Tradução: Paulo Cezar Mendes Ramos; Analista ambiental/ICMBio; Membro da CTNBio; e Coordenador do GT sobre transgênicos e agrotóxicos da ABA
Um novo estudo do grupo francês de Gilles-Eric Seralini descreve efeitos nocivos em ratos alimentados com dietas contendo milho geneticamente modificado (variedade NK603), com e sem o herbicida Roundup, bem como com o Roundup sozinho. Este estudo “peer-reviewed” (Seralini et al., 2012), tem sido criticado por alguns cientistas cujas opiniões têm sido amplamente relatadas na imprensa popular (Carmen, 2012; Mestel, 2012; Revkin, 2012; Worstall, 2012).
Seralini et al. (2012) estende o trabalho de outros estudos demonstrando toxicidade e/ou impactos endócrinos-baseado do Roundup (Gaivão et al., 2012; Kelly et al., 2010; Paganelli et al., 2010; Romano et al., 2012), como revisto por Antoniou et al. (2010).
A publicação de Seralini e sua repercussão na mídia levantam o perfil dos desafios fundamentais da ciência em um mundo cada vez mais dominado pela influência corporativa. Estes desafios são importantes para toda a ciência, mas raramente são discutidos em espaços científicos.
1) História de Ataques sobre os Estudos de Riscos
Seralini e seus colaboradores são apenas os mais recentes em uma série de pesquisadores cujas conclusões provocaram campanhas orquestradas de assédio. Exemplos de Ignacio Chapela apenas nos últimos anos, um Professor Assistente, então não vitalício em Berkeley, cujo estudo sobre contaminação do milho GM no México (Quist e Chapela, 2001) provocou uma campanha intensiva na internet para desacreditá-lo. Esta campanha foi declaradamente planejada pelo grupo Bivings, uma empresa especializada em relações públicas de Marketing Viral – e frequentemente contratada pela Monsanto (Delborne, 2008).
A distinta carreira de bioquímico Arpad Pusztai chegou a um efetivo fim quando ele tentou comunicar suas conclusões contraditórias sobre batatas GM (Ewen e Pusztai, 1999a). Tudo a partir de uma ordem de mordaça, forçado a aposentadoria, apreensão de dados e assédio pela British Royal Society foram usados para prevenir a sua pesquisa contínua (Ewen e Pusztai, 1999b; Leandro, 2003). Até mesmo ameaças de violência física têm sido utilizadas, mais recentemente, contra Andres Carrasco, Professor de embriologia Molecular na Universidade de Buenos Aires, cuja pesquisa (Paganelli et al., 2010) identificou riscos do Glifosato para a saúde, o ingrediente ativo do Roundup (Amnistia Internacional, 2010).
Não foi nenhuma surpresa, portanto, que, quando em 2009, 26 entomologistas especializados em milho tomaram a iniciativa sem precedentes de escrever diretamente para a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos – EPA para reclamar do controle da indústria sobre o acesso a culturas geneticamente modificadas para investigação, a carta foi enviada anonimamente (Pollack, 2009).
2) O Papel dos Meios de Comunicação de Ciência
Um aspecto importante, mas muitas vezes despercebido desta intimidação é que frequentemente ocorre em conjunto com os meios de divulgação científica (Ermakova, 2007; Heinemann e Traavik, 2007; Latham e Wilson, 2007). Relatórios do estudo de Seralini indiscutivelmente no mais prestigiado segmento dos meios de comunicação de ciência: Science, The New York Times, New Scientist e o Washington Post uniformemente falharam ao “balancear” as críticas da pesquisa, com a cobertura mesmo mínima de suporte para o estudo de Seralini (Carmen, 2012; Enserink, 2012; MacKenzie, 2012; Pollack, 2012). No entanto, menos dotada de meios de comunicação, tais como Daily Mail UK pareceu não ter nenhuma dificuldade em encontrar um parecer científico positivo sobre o mesmo estudo (Poulter, 2012).
3) Relatórios Enganosos da Mídia
Um padrão chave com estudos de pesquisa de risco é que as críticas nos meios de comunicação são, muitas vezes, falácias, enganosas ou falsas. Assim, o uso de metodologias comuns foi interpretado como indicativo de ciência de má qualidade quando usado por Seralini et al. (2012), mas não quando utilizados pela indústria (ver referências acima e Media Centre, 2012). O uso de argumentos falaciosos parece se destinar a semear a dúvida e a confusão entre os não-especialistas. Por exemplo, Tom Sanders do Kings College, em Londres foi citado dizendo que “esta cepa de rato é muito propensa a tumores mamários, particularmente quando a ingestão de alimentos não é restrito” (Hirschler e Kelland, 2012). Ele falhou em apontar, ou desconhecia, que a maioria dos estudos de alimentação realizados pela indústria usaram ratos Sprague Dawley (p. ex. Hammond et al., 1996, 2004, 2006; MacKenzie et al., 2007). Nestes e em outros estudos da indústria (p. ex. Malley et al. 2007), o consumo de ração foi irrestrito. Comentários de Sanders são importantes porque eles foram amplamente citados e porque eram parte de uma resposta orquestrada para o estudo de Seralini pelo Science Media Centre of the British Royal Society (Centro de Mídia de Ciência da Real Sociedade Britânica). Este Centro tem uma longa história de sufocar as controvérsias sobre OGM e seus financiadores e inclui numerosas empresas que produzem OGMs e pesticidas.
4) Culpabilidade do Regulador
No nosso ponto de vista uma grande parte da falha encontra-se nos órgãos reguladores, como EFSA na Europa e EPA e FDA nos Estados Unidos, que têm consagrado protocolos com pouco ou nenhum potencial para detectar as consequências negativas de OGM (Schubert, 2002; Freese e Schubert, 2004; Pelletier, 2005). (Obviamente a CTNBio se enquadra nesta questão – nota do tradutor)
Os OGM são obrigados a passar por alguns experimentos, poucos pontos são examinados e os testes são realizados exclusivamente pelo requerente ou seus agentes. Além do mais, os protocolos atuais são mais simplistas e mais baseados em suposições (RSC, 2001), os quais pela sua concepção, perdem a maioria das alterações de expressão do gene – distante do objetivo do experimento – induzido pelo processo de inserção do transgene (Heinemann et al., 2011; Schubert, 2002).
Puzstai (2001) e outros, por conseguinte, têm argumentado que ensaios de alimentação bem conduzidos são uma das melhores maneiras de detectar tais mudanças imprevisíveis. Mas esses ensaios de alimentação não são obrigatórios para aprovação, e a credibilidade científica daqueles que tenham sido publicados até a data têm sido desafiados (Domingo, 2007; Pusztai et al., 2003; SPIROUX de Vendômois et al., 2009). Por exemplo, Snell et al. (2012), que avaliou a qualidade de 12 a longo prazo (> 96 dias) e 12 estudos de várias gerações, concluíram: “os estudos aqui analisados são muitas vezes ligados a um projeto experimental inadequado que tem efeitos prejudiciais para a análise estatística… as principais insuficiências incluem não só a falta de utilização de linhas isogénicas próximas mas também subestimação do poder estatístico [e], ausência de repetições…”.
Aparentemente, os mesmos problemas de desenho experimental e análise levantadas sobre este estudo de risco (Seralini) não foram motivo de preocupação para os críticos quando os estudos não identificaram risco, resultando em decisores mal informados. No final, é um grande problema para a ciência e a sociedade atuais quando os atuais protocolos regulamentadores aprovam culturas OGM com base em pouco ou nenhum dado útil sobre a qual se avalia a segurança.
5) Ciência e Política
Governos têm se tornado habituais a usar a ciência como uma política de futebol. Por exemplo, em um estudo realizado pela sociedade real do Canadá, a pedido do governo canadense, foram identificados inúmeros pontos fracos do Regulamento de Engenharia Genética no Canadá (RSC, 2001). O fracasso do governo canadense em responder significativamente às muitas alterações recomendadas foi detalhado por Andree (2006). Da mesma forma, as recomendações de especialistas no relatório do IAASTD, produzido por 400 pesquisadores por seis anos, de que os OGMs são inadequados para a tarefa de promover a agricultura global foram decididamente ignoradas pelos gestores políticos. Assim, enquanto proclamam a tomada de decisão baseada em evidências, os governos frequentemente usam a ciência apenas quando lhes convém.
6) Conclusão
Quando aqueles com interesse tentam semear dúvida insensata em torno de resultados inconvenientes, ou quando os governos exploram oportunidades políticas escolhendo e colhendo provas científicas, comprometem a confiança dos cidadãos nas instituições e métodos científicos e também colocam seus próprios cidadãos em risco. Testes de segurança, regras basedas em ciência e o processo científico em si dependem crucialmente da confiança difundida por um corpo de cientistas dedicados ao interesse público e integridade profissional. Se em vez disso o ponto de partida de uma avaliação científica do produto é um processo de aprovação manipulado em favor da recorrente, apoiada por supressão sistemática de cientistas independentes, trabalhando no interesse público, então não pode haver um debate honesto, racional ou científico.
Os Autores: Susan Bardoscz (4, Arato Street, Budapest, 1121 Hungary); Ann Clark (University of Guelph, ret.); Stanley Ewen (Consultant Histopathologist, Grampian University Hospital); Michael Hansen (Consumers Union); Jack Heinemann (University of Canterbury); (Jonathan Latham (The Bioscience Resource Project); Arpad Pusztai (4, Arato Street, Budapest, 1121 Hungary); David Schubert (The Salk Institute); Allison Wilson (The Bioscience Resource Project) .
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Notas
(1) Além disso, os cientistas dos EUA que publicam estudos encontram efeitos ambientais adversos são frequentemente atacados por outros cientistas pró-GM. Como um relatório na revista Nature, que aborda inúmeros exemplos, ressalta, “trabalhos sugerindo que lavouras biotecnológicas podem prejudicar o meio ambiente atraem uma saraivada de abuso de outros cientistas. Por trás dos ataques se encontram os cientistas que estão determinados a impedir que documentos que considerem ter falhas científicas influenciem os decisores políticos. Quando estudo aponta que existem problemas, reagem rapidamente, criticam o trabalho em fóruns públicos, escrevem cartas de refutação e enviam-nos para os gestores políticos, editores de jornal e agências de financiamento “(p. 27 em Waltz. 2009ª). Na verdade, quando um de nós escreveu um comentário na Nature Biotechnology há dez anos sugerindo que mais atenção teria de ser prestada para os potenciais efeitos indesejados associados à mutagênese insercional, recebemos uma enxurrada de respostas, e um administrador no Instituto de Salk ainda disse que a publicação “estava comprometendo recursos para sua instituição” (veja em Waltz, 2009a). Ataques semelhantes têm recebido estudos sobre efeitos adversos das toxinas de Bt em joaninhas e larvas de Crisopídeos, que foram utilizadas pelas autoridades alemãs para proibir o cultivo do evento transgênico Mon810, uma variedade de milho Bt (ver: 2012a Hilbeck et al., b, respectivamente). Em 2009, um grupo de 26 entomologistas de milho do setor público enviou uma carta para a Agência de Proteção Ambiental dos EUA afirmando que “nenhuma pesquisa verdadeiramente independente pode ser legalmente realizada em muitas questões críticas que envolvem estas culturas [devido a restrições impostas a empresa]” (p. 880 em Waltz, 2009b); não foi nenhuma surpresa que a carta tenha sido enviada anonimamente devido ao temor dos cientistas de receber represálias das empresas que financiaram seu trabalho (Pollack, 2009). Além disso, o controle da indústria sobre as que pesquisas significa que resultados adversos podem ser suprimidos. Em um exemplo citado no artigo, Pioneer estava desenvolvendo uma toxina Bt binária, Cry34Ab1/Cry35Ab1, contra a larva de raiz de milho. Em 2001, Pioneer contratou alguns laboratórios universitários para testar efeitos indesejados em uma joaninha. Os laboratórios concluiram que 100% das joaninhas morreram após oito dias de alimentação. A Pioneer proibiu os investigadores de divulgar os dados. Dois anos depois a Pioneer recebeu aprovação para uma variedade de milho Bt com Cry34Ab1/Cry35Ab1 e apresentou estudos mostrando que joaninhas alimentadas com a toxina por apenas 7 dias não foram prejudicados. Os pesquisadores não tiveram autorização para refazer o estudo após a aprovação da semente (Waltz, 2009b). Em outro exemplo, a Dow AgroSciences ameaçou um pesquisador com uma ação legal se publicasse informações que ele recebeu da Agência de Proteção Ambiental – EPA dos EUA. Como diz o artigo, “as informações consideraram uma variedade de milho resistente a inseto conhecido como TC1507, feito por Dow e Pioneer. As empresas suspenderam as vendas do TC1507 em Porto Rico depois de descobrir em 2006 que uma lagarta tinha desenvolvido resistência. Tabashnik foi capaz de rever o relatório que as empresas arquivaram com a EPA, mediante a apresentação de um requerimento baseado na Lei de Liberdade de Informação. “Encorajei um funcionário da empresa [Dow] para publicar os dados e mencionei que, em alternativa, poderíamos citá-los,” diz Tabashnik. “Ele me disse que se eu citasse as informações…”Eu estaria sujeito a ação judicial pela empresa, diz ele. “Esses tipos de afirmações são de arrepiar” (p. 882 em Waltz, 2009b).
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