As plantas medicinais são de extrema importância para as famílias agricultoras, sobretudo para as mulheres. O domínio sobre o uso dessas plantas além de aperfeiçoar o tratamento doméstico de pequenos problemas de saúde, gera autonomia. Nesse sentido e afim de aprimorar e ampliar o trabalho das mulheres agricultoras com essas plantas, aconteceu na última quarta-feira (7) no Centro Agroecológico São Miguel (CASM), no município de Esperança (PB), uma oficina de Tecnologia de Sabões e Desenvolvimento de Fitoprodutos.
Após apresentação do trabalho da Comissão de Saúde e Alimentação do Polo da Borborema com as plantas medicinais, os pesquisadores apresentaram um pouco sobre o projeto “Desenvolvimento da Cadeia Biossustentável de plantas medicinais e fitoterápicas” e suas áreas de atuação e pesquisa. Encabeçado por pesquisadores da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), o projeto tem por objetivo estabelecer padrões de qualidade botânica, química, microbiológica e molecular para produtores de plantas medicinais e fitoterápicos.
Ministrada pela professora Jane Sheila Higino, do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFPE, a primeira parte da oficina trouxe explicações e cuidados quanto aos processos de fabricação dos sabonetes. Em seguida as ferramentas e materiais necessários para a confecção foram apresentados.
As agricultoras puderam ainda ver na prática a produção dos sabonetes. Com materiais simples e que podem ser obtidos em supermercados e farmácias, algumas receitas foram postas em prática pelas pesquisadoras e pelas próprias participantes da oficina.
Outro aspecto que entusiasmou bastante as agricultoras foi a reutilização do óleo de cozinha e de gordura animal para a confecção dos sabonetes. Além de uma maneira econômica de se fazer sabão, é também “uma forma da gente reciclar um material que a gente jogava fora porque não tinha conhecimento de como reaproveitar”, diz Maria Anunciada Barbosa Flor, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Queimadas e da Coordenação do Polo da Borborema.
Para além do fortalecimento do trabalho dessas mulheres agricultoras com plantas medicinais, a geração de renda é um aspecto bastante importante no desenvolvimento dessa iniciativa. “Vai ter um retorno não só de uso pra elas, como também um projeto futuro de produção e venda pra aumentar a renda pessoal dessas mulheres”, diz a professora Jane Sheila.