O governo do estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca – SEDAP, se comprometeu em assegurar as condições de armazenamento das sementes de batata agroecológica plantadas na região da Borborema, e garantiu que vai distribuir 30 toneladas de batatas sementes em 2018 para as 200 famílias envolvidas no desenvolvimento dessa cultura. O secretário Rômulo Araújo Montenegro ainda assegurou que o governo do estado vai recuperar a câmara frigorífica de Lagoa Seca-PB, com a implantação de um sistema moderno de refrigeração, com economia de energia e sem o uso de água, cuja a gestão deverá ser assumida pelas organizações dos agricultores, afirmou o secretário. Os compromissos foram assumidos durante audiência realizada no dia 10 agosto.
De acordo com o secretário, o armazenamento das batatas sementes, que precisam de um ambiente climatizado, com temperatura em torno de quatro graus, será assegurado a partir da locação de contêineres refrigerados, com cerca de seis metros cada, e capacidade para estocar até 10 toneladas cada um. A locação dos equipamentos, que serão instalados nas dependências da unidade frigorífica de Esperança, já foi autorizada e aguarda somente os trâmites jurídicos e administrativos legais para se concretizar. “Não se preocupem que vocês não perderão as batatas sementes produzidas esse ano, por falta de local para armazenamento”, afirmou Rômulo Montenegro. Estima-se a necessidade de se alugar um ou dois contêineres.
A compra das batatas sementes, por sua vez, também não vai demorar, segundo o secretário, porque já foi realizado um processo licitatório para a aquisição de 30 toneladas. “Como não houve apresentação de fornecedor para a semente de batata agroecológica, o governo pode realizar uma compra direta, e é o que nós faremos junto a Embrapa ou outro órgão que forneça o produto”, assegurou Rômulo. O secretário lembrou que há uma demanda do Governo Estadual para Secretaria Especial de Agricultura, em Brasília, de aquisição destas sementes e que se for aprovada, essa compra poderá ser ampliada. Em 2011, quando foi iniciado o plantio, o governo doou 940 caixas de batatas sementes.
“É uma determinação do governador Ricardo Coutinho resolver esse problema em definitivo. Ele próprio me encaminhou essa demanda que foi solicitada durante a plenária do Orçamento Democrático, realizada em 28 de abril na cidade de Esperança”, disse Rômulo referindo-se ao conserto do frigorífico de Lagoa Seca, cujo levantamento de custos já está sendo realizado. Segundo o secretário, o aluguel dos contêineres se dará de forma emergencial até que se conclua a estruturação da unidade frigorífica de Lagoa Seca. Em Esperança, também existe uma câmara frigorífica, mas, o espaço foi superdimensionado, as instalações e equipamentos são obsoletos, o que inviabiliza, na atual conjuntura, sua recuperação.
O processo estabelecido pela Comissão Territorial da Batata Agroecológica desde 2011 tem sido muito importante para os agricultores e agricultoras e todas as organizações envolvidas. Essa audiência aconteceu em decorrência das muitas dificuldades nos últimos dois anos para o armazenamento das sementes na unidade frigorífica de Esperança. Foram vários momentos onde foi apresentado os resultados positivos do programa da batata agroecológica, e também nossas necessidades como a estruturação de uma câmara moderna e a renovação das batatas sementes. Vale salientar ainda, que nesse período, a Comissão Territorial da Batata Agroecológica conseguiu estabelecer parcerias importantes com as prefeituras da região, que asseguraram por dois anos a continuidade do programa com abastecimento de água.
Ainda estiveram presentes na audiência o deputado estadual Jeová Campos (PSB-PB), representando a Assembleia Legislativa da Paraíba, como presidente da Comissão de Desenvolvimento, Turismo e Meio Ambiente da casa, técnicos da SEDAP Antônio Barbosa, João Aguiar e Benélio Araújo, e Fábio, gerente de negócios do Banco do Brasil. Segundo Jeová Campos, “O único estado do país que produz a batata agroecológica é a Paraíba e isso, por si só, já seria motivo para o governo estadual ter um olhar especial para a cultura, mas, além do ineditismo, a cultura da batata na região da Borborema significa progresso e desenvolvimento, geração de renda e emprego”, destaca o parlamentar que na quarta-feira (09) foi conhecer o plantio das batatas agroecológicas no Dia de Campo realizado pela Comissão e se encantou com o que viu. O parlamentar também trabalha com a expectativa de poder ajudar esse arranjo produtivo na região da Borborema. “Essa é uma experiência exitosa que precisa de estímulo e apoio e vamos buscar formas de contribuir com essa cultura e quem sabe até expandi-la para outras regiões do estado”, afirma Jeová.
Para o produtor e representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Polo da Borborema, Nelson Anacleto, as respostas do governo reacendem a esperança de muitas famílias da região que vivem do cultivo da batata agroecológica. “Entramos nesta audiência cheios de expectativas e saímos dela muito aliviados e alegres, pois nossas demandas serão atendidas e nós não perderemos nossas batatas sementes, ganharemos novas sementes e ainda teremos a recuperação do frigorífico que vai assegurar o armazenamento das futuras sementes”, afirmou Anacleto, lembrando que os produtores já estão com as batatas arrancadas esperando o espaço para o armazenamento.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Areial, Zeneide Balbino, enalteceu o compromisso do governo Ricardo Coutinho com os trabalhadores do campo. “Esse governo, de fato, tem um olhar diferenciado e ações efetivas para os trabalhadores rurais. No tocante a produção de batata agroecológica na Borborema, esse apoio do governo foi e será fundamental, pois sem esse apoio nós não teríamos conseguido avançar”, afirmou a produtora. O Assessor Técnico da ASPTA-PB, Wagner Azevedo, mostrou dados da produção da batata agroecológica no Agreste da Borborema comprovando a viabilidade da cultura. De acordo com o demonstrativo apresentado por ele, entre 2011, quando começou o plantio, e 2016, foram produzidas 710,2 toneladas de batata agroecológica na Paraíba, e mais 1.400.000 circulou na economia da região com a venda da batatinha. O plantio da cultura acontece entre os meses de maio e junho e a colheita entre o final de julho até setembro.
Segundo Wagner, as 30 toneladas de sementes que serão distribuídas pelo Governo estadual, com as 200 famílias que cultivam a batata, em oito municípios da região da Borborema, serão suficientes para uma produção de cerca de 300 toneladas ano, cuja principal via de comercialização são as feiras agroecológicas, feiras livres, venda nas comunidades e PAA e PNAE, além do consumo próprio das famílias produtoras.
Com informações do Blog do Jeová Campos:
http://paraiba.pb.gov.br/governo-apoia-plantadores-de-batata-agroecologica-do-polo-da-borborema/