Cerca de 100 feirantes agroecológicos vindos de 30 municípios da Paraíba, das regiões do Agreste, Borborema, Curimataú, Seridó e Cariri do estado, estiveram reunidos no dia 06 de junho, em Campina Grande na Feira Regional de Produtos Agroecológicos. Das 7h as 12h, a Praça da Bandeira, no centro da cidade, ficou lotada de consumidores e agricultores, que comercializaram produtos e dialogaram sobre sua produção.
Com o tema “Por um São João Livre de Transgênicos e Agrotóxicos”, a feira foi uma promoção da Comissão de Produção Orgânica da Paraíba – CPOrg PB e teve como objetivo divulgar o produto orgânico agroecológico, como explicou Verônica Barbosa, assessora técnica da organização não governamental Patac e integrante da CPOrg: “Para a gente é uma alegria trazer essa proposta do alimento agroecológico para Campina Grande, o nosso objetivo é fazer com que a população conheça e se aproxime dessa produção, queremos fortalecer o acesso democrático a esse tipo de alimento”.
Na feira, que contou com 20 barracas, os consumidores puderam adquirir uma variedade de frutas, hortaliças, tubérculos, sementes e grãos, ovos, leite, mel e produtos beneficiados como doces e polpas de frutas, bolos, tapiocas, beijus e comidas de milho, entre outros. Durante a feira, aconteceu o lançamento do fubá agroecológico, produto que dá origem ao cuscuz não transgênico, com a degustação e comercialização do produto. Uma esquete teatral foi apresentada pelos alunos do curso de Agroecologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) que tratou do modelo do agronegócio versus o modelo da agroecologia. Houve ainda a distribuição de mudas, tudo ao som do legítimo forró ‘pé-de-serra’, animado pelo trio Puxando o fole.
Glória Batista, da coordenação executiva da Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba) e da coordenação nacional da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), falou sobre como as feiras são uma expressão da agroecologia e da importância de eventos como a feira regional: “O alimento saudável é um elo que une o campo e a cidade, precisamos fortalecer essa relação e essa feira é um passo nesse sentido. Queremos um São João livre de transgênicos e de agrotóxicos e mais que isso, uma sociedade livre deles. Consumir veneno é plantar morte e nós semeamos a vida no semiárido”.
A agricultora Zilda de Araújo Tavares, veio do Sítio Jenipapo de Cima, município de Puxinanã, vendeu cem por cento do que trouxe para a feira. Ela ainda não possui a certificação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), mas conta que nunca usou veneno na sua produção. Segundo ela, é crescente o interesse das pessoas por um alimento mais saudável: “Tem muita procura, quando as pessoas sabem que a produção vem de uma cisterna calçadão, sem nenhum tipo de veneno, elas ficam doidas para levar. Estão aqui só me perguntando quando haverá uma nova feira como essas aqui”, comentou.
Joseane Alves da Silva, veio do Sítio Pocinhos, município de Monteiro, Cariri do estado. Ela faz parte da Associação de Agricultores Familiares Agroecológicos de Monteiro (AAFAM), entidade cadastrada pelo MAPA, junto a CPOrg, que engloba outras cinco comunidades rurais. A agricultora participa da Feira Agroecológica do município há cerca de 10 anos e veio participar a convite da CPOrg. Ela se disse muito satisfeita com a iniciativa da feira e considera uma iniciativa importante para os agricultores e agricultoras na divulgação dos seus produtos.
A Feira Regional aconteceu em comemoração à semana dos orgânicos e também em alusão à semana do meio ambiente. Este é o 13º ano consecutivo em que as CPOrgs de todo o pais promovem eventos de divulgação da produção orgânica neste período.
A Comissão Estadual de Produção Orgânica (CPOrg), é formada por representantes de segmentos da rede de produção orgânica da Paraíba e entidades governamentais e não governamentais. Promoveram ainda a feira o Núcleo de Extensão Rural em Agroecologia da UEPB, o Centro Vocacional Tecnológico de Agroecologia e Produção Orgânica: Agrobiodiversidade do Semiárido (CVT) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Articulação Paraibana de Agroecologia.