Um grupo de jovens agricultores da região metropolitana do Rio de Janeiro será parceiro nas ações do Projeto Semeando Agroecologia da AS-PTA, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Desenvolvimento e Cidadania. Estes jovens serão os protagonistas na implantação e gestão de oito unidades demonstrativas de produção em suas comunidades com o objetivo produzir e difundir conhecimentos e práticas agroecológicas.
O movimento de saída dos jovens do campo e seu afastamento das atividades ligadas à agricultura é muito expressivo e preocupante. Em grande medida, essa realidade se atribui à trajetória da geração mais jovem, já nascida nos ambientes culturalmente mais urbanizados. Associam-se a esse fato os estereótipos negativos socialmente criados e reproduzidos nas gerações mais jovens que relacionam a prática da agricultura a formas ultrapassadas e primárias de assegurar os meios de vida e a insuficiência de programas públicos para juventude de apoio à agricultura como prática econômica.
Processo igual acontece com a juventude rural da região metropolitana do Rio de Janeiro. Assim como ocorre nas periferias das grandes cidades brasileiras, a baixada fluminense se caracteriza pela urbanização acelerada e desordenada ocorrida nas últimas décadas. São municípios muito urbanizados, mas que também mantém uma tradição econômica rural de pequenas propriedades que produzem para um mercado local. No entanto, esta é uma atividade econômica marginalizada que sofre com a pressão da urbanização. Em sua grande maioria, a juventude é obrigada a procurar oportunidades de formação e emprego fora de seus municípios e principalmente fora das propriedades rurais de suas famílias. O trabalho na agricultura é uma realidade pouco valorizada.
Este é o contexto socioeconômico no qual o Programa de Agricultura Urbana da AS-PTA, por meio do Projeto Semeando Agroecologia, está realizando suas ações. Com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Desenvolvimento e Cidadania, o projeto atuará nos municípios de Nova Iguaçu, Queimados, Magé e Rio de Janeiro, tendo como objetivo principal a ampliação das oportunidades de trabalho e de geração de renda para agricultores familiares periurbanos.
Aproveitando o potencial criativo e comunicativo da juventude, o Projeto Semeando Agroecologia aposta no fortalecimento da atuação dos jovens nas suas comunidades para animar as ações de multiplicação de conhecimentos e técnicas agroecológicas. Para tanto, serão implementadas oito unidades agrícolas com o objetivo de produzir alimentos e multiplicar conhecimentos que permitam construir coletivamente um novo modelo produtivo para o campo e a cidade.
A estudante Josiane Fausto é filha de agricultores da Cooperativa Univerde de Nova Iguaçu e participará do Projeto. Junto com outros jovens da região metropolitana formou um grupo que já vêm atuando diretamente em suas comunidades na promoção da agroecologia. Josiane diz que está bastante animada. Afirma que depois que conheceu a agroecologia aprendeu novas formas de atuar para mudar a realidade de sua comunidade e de sua família. “Passei a olhar minha comunidade de forma diferente e agora eu quero ajudar a articular mais jovens para participar mais da comunidade. A agroecologia trabalha, além da questão da agricultura e do meio ambiente, a questão da luta dentro das comunidades”. A energia e o protagonismo desta juventude que quer retomar suas raízes rurais serão o grande motor deste projeto.
