No dia 15 de setembro, agricultores e agricultoras dos municípios de Queimadas, Lagoa Seca, Solânea, Areial, Remígio e Casserengue foram a Esperança participar de uma reunião das comissões de Criação Animal e Saúde e Alimentação do Polo da Borborema, a equipe da AS-PTA e representante da UFCG – Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária.
O objetivo era discutir a importância dos campos de palma consorciados para a estratégia da agricultura familiar e como intensificar esses campos, já que a experiência tem se mostrado bastante eficiente para a criação de galinhas. Na região de Areial e Remígio, muitas agricultoras vêm criando galinhas nessa área e observam que a palma proporciona alimento e sombra para os animais (conforto térmico), que, por sua vez, contribuem para a fertilidade dos sistemas de produção, o que, consequentemente, gera renda e autonomia para as famílias agricultoras.
Além de fortalecer o trabalho da mulher agricultora, o grupo analisou que essa experiência pode ser uma grande oportunidade para envolver os jovens, uma vez que representa para eles a possibilidade de poder desenvolver atividades e gerar sua própria renda.
Muitos jovens já estão se envolvendo na criação de pequenos animais, sendo fundamental pensar em reservas e estoques de alimentos para essas criações, pois, caso contrário, podem competir com a alimentação dos animais dos pais e gerar conflitos, explica João Macedo, da AS-PTA.
Além das discussões sobre qual o publico prioritário para intensificar a experimentação, surgiram outras questões principais, tais como: Quais os pontos positivos dessa estratégia? Quais ações devem ser adotadas para fortalecê-la?
Para Eliete, agricultora de Solânea e membro da Comissão Saúde e Alimentação, o plantio de palma é bastante apropriado à situação atual de escassez de chuvas: Nessa época que estamos de seca, não podemos plantar muitas coisas porque não temos água. Já a palma é possível plantar, sinal que ela é resistente. Ela perto das casas é uma ótima oportunidade para melhorar a criação de galinhas.
Zeneide, Presidente do STR de Areial, também concordou com a importância dessa estratégia de diversificação dos arredores de casa para melhorar o funcionamento dos sistemas: Olhando para a experiência de outras agricultoras que já tinham palmas perto de casa há muito tempo, podemos ver que as galinhas ajudam a manter a fertilidade do solo e também diminuem as plantas daninhas. Por isso acho que devemos reforçar onde também já tem palma plantada e em outros casos iniciar novos plantios.
O agricultor Luis Souza, de Solânea, apontou: Criar galinhas num sistema em consórcio de palma é fundamental para garantir mais tempo para outras atividades. Evita o tempo de ficar correndo atrás de prender as galinhas nos roçados. Além disso, pensar nesses campos é cuidar da alimentação para os pequenos animais (ovelhas, cabras, porcos) que são manejados pelas mulheres.
Os temas abordados durante a reunião mostram por que os arredores das casas vêm ganhando cada vez mais destaque. Eles favorecem a autonomia das mulheres e dos jovens, que muitas vezes carecem de espaço para desenvolver suas atividades. A dinamização dos arredores de casa permite também uma melhoria da alimentação da família, alternativas para geração de renda e a diversificação dos sistemas de produção, sem contar que restabelece o equilíbrio ecológico das propriedades familiares.
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