A horta, que também faz parte do programa “Hortas Cariocas” da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, possui 35 canteiros com cultivo dos mais variados tipos de alimentos. Couve, alface, almeirão, coentro, aipim, ora-pro-nóbis, hortelã-pimenta, banana, salsinha, milho, pimenta, tomate, chuchu são algumas das espécies cultivadas
No dia 24 de agosto foi realizada mais uma atividade do Arranjo Local de Guaratiba. Dessa vez, o local escolhido foi a Escola Municipal Emma D’ávila de Camillis, onde fica a Horta Professora Aline Scribelk de Carvalho Maciel. Cercada pelo Parque Natural Municipal da Serra da Capoeira Grande, uma área protegida de extrema importância para a região, a escola é referência no desenvolvimento de atividades ambientais e educativas em Pedra de Guaratiba.
Durante o café da manhã partilhado, Carlos de Oliveira, diretor adjunto da escola, fez um breve relato sobre o histórico da horta que existe há mais de 18 anos. O nome foi dado em homenagem à sua fundadora, a professora Aline, que já está aposentada. Hoje,a horta continua viva e crescente, sendo cuidada por muitas mãos.
Valdete Alves começou há cinco anos como “hortelã”, nome dado à pessoa que cuida e zela pelos canteiros de produção. Atualmente, é quem coordena todo o espaço e contou: “Eu vi aqui um hospital para me curar. Eu vi um espaço legal que a gente poderia fazer coisas lindas. Já tivemos muita dificuldade aqui, por conta da falta d’água na região. Mas hoje essa horta é um ponto de referência para os vizinhos e para as crianças. Eu tenho uma trajetória de vida nessa escola e vejo essa escola como um lar pra mim”
Tudo que é produzido na horta é utilizado nas refeições oferecidas na merenda escolar, enquanto o excedente é distribuído para a comunidade do entorno. Durante o período de pandemia, em que há um aumento de famílias em situação de vulnerabilidade social, os alimentos colhidos e distribuídos têm sido de grande contribuição para quem recebe.
Além de conhecer a horta, a atividade também contou com a realização de uma oficina de manejo de solo e aplicação de insumos agrícolas. Facilitada por Letícia Ribeiro, assessora técnica agrícola da AS-PTA e Paulo Monteiro, educador ambiental pela Fundação Angélica Goulart, os dois utilizaram canteiros vazios para apresentar, de maneira prática, técnicas de aplicação e uso da torta de mamona e calcário.
Letícia ressaltou sobre a importância dessa atuação em rede para o território: “O Arranjo Local de Guaratiba recebeu insumos e ferramentas para potencializar seus espaços produtivos: pás, enxadas, cavadeiras, facões, torta de mamona e calcário agrícola para a melhorar o manejo ecológico e fertilidade do solo. Vimos a necessidade dessa formação para o melhor aproveitamento desse material para o Arranjo como um todo”
E Paulo complementou: “É preciso experimentar as possibilidades de adubação com as matérias orgânicas, e para cobertura do solo usar capim, cascas e bagaço de cana”.
Todo o procedimento foi realizado respeitando a realidade local: quantidade de aplicação de cada produto, ordem de aplicação, melhor período e tempo de preparo do solo. O conteúdo conversado na oficina será transformado em uma cartilha para uso dos participantes.
Todos e todas saíram do encontro com a programação do próximo encontro definida! A próxima atividade será uma oficina de construção de iscas para abelhas nativas sem ferrão, no espaço Mulheres de Pedra, também em Pedra de Guaratiba.
Fotos: Rudson Amorim
Realização: Amigos da Horta da Brisa, AS-PTA, Escola Municipal Emma D’Ávila de Camillis, Fundação Angélica Goulart, Mulheres de Pedra e Pastoral da Criança.
O Arranjo Local de Guaratiba compõe um dos seis Arranjos Locais que são animados pela AS-PTA por meio do projeto REDES LOCAIS DE PRODUÇÃO E ABASTECIMENTO ALIMENTAR: FORTALECENDO LAÇOS DE PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E CONSUMO DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS que conta com o apoio da MISEREOR. O projeto prevê potencializar as ações agroecológicas desenvolvidas na região metropolitana do Rio de Janeiro promovendo o fortalecimento local, autonomia e direito à alimentação saudável.