A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) está participando do grupo de articulação da Cúpula dos Povos, que é o conjunto de redes responsável por organizar todas as atividades. O evento será realizado no Aterro do Flamengo, entre os dias 15 e 23 de junho, em paralelo à Rio+20. Organizamos um seminário internacional, chamado Tempo de Agir por Mudanças Radicais, para discutir a crise ambiental gerada pelo avanço do modelo agrícola industrial no mundo: seus impactos no meio ambiente, na degradação do solo, na qualidade das águas, na privatização das sementes, na expulsão das populações camponesas e tradicionais dos territórios, e também para apontar o caminho para uma agricultura verdadeiramente sustentável: a agroecologia. Participarão do debate lideranças camponesas do mundo todo e também especialistas, pesquisadores, pessoas que estão estudando tanto o modelo agrícola convencional quanto o potencial da agroecologia como resposta à crise ambiental atual. Referências mundiais como Miguel Altieri e Vandana Shiva estarão presentes no evento.
O seminário é a principal atividade da ANA, faz parte da programação da Cúpula, e está ligado à plenária de Soberania Alimentar, que se vincula às assembleias. O que for discutido nesse seminário será repercutido em todos os outros momentos da Cúpula dos Povos, inclusive nas suas declarações políticas. Além da Soberania Alimentar, a ANA tem dado muita atenção para os bens comuns: as florestas, as árvores, sementes, o enfrentamento de todo o processo de privatização da natureza, que está pautado pelas corporações e governos de alguns países. Vamos fazer uma oposição a essa lógica da privatização da natureza e nos mobilizaremos em defesa dos bens comuns.
Algumas organizações da ANA também estão participando do Território do Futuro, que é um espaço de visibilização de alternativas construídas pelas comunidades, como as cisternas e os bancos comunitários das sementes crioulas, por exemplo. Várias atividades serão realizadas nesse espaço. A expectativa da ANA é que todas as atividades emitam declarações e posicionamentos que repercutam no evento oficial, a Rio+20. Tem uma série de organizações da sociedade civil que estarão na Conferência das Nações Unidas levando essas vozes da Cúpula dos Povos.
Também estamos envolvidos nas mobilizações. Haverá uma marcha no dia 20 de junho e diversas outras manifestações vão acontecer nas ruas, de forma a denunciar o modelo agrícola convencional e apresentar a agroecologia como alternativa ideal para superação dos problemas que estão afligindo a humanidade nos dias de hoje.
A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) lançará na Cúpula dos Povos o projeto Curta Agroecologia, com pequenos documentários em vídeo sobre o tema. A ideia é apresentar 4 vídeos mostrando a importância da agroecologia às pessoas, seja para quem mora na cidade ou na periferia urbana. Os vídeos mostram como a agroecologia é capaz de recuperar os solos, cuidar das águas, promover a produção de um alimento saudável, a qualidade de vida para o agricultor familiar no campo, etc. São mensagens curtas e didáticas, de fácil entendimento para o grande público. Esse material será apresentado durante as atividades da ANA na Cúpula dos Povos, veiculado nas plataformas do evento, e divulgado em nosso site e mídias parceiras. Com o lançamento desse projeto, jovens, cineastas, pessoas interessadas em documentar experiências agroecológicas, poderão aderir à iniciativa. Os quatro primeiros vídeos foram produzidos em diferentes regiões do país: mata atlântica, caatinga, e em uma área de transição entre a Amazônia e o Cerrado. São as primeiras de uma série de outras que a gente quer mostrar daqui para frente. O objetivo desse projeto é que as pessoas apoiem a agroecologia, reivindiquem do estado políticas públicas e defendam a agricultura familiar, e uma forma de produzir alimentos saudáveis em harmonia com a natureza. Queremos promover alianças entre quem está no campo produzindo, os agricultores, e o pessoal das cidades. É mais uma iniciativa em busca do avanço da agroecologia no Brasil e no mundo.
Fonte: www.agroecologia.org.br