Ação comunitária ocorrida entre os dias 19 e 20 de março contemplou 231 famílias em situação de insegurança alimentar. Foram cerca de 4 toneladas de alimentos agroecológicos vindos de quintais e áreas de produção familiar.
Para realizar a acolhida e montagem dos alimentos, voluntários acordaram bem cedinho e se reuniram na Arena Carioca Dicró, espaço cultural localizado na zona norte da cidade.
Os alimentos produzidos pela agricultura familiar chegaram de diferentes regiões dos Estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. O arroz veio da Cooperativa Camponesa Central do MST/MG, a farinha de mandioca da agricultora Thamiris Leandro Pinto do MST/RJ; o feijão de agricultores de Friburgo vinculados à UNACOOP; As raízes de inhame, aipim e batata doce vieram da agricultora Leodicea Lima Salles, de Magé; as hortaliças do agricultor Pedro Gonçalves, certificado como orgânico associado ao Sistema Participativo de Garantia – SPG da ABIO de Petrópolis, o pão é da cozinha comunitária do Arranjo Local da Penha, feito pelas mãos da culinarista Tatiana de Souza Silva, do empreendimento Dobalacobaco. E de fruto ainda tinha o Caqui, tradicionalmente cultivado pela associação de produtores orgânicos (Agroprata) no Maciço da Pedra Branca, com grande expressão cultural na zona oeste da cidade.
Mariana Portilho, assessora técnica da AS-PTA destaca: “No contexto de pandemia, em que muitos perderam seus empregos, a agricultura urbana e o trabalho em rede reafirmam suas potencialidades. As redes solidárias atuam por meio da compra direta de alimentos apoiando quem consome e quem produz. Dessa forma possibilita o escoamento da produção que poderia ser perdida e abastece com comida de verdade quem precisa.”
A produção nas hortas de quintais e em outros espaços coletivos, somada à mobilização territorial, demonstra a força que os Arranjos Locais têm para promover a segurança alimentar e nutricional (SAN), principalmente em cenários de instabilidade socioeconômica. A distribuição das cestas agroecológicas chama a atenção para a importância da sociedade civil na promoção de ações de combate à fome e à pobreza. Dessa forma, o desenvolvimento desse projeto estimula que ações de agricultura urbana sigam contribuindo para a segurança alimentar e nutricional SAN de famílias moradoras de comunidades cariocas.
Ana Santos, agricultora urbana que participou de todas as entregas até então realizadas pelo projeto Ações de Assistência Social e Saúde, completa: “Cansada mas feliz! Essa etapa preparatória de montagem foi ótima e a logística bem desenhada. Estamos no ápice da pandemia, cada processo deve ser feito de forma cautelosa. Estive em cada momento e hoje temos muitos aprendizados pra contar.”
Os alimentos foram destinados às famílias moradoras do Complexo do Alemão, Complexo da Penha, Campo Grande, Vargem Grande, Quilombo Dona Bilina, Quilombo Cafundá Astrogilda, Quilombo do Camorim e Pedra de Guaratiba. Os critérios de distribuição das cestas levaram em conta as famílias que têm maior urgência de assistência, considerando a quantidade de filhos, idosos e a situação socioeconômica.
A rede solidária foi uma iniciativa da AS-PTA com organizações comunitárias, sendo elas Verdejar Socioambiental, Centro de Integração na Serra da Misericórdia (CEM), Fundação Angélica Goulart (FAG), Mulheres de Pedra, Horta da Brisa Quilombos do Maciço da Pedra Branca, Feira da Roça de Vargem Grande, Feira Agroecológica de Campo Grande, Quintais da Colônia e Fiocruz Mata Atlântica.
A iniciativa teve o apoio da BB Seguros e do Banco BV, empresas do conglomerado Banco do Brasil, além da cooperativa de crédito COOPERFORTE, que destinaram recursos à Fundação Banco do Brasil para a promoção e gestão de ações de assistência social, prevenção e combate a pandemia de Covid-19.
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