Em 2020 e 2021, anos marcados pela pandemia mundial de COVID-19 e por uma estiagem severa que acabou frustrando as safras agrícolas do território, o Polo da Borborema, assessorado pela AS-PTA, executou o projeto Borborema Agroecológica. Esse projeto teve como objetivo contribuir para o fortalecimento da capacidade de adaptação da agricultura familiar do Semiárido brasileiro às mudanças climáticas globais por meio de processos de incorporação de inovações sociotécnicas e da gestão de conhecimentos que confiram resiliência aos sistemas produtivos e níveis suficientes de renda e segurança alimentar para as famílias.
O projeto Borborema Agroecológica foi dividido em três grandes eixos ordenadores de ação: a construção do conhecimento sobre estratégias coletivas voltadas para a estruturação de sistemas produtivos resilientes às mudanças climáticas; a promoção da incorporação de inovações agroecológicas por famílias e comunidades em situação de vulnerabilidade face às mudanças climáticas; a construção de um marco referencial para o monitoramento ecológico e econômico participativo, com a finalidade de avaliar níveis de resiliência da agricultura familiar na região e orientar iniciativas coletivas de adaptação às mudanças climáticas.
O projeto ganhou materialidade a partir da ação concentrada em sete comunidades (Amaragi, Benefício, Cutias, Furnas, Palma, Soares e Oziel Pereira) de sete municípios (Lagoa Seca, Esperança, Alagoa Nova, Areial, Solânea, Queimadas e Remígio) dos 13 que compõem o território agroecológico da Borborema. Essa estratégia busca adensar as trajetórias de inovação socioecológica na escala da comunidade e dos agroecossistemas, buscando conferir maiores capacidades de resiliência aos extremos climáticos. Trata-se de uma estratégia para fortalecer comunidades resilientes, visto que os agroecossistemas não podem ser compreendidos e trabalhados fora de seu contexto social, econômico, ambiental, político e cultural. A abordagem das comunidades resilientes vem promovendo referências metodológicas, conceituais e políticas que iluminam aprendizados para o conjunto do território da Borborema.
O plano estratégico de ação para o território nasceu, nesse contexto, da escuta das comunidades que participaram do processo de aprendizagem coletiva e dos inúmeros espaços coletivos de reflexão da coordenação do Polo da Borborema e da AS-PTA, que buscam avaliar os sinais dados pela natureza como indicação local ao fenômeno das mudanças climáticas globais. Igualmente, foram considerados os acúmulos produzidos ao longo dos 30 anos de atuação desse movimento no território da Borborema.
O Borborema Agroecológica faz parte das 11 iniciativas executadas no âmbito do projeto Gestão do Conhecimento para a Adaptação da Agricultura Familiar às Mudanças Climáticas (INNOVA AF), financiado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrário (FIDA) e executado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Plano Estratégico Polo da Borborema