo ao X EnconASA e às conferências de segurança alimentar e nutricional  https://aspta.org.br/2023/09/01/asa-paraiba-realiza-encontro-estadual-rumo-ao-x-enconasa-e-as-conferencias-de-seguranca-alimentar-e-nutricional/ https://aspta.org.br/2023/09/01/asa-paraiba-realiza-encontro-estadual-rumo-ao-x-enconasa-e-as-conferencias-de-seguranca-alimentar-e-nutricional/#comments Fri, 01 Sep 2023 14:20:51 +0000 https://aspta.org.br/?p=20227 Cerca de 50 agricultores, agricultoras, lideranças e organizações de assessoria de 8 territórios de atuação da Articulação do Semiárido Paraibano – ASA Paraíba estiveram reunidos no Encontro Estadual da Paraíba rumo ao X EnconASA: Construindo Soberania e Segurança Alimentar e Agroecologia no Semiárido Paraibano. O evento foi realizado em Campina Grande com o objetivo de … Leia mais

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Cerca de 50 agricultores, agricultoras, lideranças e organizações de assessoria de 8 territórios de atuação da Articulação do Semiárido Paraibano – ASA Paraíba estiveram reunidos no Encontro Estadual da Paraíba rumo ao X EnconASA: Construindo Soberania e Segurança Alimentar e Agroecologia no Semiárido Paraibano.

O evento foi realizado em Campina Grande com o objetivo de propor estratégias para levar às conferências regionais de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional – SSAN. Além disso, se configura como um momento de preparação fundamental para o X Encontro  Nacional da Articulação no Semiárido – X EnconASA, que será realizado em 2024.

Na primeira parte do encontro, os participantes foram estimulados a criar uma representação visual dos “Rios da Vida” da ação da ASA Paraíba a partir de seus respectivos territórios. Esse exercício consistiu na elaboração de uma linha do tempo que destacou as ações e conquistas alcançadas ao longo dos 30 anos de atuação na Rede. Durante esse período, marcos significativos foram identificados: as ações de fortalecimento dos mercados locais, acesso à água, criação animal, visibilidade do papel das mulheres na convivência com o semiárido, comunicação, sementes e florestas, juventudes e fundos rotativos solidários.  

A partir da construção do mapa com a expressão da construção das experiências de convivência com o semiárido e da agroecologia, no segundo momento, a Rede refletiu sobre como essas iniciativas têm contribuído para combater a fome e a desigualdade social e de que forma essas ações podem ser inspirações para a construção de políticas públicas para o Semiárido. As muitas propostas saídas desse exercício serão sistematizadas e levadas para as conferências de Segurança e Soberania Alimentar e Nutricional – SSAN (regionais, estaduais e nacional). 

No final desse exercício, a coordenadora do Centro de Ação Cultural – CENTRAC, Socorro Oliveira, apresentou o lema da 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional:  “Erradicar a fome e garantir direitos com comida de verdade, democracia e equidade”. Também foram apresentadas as orientações temáticas e organizativas das conferências municipais na Paraíba. “A conferência é um momento de luta para o novo governo, um momento pra gente levar os problemas e pensar soluções para a nossa região semiárida”, afirmou. 

No dia 31, também partindo da realidade de cada território, a atividade teve início com a identificação das ameaças que têm se apresentado para a Rede ASA Paraíba e que impedem a afirmação da Soberania e Segurança Alimentar e a construção da agroecologia em seus  territórios. Em que pese cada território possuir uma diversidade de características ambientais, sociais, políticas e econômicas, observa-se um extenso quadro de ameaças comuns à produção de alimentos que se manifestam em todos os lugares. Uma delas foi  a chegada dos grandes empreendimentos de energia eólica e solar que vêm promovendo efeitos negativos em cascata à produção de alimentos, como a despossessão e a reconcentração das terras, os múltiplos efeitos ambientais e sociais. Além disso, a falta de terra para a produção foi trazida para a centralidade do debate. Não há produção de alimentos, se não há terra para se plantar, afirmou Jamilton Neves, do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Aparecida, no Sertão do Estado.

A contaminação das sementes por transgênicos e o uso abusivo de agrotóxicos também foi uma problemática identificada em todo estado. A privatização da água; os efeitos da transposição do São Francisco; os focos de desertificação também foram apontados como desafios à produção. A violência no campo, o machismo, o racismo e a homofobia foram apontadas como ameaças estruturantes ao desenvolvimento da agricultura familiar de base camponesa. Como também, a instalação das escolas integrais no campo que vem rompendo com o ciclo de sucessão rural. Por fim, foi amplamente apontado, em todos os territórios, a ausência de políticas públicas que fortaleçam a convivência com o semiárido. 

“Não dá pra gente defender políticas públicas sem processos políticos e sociais. É preciso processos voltados para a agroecologia e para a convivência com o semiárido, que incluam nossas lutas contra o machismo, a homofobia, a violência contra as mulheres”, afirmou Glória Batista, da coordenação da ASA Paraíba e ASA Brasil. 

Como encaminhamento, foram criados grupos de trabalho para desenvolver um documento base com as propostas que serão levadas às conferência regionais e a conferência livre dos povos do semiárido. A rede também assume o compromisso de continuar refletindo sobre suas ações, ameaças e estratégias de convivência com o semiárido, agroecologia e Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional – SSAN em preparação ao X EnconASA.

Fotos: Thaynara Policarpo

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Cartilha – Histórias da Invernada https://aspta.org.br/2023/08/12/cartilha-historias-da-invernada/ https://aspta.org.br/2023/08/12/cartilha-historias-da-invernada/#respond Sat, 12 Aug 2023 15:14:23 +0000 https://aspta.org.br/?p=20198 A história da Invernada aqui contada é fruto de oficinas realizadas em 2022 e 2023 com a participação de muitas famílias da comunidade, que é guardiã da agrobiodiversidade. Localizada em meio às serras preservadas do município de Rio Azul, na região sudeste do estado do Paraná, a trajetória foi contada com apoio do Método Lume … Leia mais

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A história da Invernada aqui contada é fruto de oficinas realizadas em 2022 e 2023 com a participação de muitas famílias da comunidade, que é guardiã da agrobiodiversidade. Localizada em meio às serras preservadas do município de Rio Azul, na região sudeste do estado do Paraná, a trajetória foi contada com apoio do Método Lume de Análise Econômica-Ecológica de Agroecossistemas.

As oficinas comunitárias identificaram as principais mudanças na Invernada, registradas em uma linha do tempo, identificando também as potencialidades e desafios, resultando em um plano de ação construído junto às famílias agricultoras. Nessa metodologia, foram levantados acontecimentos e mudanças ocorridas nos seguintes temas: agricultura e meio ambiente; estrutura agrária; organizações da agricultura familiar e redes; conhecimentos; mercados; infraestrutura; ações do Estado e políticas públicas; desafios e ameaças. As informações foram organizadas nos seguintes períodos históricos: antes de 1950; 1950-1969; 1970-1989; 1990-1999; 2000-2010; 2011-2022. 

Esperamos que esses registros contribuam para que a história da Invernada seja conhecida por muita gente, inclusive das novas gerações, e que possam inspirar ações e políticas públicas em defesa das terras, das sementes crioulas, das águas, das matas e da cultura do povo da Invernada e de todas as comunidades da região Sudeste e Centro-Sul do Paraná.

Este trabalho foi animado pela AS-PTA como parte de uma pesquisa-ação sobre o cuidado com os bens comuns, desenvolvida em oito comunidades de quatro países latinoamericanos: duas comunidades na Bolívia, duas no Peru, uma na Colômbia e três no Brasil. A pesquisa-ação foi apoiada por Secours Catholique Cáritas França (SCCF) e pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

Histórias da Invernada

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Primeiro módulo da formação sobre o método Lume Análise econômico-ecológica de agroecossistemas https://aspta.org.br/2023/06/14/primeiro-modulo-da-formacao-sobre-o-metodo-lume-analise-economico-ecologica-de-agroecossistemas/ https://aspta.org.br/2023/06/14/primeiro-modulo-da-formacao-sobre-o-metodo-lume-analise-economico-ecologica-de-agroecossistemas/#respond Wed, 14 Jun 2023 17:02:55 +0000 https://aspta.org.br/?p=20135 Orientado pelo enfoque agroecológico, o Lume – análise econômico-ecológica de agroecossistemas é um método desenvolvido pela AS-PTA que oferece um olhar crítico para monitorar, avaliar, comparar, apoiar e fortalecer as transformações nos sistemas alimentares.  A formação, que faz parte do planejamento e desenvolvimento do projeto ARÁ, contou com a participação de diversas organizações parceiras de … Leia mais

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Orientado pelo enfoque agroecológico, o Lume – análise econômico-ecológica de agroecossistemas é um método desenvolvido pela AS-PTA que oferece um olhar crítico para monitorar, avaliar, comparar, apoiar e fortalecer as transformações nos sistemas alimentares. 

A formação, que faz parte do planejamento e desenvolvimento do projeto ARÁ, contou com a participação de diversas organizações parceiras de diferentes territórios, como: Fiocruz Mata Atlântica (FMA), Pequenos Agricultores (MPA), Rede Bonfim + Verde, Associação de Agricultores Biológicos do Estado Rio Janeiro (ABIO), Sistema Único de Saúde (SUS), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (ITERJ).

Com a proposta de aplicar o método durante o desenvolvimento do Projeto ARA, a Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) da FIOCRUZ convidou a AS-PTA para fazer um processo de formação com as equipes.

O local da imersão foi especialmente escolhido na comunidade Alto Bonfim, no Hostel AUÁ que faz fronteira com o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), importante reserva de flora e fauna de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro!

Nos dias 07, 08, 09 e 10 de fevereiro de 2023 aconteceu de forma presencial o primeiro módulo da formação. Iniciamos o primeiro dia com uma exposição sobre os fundamentos da análise econômico-ecológica de agroecossistemas. Paulo Petersen, coordenador executivo da AS-PTA e um dos idealizadores do método, fez uma provocação sobre a importância de se conectar questões ecológicas com o combate à pobreza. Pôs luz sobre as agriculturas onde foi possível avaliar os espaços produtivos para além dos mercados – O que ali está invisível? A economia convencional não considera a diversidade dos quintais. Reciprocidade, solidariedade e troca são fatores econômicos que não necessariamente surtem valores monetários mas que são essenciais para uma boa dinâmica de fluxo e autonomia. 

No segundo dia, ouvimos o pesquisador André Luiz Corrêa contextualizar sobre o cenário da agricultura familiar da região do Bonfim, comunidade rural de Petrópolis. Em seguida, foram repassados o passo-a-passo que auxiliam e orientam a visita à campo e foram debatidos sobre os instrumentos de aplicação do método

O terceiro dia foi marcado pela ida ao campo. Os participantes foram em quatro grupos visitar os agroecossistemas na região do Brejal e Bonfim. Na parte da tarde, ao apresentar o croqui com divisão de trabalho por gênero, foi possivel se ter uma perspectiva da economia feminista – que visibiliza o trabalho doméstico e de cuidados realizado pelas mulheres, que muitas vezes não é considerado e remunerado, mas é fundamental para as famílias, comunidades e sociedade como um todo. 

No quarto e último dia, compartilhamos as experiências de cada grupo e de que forma o método traz uma percepção acerca da produção e dos aspectos sociais que permeiam as relações de produção e comercialização dessas famílias, bem como a relação com a comunidade e com espaços de organização coletiva. Dialogamos a partir da realidade de cada agroecossistema visitado e falamos sobre as semelhanças e diferenças, analisando a divisão social e geracional do trabalho. 

Equipe ASPTA,
Equipe Fórum Itaboraí/Fiocruz e
Equipe Agenda Saúde e Agroecologia/Fiocruz

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Livro: Um olhar agroecológico e quilombola para a conservação ambiental https://aspta.org.br/2023/06/02/livro-um-olhar-agroecologico-e-quilombola-para-a-conservacao-ambiental/ https://aspta.org.br/2023/06/02/livro-um-olhar-agroecologico-e-quilombola-para-a-conservacao-ambiental/#respond Fri, 02 Jun 2023 09:59:59 +0000 https://aspta.org.br/?p=20126 Restaurar relações e a precedência dos interesses das populações locais nas estratégias de conservação da natureza e de inovação agroalimentar é um desafio assumido pelos movimentos de defesa da agroecologia. Para tanto, é necessário confluir caminhos que busquem articular as formas intuitivas e integradoras adotadas pelos agricultores e comunidades tradicionais, bem como com os métodos … Leia mais

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Restaurar relações e a precedência dos interesses das populações locais nas estratégias de conservação da natureza e de inovação agroalimentar é um desafio assumido pelos movimentos de defesa da agroecologia. Para tanto, é necessário confluir caminhos que busquem articular as formas intuitivas e integradoras adotadas pelos agricultores e comunidades tradicionais, bem como com os métodos racionais e analíticos empregados por pesquisadores e técnicos.

Este livro, a partir dos caminhos percorridos pelo Sertão Carioca, busca contribuir com novos trânsitos em direção a horizontes de justiça climática, epistemológica e social a partir da valorização de experiências e práticas das comunidades agrícolas e quilombolas do Parque Estadual da Pedra Branca.

Um olhar agroecológico e quilombola para a conservação ambiental

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Comunidades rurais da Borborema serão visitadas por assessores e lideranças rurais de cinco estados do Nordeste https://aspta.org.br/2023/04/18/comunidades-rurais-da-borborema-serao-visitadas-por-assessores-e-liderancas-rurais-de-cinco-estados-do-nordeste/ https://aspta.org.br/2023/04/18/comunidades-rurais-da-borborema-serao-visitadas-por-assessores-e-liderancas-rurais-de-cinco-estados-do-nordeste/#respond Tue, 18 Apr 2023 22:05:47 +0000 https://aspta.org.br/?p=20059 Na última semana de abril (de 25 a 28), cerca de 50 pessoas visitarão comunidades rurais de três municípios da região da Borborema, na Paraíba. Eles vêm de vários territórios do Semiárido nordestino situados na Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, assim como de outras regiões da Paraíba, como o Curimataú e … Leia mais

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Na última semana de abril (de 25 a 28), cerca de 50 pessoas visitarão comunidades rurais de três municípios da região da Borborema, na Paraíba. Eles vêm de vários territórios do Semiárido nordestino situados na Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, assim como de outras regiões da Paraíba, como o Curimataú e o Cariri. 

E o que os traz aqui? Os visitantes querem compreender como as comunidades da Borborema Agroecológica se organizam para superar, de forma coletiva, desafios como as mudanças climáticas, que têm trazido secas cada vez mais intensas e chuvas torrenciais concentradas em poucos dias. Para tanto, visitarão as comunidades Benefício, no município de Esperança; Soares, em Queimadas; e Bom Sucesso, em Solânea. 

Em Soares, por exemplo, o grupo de visitantes vai ouvir das pessoas que fazem parte da associação comunitária como eles transformaram união e interesse pela vida comunitária em melhorias concretas para a vida das famílias.

Juntas, as famílias agricultoras conseguiram, com recursos próprios, consertar as cisternas mais antigas da comunidade, construídas há 20 anos. Juntas, conseguiram expandir a quantidade de famílias que têm fogões ecológicos nas suas cozinhas. Juntas, elas estão se organizando para financiar a habilitação de moto e carro para jovens e mulheres da comunidade.

“Depois de um processo de formação que a comunidade vivencia desde 2020, mais pessoas participam ativamente da associação. Principalmente, as mulheres que superaram o receio de sair de casa para participar de formações, buscando mais conhecimentos. A gente nunca tinha se juntado para olhar para a história da comunidade. Só o fato da gente ser conhecedor da realidade em que vivemos muda muito a nossa forma de se relacionar na comunidade”, conta Mateus Manassés, jovem liderança de Soares.

Segundo Mateus, um motor desse envolvimento em  assuntos de interesse coletivo foi o fortalecimento dos Fundos Rotativos Solidários. “Esses Fundos foram um estalo para todo mundo. Antes, eles já existiam, mas eram restritos à aquisição de ovelhas e cabras e envolviam cerca de 30 pessoas. Hoje, temos mais de 60 pessoas participando de grupos de fundos rotativos de diversos tipos”, afirma. Os fundos rotativos solidários funcionam como uma espécie de poupança comunitária.

O agricultor, criador de animais e biólogo acrescentou que, além dos momentos em que construíram juntos a linha do tempo da comunidade, eles foram agraciados com uma injeção de recursos que impulsionou a diversificação dos produtos adquiridos via fundos rotativos solidários, como telas para cercar a área de criação de animais, os fogões ecológicos, palmas para renovar o roçado prejudicado pela cochonilha. “Daí em diante, nós aprendemos a inovar cada vez mais. Com o recurso que circula nos grupos desses fundos já fizemos fossas, compramos até prótese dentária”, complementa.

Os momentos de formação e os investimentos foram viabilizados pelo projeto Borborema Agroecológica que faz parte das 11 iniciativas executadas na América Latina no âmbito do projeto Gestão do Conhecimento para a Adaptação da Agricultura Familiar às Mudanças Climáticas (INNOVA AF), financiado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrário (FIDA) e executado do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

Comunidades organizadas – Segundo Paulo Petersen, da coordenação nacional da ONG AS-PTA que atua na região em parceria com um coletivo de sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais – o Polo da Borborema, não tem como falar em fortalecer as capacidades das famílias agricultoras de superar as dificuldades trazidas pelas secas sem desenvolver iniciativas que fomentam a auto-organização comunitária.

“Não existe comunidade sem ação coletiva, sem solidariedade, sem ação comum. A resiliência só será construída se houver comunidade resiliente, se houver uma economia solidária, fortalecimento dos processos locais auto-organizados”, assegura Paulo Petersen.

Portanto, é imprescindível alimentar valores como a união e a solidariedade que inspiram a gestão coletiva dos bens comuns. E que bens comuns são esses? “Tudo aquilo que é importante e valioso para a comunidade e que, por isso, ela se organiza para cuidar, como a água, as sementes, matas, pastos, mas também os conhecimentos e equipamentos e infraestruturas coletivas”, explica o Denis Monteiro, assessor técnico da AS-PTA. 

Os visitantes – Todos fazem parte de organizações não governamentais (ONGs), que formam a Rede ATER Nordeste de Agroecologia. ATER é a sigla para Assistência Técnica e Extensão Rural. Ou seja: são organizações que assessoram as comunidades rurais e tradicionais com o objetivo de fortalecer as suas organizações. Essa ação de assessoria é orientada pelos princípios da agroecologia e da convivência com o Semiárido. 

Além de oferecer assistência técnica com enfoque agroecológico, a Rede ATER NE influencia também a construção de políticas, programas e ações públicas de fortalecimento da agricultura familiar, aumentando a oferta de alimentos saudáveis e limpos de venenos e transgenia para a população brasileira.

“O encontro acontece num momento de grande expectativa de retomada de ações efetivas do Estado para apoiar a agricultura familiar e promover a segurança alimentar. Por 15 anos (de 2000 a 2015), o Semiárido viveu um ciclo de políticas federais muito importantes, que foram desmontadas entre 2016 e 2022. Com o início do novo governo federal, a Rede ATER NE e os movimentos sociais do campo se organizam para exercer a democracia participativa e se engajam na construção de um novo ciclo de políticas públicas”, pontua Denis. 

E, afinal, o que é agroecologia? “É a aplicação dos princípios da ecologia à agricultura”, responde Denis Monteiro. Ele explica que, por meio de um conjunto de práticas, a agricultura agroecológica associa a produção de alimentos diversos com respeito aos ciclos da natureza.

Mas, além de ser uma prática agrícola, a agroecologia também é uma ciência. “Como ciência, a agroecologia é construída pela interação entre conhecimentos populares e aqueles que vêm da academia”, complementa.

E agroecologia é também tem um viés de movimento social, que aborda questões como a desigualdade entre homens e mulheres, relações de trabalho na agricultura e no meio rural, defesa dos direitos da agricultura familiar e camponesa, dos povos indígenas, quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais, além das lutas de denúncia do patriarcado e do racismo estrutural.

“É, portanto, um movimento comprometido com transformações profundas em nossas sociedades marcadas por desigualdades, injustiças e diversas formas de violência, principalmente contra os mais pobres”, assegura o agrônomo.

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Manual para produção agroecológica de alimentos https://aspta.org.br/2023/04/17/manual-para-producao-agroecologica-de-alimentos/ https://aspta.org.br/2023/04/17/manual-para-producao-agroecologica-de-alimentos/#comments Mon, 17 Apr 2023 19:22:32 +0000 https://aspta.org.br/?p=20051 Este manual foi elaborado pela AS-PTA, no âmbito do Projeto Hortas Orgânicas em Faixas de Dutos, que conta com a parceria da Petrobras. O projeto tem por objetivo contribuir com o desenvolvimento local sustentável através da prática da agricultura urbana e da agroecologia, ajudando a mitigar riscos sociais em faixas de dutos e linhas de transmissão nas comunidades de … Leia mais

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Este manual foi elaborado pela AS-PTA, no âmbito do Projeto Hortas Orgânicas em Faixas de Dutos, que conta com a parceria da Petrobras. O projeto tem por objetivo contribuir com o desenvolvimento local sustentável através da prática da agricultura urbana e da agroecologia, ajudando a mitigar riscos sociais em faixas de dutos e linhas de transmissão nas comunidades de Geneciano, Pilar e Parque Marilândia, localizadas na área de influência da Refinaria de Duque de Caxias (REDUC), do Terminal da TRANSPETRO em Campos Elíseos (TECAM) e da Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB) nos municípios de Duque de Caxias e Nova Iguaçu.

Diante dos desafios socioambientais da Baixada Fluminense, evidenciados no alto índice de pobreza, na falta de condições básicas de infraestrutura urbana, desmatamento de áreas protegidas e outros, ocupar as faixas de dutos com a produção de alimentos, por uma perspectiva agroecológica, coloca-se como alternativa para a sustentabilidade dos agroecossistemas, valorização dos territórios e possibilidade de renda para as famílias.

A ciência agroecológica trabalha com a ideia de várias dimensões e com a questão da preservação da biodiversidade, da interação de diversas plantas e animais, onde deve-se manter uma diversificação de culturas, assim como a matéria orgânica e os microrganismos atuando no solo. Assim, a partir de uma construção coletiva junto aos territórios de atuação sobre as principais dúvidas e desafios a serem enfrentados para colocar de pé nossas hortas nas faixas de dutos, reunimos nesta publicação algumas técnicas de plantio, manejo e gestão técnico-econômica da produção com enfoque na agroecologia.

Este manual não é um livro de receitas que deve ser seguido à risca, como costumamos falar. Este documento é o resultado de uma sistematização compartilhada das técnicas e dos modos de se relacionar e cuidar das plantas, do solo, das águas e das pessoas que os territórios e as famílias envolvidas no projeto já praticam. Mas, às vezes, não tinham a dimensão da grandiosidade do que estavam fazendo.

Como uma das dimensões da agroecologia é o sonho, o acreditar num futuro melhor, esperamos que este material seja uma sementinha que contribua para a apoiar na implantação das hortas, para o restabelecimento do equilíbrio dos agroecossistemas e para a transformação ambiental e social da Baixada Fluminense.

Façamos uma boa leitura!
Manual para produção agroecológica de alimentos

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Cartilha Diagnóstico Participativo Expressões da Baixada Fluminense https://aspta.org.br/2023/02/06/cartilha-diagnostico-participativo-expressoes-da-baixada-fluminense/ https://aspta.org.br/2023/02/06/cartilha-diagnostico-participativo-expressoes-da-baixada-fluminense/#respond Mon, 06 Feb 2023 19:11:10 +0000 http://aspta.org.br/?p=19938 Nesta publicação fazemos uma imersão na realidade da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, para conhecer os três territórios de atuação do Projeto Hortas Orgânicas em Faixas de Dutos: Geneciano, em Nova Iguaçu, e Pilar e Parque Marilândia, em Duque de Caxias. As narrativas aqui apresentadas foram construídas a partir dos olhares das/os moradoras/es e de … Leia mais

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Nesta publicação fazemos uma imersão na realidade da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, para conhecer os três territórios de atuação do Projeto Hortas Orgânicas em Faixas de Dutos: Geneciano, em Nova Iguaçu, e Pilar e Parque Marilândia, em Duque de Caxias. As narrativas aqui apresentadas foram construídas a partir dos olhares das/os moradoras/es e de suas organizações comunitárias, tendo o cuidado de respeitar as histórias de vida, lutas e trajetórias dessas comunidades.

Para tal, lançamos mão de diversas metodologias participativas e dos princípios da Educação Popular, os quais consideram que todas e todos devem participar ativamente da construção e materialização dos processos como sujeitos ativos e autores de suas próprias histórias.

Esta cartilha é o resultado de um processo de escuta atenta, fruto de muitas conversas e encontros comunitários. Traz em sua simplicidade as formas de organização e as potências vividas todos os dias pelas pessoas desses territórios, especialmente pelas mulheres e os seus conhecimentos sobre o cultivo dos alimentos, das plantas medicinais e da terra.

Apesar de ser marcada por muitas dificuldades sociais e pela falta de estruturas básicas, a Baixada Fluminense é também um lugar de forte organização comunitária. São inúmeras as histórias sobre como as próprias moradoras e moradores dessas comunidades foram as/os responsáveis por pavimentar suas
ruas, cuidar da iluminação, da capina, da coleta do lixo, pela construção de valas, entre outras funções que deveriam ser feitas pelo Estado.

Esperamos que essa sistematização possa ser conhecida pelas comunidades e por representantes de organizações que junto a elas atuam, de forma a contribuir com iniciativas de apoio ao desenvolvimento local. São comunidades
de vida que estão aqui relatadas.

Cartilha Diagnóstico Participativo Expressões da Baixada Fluminense digital
Boa leitura!
Projeto Hortas Orgânicas em Faixas de Dutos/Projeto Agricultura Urbana

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Polo da Borborema repactua sua estratégia política em grande encontro https://aspta.org.br/2022/09/13/polo-da-borborema-repactua-sua-estrategia-politica-em-grande-encontro/ https://aspta.org.br/2022/09/13/polo-da-borborema-repactua-sua-estrategia-politica-em-grande-encontro/#respond Tue, 13 Sep 2022 23:06:56 +0000 https://aspta.org.br/?p=19695 Passados dois anos de pandemia, sem grandes encontros presenciais, as lideranças e os participantes das comissões temáticas do Polo da Borborema voltaram a se reunir no mês passado, nos dias 16 e 17, no Santuário de Santa Fé, em Solânea. “Essa é uma volta muito significativa e muito importante pra vida política do Polo e … Leia mais

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Passados dois anos de pandemia, sem grandes encontros presenciais, as lideranças e os participantes das comissões temáticas do Polo da Borborema voltaram a se reunir no mês passado, nos dias 16 e 17, no Santuário de Santa Fé, em Solânea.

“Essa é uma volta muito significativa e muito importante pra vida política do Polo e também para fortalecer as comissões temáticas para avaliar e fazer seu planejamento. Ao mesmo tempo, o nosso evento foi de reencontro. Tinha agricultores e agricultoras que a gente não conseguia ver há um certo tempo”, celebra Roselita Vitor, da coordenação do Polo, ressaltando que, em momentos como esse, quando se juntam diversos sujeitos do campo, a força do movimento sindical é renovada. “O Polo nasce a partir das percepções das bases e das lideranças”, aponta.

Foi um evento grande com mais de 100 pessoas. Havia gente antiga, envolvida nas dinâmicas do Polo de outras épocas, e gente nova que se soma ao movimento a partir de sua participação nos Fundos Rotativos Solidários bastante disseminados nos últimos anos entre os jovens e mulheres.

Na programação do encontro, houve um momento de reconexão com a história desse coletivo, formado por 13 sindicatos e cerca de 150 associações comunitárias. Um coletivo que tem força política e poder para concretizar suas intenções e desejos. O Polo criou uma associação, a EcoBorborema, que organiza os espaços de comercialização e também promove a certificação participativa das famílias agricultoras e criou também uma cooperativa com capacidade de atuar em toda a Paraíba, a CoopBorborema.

No encontro de agosto, também houve um momento de leitura do momento atual da vida no campo dentro do território. “Não me conformo com a fome no campo”, destacou Nelson Ferreira, liderança do sindicato de Lagoa Seca e membro da coordenação política do Polo. “Essa é a maior contradição que vivemos. O roçado é o nosso maior prato.”

E acrescenta um fenômeno que vem chamando atenção nos últimos anos: “Por quê têm muitas pessoas da cidade comprando a nossa terra? Precisamos fazer uma campanha para evitar que as terras caiam nas mãos de pessoas que não são agricultoras”, defende.

O passo seguinte foi se reunir em grupos temáticos para responder a pergunta: O que eu gostaria que tivesse e não tivesse no meu território? “É hora também de trazer a nossa base para essa reflexão e se sentir parte da construção de um projeto democrático, construído a partir do olhar das nossas lideranças e dos nossos agricultores e das agricultoras”, anuncia Rose.

E acrescenta: “O que significa esse momento pré-eleições para que a gente traga o debate sobre as políticas públicas? O nosso território é marcado pela construção de políticas públicas, de experiências práticas de convivência com o Semiárido, de agroecologia e de organização. Fizemos também uma construção coletiva de questões como a importância do voto consciente, da democracia. Refletimos também sobre o enfrentamento a alguns projetos de desenvolvimento que vem afetando a vida das famílias como essa questão da indústria das energias renováveis”, conta Rose. Essa atividade foi preparatória ao encontro que o Polo da Borborema promoveu junto aos candidatos e candidatas do campo progressista da Paraíba.

Luciano Silveira, assessor técnico da AS-PTA, organização que assessora o Polo na sua missão de construir um projeto político para o território agroecológico da Borborema, ajuda na provocação das reflexões: “O que queremos construir para o nosso território? Não é só votar dando carta branca. A gente quer dizer o que queremos. E antes de tomar posse, nos reuniremos novamente. Porque não nos satisfaz só as promessas. Queremos o compromisso pós eleições.”

As reflexões que foram feitas orientaram a elaboração da carta política do Polo da Borborema para as candidaturas. “As questões importantes para nós entraram nesse documento não como desafios, mas apontando caminhos, como políticas que foram e são importantes e outras que podemos construir”, sublinha Rose.

No segundo dia do encontro, foi o momento de falar sobre as inovações camponesas. “O que essas duas palavras dizem pra gente?”, questiona Luciano que estava na facilitação do momento. “Esse nome tem a ver com os recursos da natureza que o camponês se entrosou”, responde um. “Tem a ver com conhecimento e sabedoria, com agricultor que ensina o outro”, sugere outra pessoa.

Na conversa, Luciano faz um destaque: “A cisterna é uma inovação camponesa. É a tecnologia social mais disseminada no Semiárido brasileiro, onde estão implementadas mais 1,4 milhão de cisternas. Também está presente em vários países da África, América Central. Está ganhando o mundo.”

Daí por diante, várias pessoas lembraram de diversas inovações, como um método de estocar farinha de mandioca por mais de dois anos de forma que ela não perde o gosto. “Inovação não diz respeito a coisas novas, mas também ao que é adaptado para a nossa realidade”, salienta Luciano.

A seguir, Seu Joaquim Pedro de Santana de Montadas pontua: “Nós, que somos lideranças, temos que correr atrás dos tesouros escondidos que têm muitos nas nossas comunidades. Vai depender só de nossa capacidade de articulação.”

“A gente não seria um movimento sindical se não reconhecêssemos o papel dos agricultores e agricultoras como construtores de conhecimento e experimentadores”, sustenta Rose ao iniciar a apresentação de um programa do Polo que vai dar o tom da ação sindical na Borborema nesse segundo semestre.

“Programa de Inovações Camponesas. O que é isso? É, justamente, a gente identificar os agricultores e agricultoras que já fazem suas experiências a partir de alguma ação que ele tem no quintal, roçado ou arredor de casa, que a gente não percebeu ainda. Esse programa de inovações vai nos ajudar, a cada município, a levantar esses camponeses e camponesas pra gente poder fazer uma leitura desse conhecimento e dessa sabedoria. E daí, promover intercâmbios com outros agricultores/as dentro do território”, explica Maria do Céu Silva, liderança do sindicato de Solânea.

Nelson Ferreira destaca outro elemento muito importante que será favorecido a partir do novo programa. “Um programa como este visa exatamente trazer uma dinâmica muito importante para fortalecer, cada vez mais, a agricultura familiar e a agroecologia. E também traz pedagogias importantes para a gente trazer, cada vez mais, um número de agricultores e agricultoras para a transição agroecológica.”

Ferreira ressalta também que o Polo tem o desafio de, através do movimento gerado por esse programa, das sistematizações e intercâmbios realizados, influenciar políticas públicas municipais de fortalecimento da agricultura familiar agroecológica.

Para Rose, o novo programa tem a capacidade de enraizar a ação política do Polo “nesse chão que são essas experiências. E as experiências são processo organizador da construção da agroecologia, do movimento sindical. Teremos muitas reflexões sobre o papel do movimento sindical a partir dessa construção”, arremata ela.

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