Há muitos anos, a AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia e o Polo da Borborema buscam denunciar e dar visibilidade pública às desigualdades nas relações de gênero, principalmente no mundo rural, por meio de eventos e mobilizações. As Marchas pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia, realizadas desde 2010, são um exemplo desse empenho. Cada grande mobilização é precedida por um intenso processo de formação e sensibilização das mulheres. Vários foram os instrumentos pedagógicos elaborados para tanto: sistematizações, diagnósticos, audiovisuais, cordel, panfletos, vídeos. Mas foi a produção da peça de teatro A vida de Margarida que causou maior impacto. A peça foi o instrumento pedagógico que mais sensibilizou as famílias, favorecendo e aprofundando o debate sobre questões como a invisibilidade do trabalho da mulher, a ausência de mobilidade social, a falta de poder de decisão sobre o uso do dinheiro, as poucas oportunidades de lazer, as diferentes formas de discriminação e violência, enfim, as diversas facetas e manifestações das relações desiguais no seio da família.
Para permitir que um número cada vez maior de mulheres e homens pudesse refletir sobre essa realidade, o Polo e a AS-PTA adaptaram o roteiro da peça para uma novela e produziram um vídeo.
O vídeo A vida de Margarida retrata um dia comum na rotina de uma família agriculto0ra. Do amanhecer ao anoitecer, as personagens mostram como os papéis hoje desempenhados por homens e mulheres foram socialmente construídos, gerando desigualdades e injustiças. A história é encenada pelo Grupo de Teatro Amador do Polo da Borborema, formado por agricultores, agricultoras, lideranças e técnicos do Polo da Borborema e da AS-PTA.