Os vídeos “Minha vida é no meio do mundo”, produzido pela AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia em parceria com o Polo da Borborema e “Sementes” dos diretores Beto Novaes e Deisson Vidd, tiveram lançamento conjunto na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), em Campina Grande e na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), na capital do estado, João Pessoa, nos dias 21 e 22 de outubro, respectivamente.
O lançamento da UFCG aconteceu no auditório do Centro de Humanidades e reuniu uma plateia de estudantes e professores universitários, pesquisadores da temática e agricultoras do Polo da Borborema. Na UFPB o evento aconteceu no Centro de Ciências Sociais Aplicadas.
O Filme “Sementes” traz uma série de depoimentos de mulheres agricultoras e quilombolas que discutem temas como agroecologia, economia solidária e feminismo. “Minha vida é no meio do mundo” traz igualmente depoimentos de mulheres rurais que deixaram para trás histórias de violência e subordinação e abriram as portas de um mundo novo, pela afirmação de suas capacidades. “A luta das mulheres não é diferente, seja aqui na região do Polo da Borborema ou nos mais diferentes lugares, é interessante perceber como nos dois vídeos as mulheres encontraram na agroecologia o seu lugar no mundo e aprenderam a dizer não ao modelo de exploração que lhes foi imposto”, afirmou Adriana Galvão Freire, assessora técnica da AS-PTA que acompanha o trabalho com as mulheres do Polo.
A estudante de engenharia química Karine Oliveira da Costa conta que já foi pesquisadora de um núcleo de agroecologia e se disse encantada com os vídeos: “Durante as minhas pesquisas eu tive a oportunidade de visitar muitas mulheres camponesas, acompanhei o cotidiano delas e vi que são pessoas muito felizes, que apesar dos desafios, não reclamam da vida. É muito lindo ver retratado assim o trabalho delas, a forma como elas beneficiam seus produtos e constroem a sua autonomia sem depender de ninguém”, disse durante o lançamento na UFCG.
Roselita Victor, liderança do Polo da Borborema e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Remígio, se emocionou com os depoimentos das mulheres do vídeo Sementes: “Eu me vi nesse filme, nas vidas dessas mulheres, porque tirar as minhas plantas de mim, é como me matar. Sou assentada da reforma agrária há 9 anos, vivo em uma terra onde meus avós trabalharam a vida toda para o fazendeiro, então isso é justiça. Só quem não tinha terra como eu, sabe o que é a felicidade de ter o seu canto pra plantar. Pode me dar a melhor casa na cidade que eu não quero. A gente precisa lutar para que a vida no campo seja tão boa como dizem que a da cidade é”, desabafou.
A professora de sociologia industrial do curso de ciências sociais da UFCG Roseli Corteletti também se disse encantada com o que viu durante o lançamento: “Me chamou a atenção a forma afetuosa com que essas mulheres se relacionam com a natureza, até aquilo de não chamar de ‘cova’ o local de depósito de sementes, e sim de berço, é muito bonita essa relação com o meio ambiente”, disse.
Assista aos filmes:
Minha vida é no meio do mundo:
As Sementes: