A partilha de sementes é uma prática ancestral que foi e vem sendo ameaçada pelo modelo de agricultura do agronegócio, em que as estruturas do comércio agroalimentar global na modernidade tardia reconfiguraram drasticamente as práticas de troca e reformularam as questões de propriedade legal, resultando em acesso restrito às sementes para a maioria das pessoas.
Os movimentos de soberania alimentar (e por associação, de sementes) relatam diversas formas de resistência a esse contexto.
A agricultura urbana promove a produção diversificada de alimentos livres de agrotóxicos e transgênicos e é abundante em saberes e práticas que contribuem para agroecossistemas mais sustentáveis. As sementes representam, neste contexto, ativos de lutas simbólicas em defesa dos interesses de agricultoras e agricultores que buscam autonomia e segurança alimentar e nutricional nas práticas agroecológicas nas cidades.
Nas palavras dos guardiões e guardiãs das memórias e das sementes locais:
A semente é a porta de entrada da Agroecologia.
Palavras são sementes.
Semente é vida, sobrevivência, amor, é contar histórias das
pessoas e suas lembranças. A semente faz a vida prosperar, nos dá
esperança de novas gerações.
Nesse caderno, feito em parceria com a Rede Carioca de Agricultura Urbana e a Fiocruz (Programa de Desenvolvimento do Campus Fiocruz Mata Atlântica) você conhece um pouco mais dessas pessoas-sementes. Ele é parte da campanha Produtos da Gente, realizada no âmbito do Programa de Agricultura Urbana da AS-PTA através dos projetos Sertão Carioca: Conectando Cidade e Floresta, Projeto Hortas Orgânicas em Faixas de Dutos e Projeto Redes Locais de Produção e Abastecimento Alimentar: Fortalecendo laços de produção, comercialização e consumo de alimentos saudáveis (Projeto Arranjos Locais).
Boa leitura!
Cartilha Sementes da Agricultura Urbana