Cerca de 60 agricultores e agricultoras participaram na sexta-feira (10) do lançamento do Projeto Ecoforte no Território da Borborema. A solenidade aconteceu durante a programação Seminário de Políticas para Agricultura Familiar de Base Agroecologia, no Santuário Padre Ibiapina em Arara-PB. O lançamento contou com participação de autoridades como o Secretario de Agricultura Familiar do Estado da Paraíba, Lenildo Morais, do gerente do Banco do Brasil da agência de Arara, Luis Henrique, representando a Fundação Banco do Brasil (FBB), do Núcleo Colegiado Territorial da Borborema através de Valério Bastos, do professor Felipe Marini representando o Núcleo de Agroecologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e de Sindicatos de Trabalhadores Rurais do Polo da Borborema.
Roselita Vitor, da coordenação do Polo da Borborema, fez a abertura da solenidade trazendo em sua primeira fala a importância da luta por uma agricultura de base agroecológica e o papel das famílias agricultoras como protagonistas dessa ação, além do conjunto de políticas que vem fortalecendo a agricultura familiar agroecológica no Território e também sua interação com a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo). Após esse primeiro momento, foi exibido o vídeo Brasil Agroecológico, do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), que mostra a experiência do Polo, enquanto rede de promoção da agroecologia.
Marcelo Galassi, da coordenação da AS-PTA na Paraíba, apresentou o projeto a ser desenvolvido na Borborema. Estruturado em torno de cinco eixos temáticos – Bancos de Sementes Comunitários; Unidades Itinerantes de Beneficiamento de Forragem; Quintais Agroecológicos; Fundos de Repasse em Cadeia de Pequenos Ruminantes e Feiras Agroecológicas – o projeto “Rede de Agroecologia na Borborema” tem por objetivo o fortalecimento e ampliação das redes de agricultores já existentes na dinâmica da região do Polo da Borborema. Marcelo relembrou também a importância das chamadas públicas de ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural) com foco em agroecologia, que, segundo ele, “quebram a ideia de assistência técnica individualista, valorizando os espaços coletivos, as organizações dos agricultores e o processo de formação e de intercâmbio”. A chamada específica para apoiar a produção agroecológica, vem sendo desenvolvida na região da Borborema pela AS-PTA em parceria com o Polo, sindicatos e associações de agricultores.
Após as falas da mesa, alguns agricultores manifestaram suas impressões sobre o projeto. Mônica Lourenço, jovem agricultora do Assentamento Caiana em Massaranduba, disse estar muito feliz, principalmente pelo fato de que “o projeto, além de fortalecer a agricultura familiar como um todo, também é voltado para a juventude do campo, o que demonstra a preocupação com a continuação desse trabalho”. Na região de atuação do Polo da Borborema, que inclui 14 municípios, o projeto Ecoforte buscará contribuir para a recomposição da capacidade produtiva, da segurança alimentar e da geração de renda das famílias agricultoras do Agreste paraibano. O projeto incorpora um foco particular em relação a dois dos mais vulneráveis segmentos da agricultura familiar: mulheres e jovens.
Ainda durante a solenidade foi feita a entrega simbólica de uma ensiladeira, uma enfardadeira e um rolo de lona de 50 metros. Em um total de 10 unidades de cada um, os equipamentos foram comprados para o uso das comunidades nos municípios de atuação do Polo da Borborema com o apoio do Projeto Ecoforte. Por fim os participantes foram convidados para um café agroecológico, produzido pelo grupo de mulheres As Margaridas, da cidade de Remígio. Enquanto experimentavam o café, os participantes ainda tiveram a oportunidade de apreciar a exposição fotográfica Terra Forte: paisagens camponesas, produzida pela AS-PTA com o trabalho do fotógrafo pernambucano Flávio Costa. A exposição retrata em 65 fotos, a inteligência e perseverança de homens e mulheres e seus processos criativos frente as adversidades postas pelo clima do semiárido.
O Programa Ecoforte foi lançado em 2014 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Fundação Banco do Brasil (FBB) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS), o Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A iniciativa integra o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Brasil Agroecológico).