A Feira Regional de Produtos Agroecológicos “Natal Sem Veneno” mudou a rotina da Praça da Bandeira, no Centro de Campina Grande-PB, na manhã desta quinta-feira 13 de dezembro. O local foi ocupado, das 7h às 12h, por 22 barracas com uma variedade de alimentos trazidos por feirantes de 15 municípios das regiões Agreste, Borborema, Cariri, Seridó e Médio Sertão do Estado. A iniciativa de reunir os feirantes é da Articulação Paraibana de Agroecologia – ARPA, uma rede de movimentos de promoção da agroecologia do estado no campo e nas cidades.
A proposta da Feira nasceu dos movimentos e entidades articulados na Paraíba pensando em como expandir a comercialização dos produtos agroecológicos vindos da agricultura familiar da região, além de ampliar o diálogo com a cidade. Assim, no mês de junho aconteceu a Feira Regional “Por um São João Livre de Transgênicos e Agrotóxicos” e a Feira Regional que celebrou o Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro.
“Essa já é a terceira feira regional, no campo do diálogo com o consumidor, e a gente percebe que teve uma resposta muito positiva. Eles ouviram a divulgação nas rádios e TVs, leram nos sites e participaram comprando e sugerindo mais momentos como este. Por outro lado, vemos também a animação das famílias agricultoras, que têm neste tipo de feira um espaço a mais para aumentar a sua renda. Outra coisa que merece destaque é a diversidade de alimentos como raízes, frutas, hortaliças, produtos beneficiados, sementes empacotadas, o sucesso que é o xerém, o fubá e o mungunzá livres de transgênicos, isso tudo em um ano de chuvas abaixo da média. Outra coisa importante é essa articulação entre as regiões produtoras”, avaliou Emanoel Dias, assessor técnico da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, uma das entidades que compõem a ARPA.
Além de ser um espaço privilegiado para a comercialização dos alimentos, as feiras agroecológicas regionais tem sido um importante espaço de troca de conhecimentos, produtos e experiências entre os agricultores. Marleide Ferreira Leite Soares, do Sítio Antas, Puxinanã é nova na atividade de feirante. A agricultora participa há um mês e meio da recém-criada Feira Agroecológica de Puxinanã-PB. Ela vende lanches como bolos, sucos, tapiocas, com produtos que saem da sua propriedade e diz que até o momento não tem do que reclamar das vendas. Marleide aproveitou o espaço da feira para trocar experiências: “Já estava ali conversando com as agricultoras da barraca de Mogeiro-PB sobre a experiências que elas tem lá do cuscuz branco, feito com a massa da mandioca, não sei se lá no meu município vai dar certo, mas eu vou testar para vender junto com a galinha de capoeira”, disse a agricultora que está diversificando os seus alimentos vendidos.
A Feira Natal Sem Veneno contou com a animação dos músicos cedidos pela Pró-Reitoria de Cultura – Procult da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, através do Centro Artístico Cultural – CAC. Além disso, os estudantes da Rede de Núcleos de Extensão em Agroecologia distribuíram materiais informativos e ervas medicinais.
A ARPA
A Articulação Paraibana de Agroecologia – ARPA, nasceu em maio de 2018, nos momentos de preparação da Paraíba para o IV Encontro Nacional de Agroecologia, que aconteceu em Belo Horizonte-MG e reuniu mais de duas mil pessoas de redes, coletivos e entidades de promoção da agroecologia. A articulação surge como uma soma de esforços para fortalecimento da agroecologia no campo e na cidade.
A ARPA é formada pelas seguintes instituições, movimentos e redes: Articulação do Semiárido Paraibano – ASA Paraíba; Comissão Pastoral da Terra – CPT; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST; Marcha Mundial de Mulheres – MMM; Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB; Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA; Rede de Educação Cidadã – Recid; Pastoral da Juventude Rural – PJR; Rede de Núcleos de Agroecologia da Paraíba; e Serviço de Educação Popular – Sedup.