Famílias agricultoras do Polo da Borborema se reuniram na última terça-feira, dia 01 de outubro, na sede da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, em Esperança, para discutir sobre o trabalho de ampliação e fortalecimento da produção de biofertilizantes e caldas naturais. Agricultores e agricultoras dos municípios de Queimadas, Massaranduba, Montadas, Arara, Areial e Alagoa Nova participaram da reunião que começou fazendo uma avaliação sobre a produção dos biofertilizantes, sua importância para a melhoria da fertilidade solo, das culturas agrícolas e também para construir mecanismos de ampliação da produção dos biofertilizantes nos municípios.
Foi apresentado um levantamento das experiências coletivas e familiares na produção de biofertilizantes desenvolvida em 10 municípios e 36 comunidades na região da Borborema. No ano de 2013, foram produzidos mais de 5 mil litros de biofertilizantes, parte foi utilizanda durante o ciclo agrícola da cultura da batata agroecológica e outra parte continua sendo utilizando na produção dos arredores das casas, nos viveiros de mudas e também nos pomares.
O grupo presente destacou que aumento da produção de biofertilizante em 2013 foi estimulado a partir das oficinas de formação realizadas para qualificar a produção e as formas de uso do biofertilizantes pela agricultura familiar na região da Borborema. Nesses momentos também foram discutidos as duas formas de produção do biofertilizante: o aeróbico e o anaeróbico. As famílias avaliam que o primeiro é feito com a mesma base de materiais orgânicos, mas sua conservação em recipiente fechado exige uma maior dedicação de tempo na manutenção do material, embora essa forma o biofertilizante fica pronto para uso em menor espaço de tempo. Já o segundo tipo, o anaeróbico, produzido em recipientes abertos mantém a mistura em contato com o meio ambiente e o contato com o meio, o que elimina o cheiro forte quando o biofertilizante estiver pronto para ser utilizado.
De toda forma, as duas maneiras de produção do biofertilizante são aprovadas pelo grupo e cada família utiliza o tipo que já virou costume no momento de produção. Outra questão discutida é a qualidade do material utilizado na produção dos biofertilizantes. Avaliaram que o cuidado na seleção de materiais de boa qualidade é fundamental para garantir uma boa fermentação e também liberação dos nutrientes necessários para as plantas nos roçados.
“Essa reunião é uma coisa que a gente faz na prática e isso é muito bom para o crescimento do agricultor. O agricultor que vem fazendo essa prática está livre de veneno. O biofertilizante é rico, não é veneno, serve como adubo orgânico e todos nós temos algo a falar sobre o biofertilizante e sobre a biofábrica” conta Seu Loro agricultor experimentador do sítio Cachoeira de Pedra D’água em Massranduba.
Da reunião saíram encaminhamentos como aquisição de novos kits para ampliar a quantidade de biofábricas, a realização de novas formações sobre biofertilizantes e caldas naturais, e a produção de sistematizações e materiais pedagógicos que busquem valorizam as experiências já desenvolvidas pelas famílias agricultoras. O grupo presente, também saiu com programação de visitas de intercâmbio para conhecer experiências práticas de famílias que estão produzindo e fazendo uso dos biofertilizantes em sua propriedade, essas acontecerão em Lagoa Seca – PB e em Apodi, no Rio Grande do Norte.
A reunião é uma ação do Projeto Terra Forte, que tem entre as suas estratégias as estratégias de regeneração da fertilidade dos solos. O Terra Forte é realizado pela AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, em parceria com o Polo da Borborema, PATAC e os Agrônomos e Veterinários Sem Fronteiras (AVS) e é cofinanciado pela União Europeia.