A atividade, resultado de uma ação de distribuição de sementes crioulas realizada entre ReSA e MPT/PR, contará com lançamento de uma cartilha e um vídeo.
Celebrar, evidenciar e reconhecer! Esse é o objetivo do encontro virtual “Plantô, Brotô: produção de alimentos e conservação das sementes crioulas”, que será realizado pela Rede Sementes da Agroecologia (ReSA), na próxima segunda-feira (19/07), às 19h, através das suas redes sociais. A realização da atividade é resultado da compra e distribuição de sementes crioulas que beneficiou cerca de 5 mil famílias agricultoras paranaenses, através do Projeto Emergencial de Conservação e Multiplicação da Agrobiodiversidade, realizado pela Rede com apoio do Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT/PR), entre agosto de 2020 a julho de 2021.
Durante o encontro, está previsto o lançamento da cartilha, que aborda o trabalho, as experiências e os saberes tradicionais e culturais das famílias guardiãs – pessoas que têm uma relação profunda de respeito e convívio com a natureza. Também será lançada uma animação sobre a importância das sementes crioulas para a manutenção da vida e da agrobiodiversidade.
A atividade virtual contará com a participação da procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho no Paraná e grande apoiadora do projeto, Margaret Matos de Carvalho, além de guardiãs e guardiões das sementes crioulas, agricultores e artistas populares.
Projeto – O projeto, construído coletivamente pelas organizações que compõem a ReSA e com apoio financeiro do MPT-PR, nasceu em 2020 como uma resposta à pandemia de Covid-19. O calendário de aproximadamente 30 feiras e festas de sementes crioulas, que seriam realizadas em toda a região sul do País para difundir e trocar experiências sobre agrobiodiversidade, agricultura familiar e alimentação saudável, foi cancelado. A não realização desses eventos atingiu diretamente a aquisição de sementes, a renda e a soberania alimentar das famílias guardiãs.
Realizado em três fases de compra e doação de sementes, o projeto adquiriu, na primeira etapa, 30 toneladas de sementes de cereais e mudas de mandiocas. Na sequência, 31.992 pacotes, de 62 espécies com 204 variedades de hortaliças e plantas alimentícias não convencionais (PANCs) foram partilhadas. Para fechar o ciclo, cerca de 6.500 quilos de espécies de adubação verde, como aveia branca, trigo mourisco, centeio, ervilhaca, tremoço e nabo forrageiro chegaram para as famílias.
Toda essa diversidade foi adquirida de 111 famílias guardiãs, e partilhada com aproximadamente 5 mil famílias de agricultores familiares, indígenas, faxinalenses, caiçaras, quilombolas, assentados e acampados da reforma agrária, e hortas urbanas, de 70 municípios do Paraná. Ao todo, 78% das comunidades quilombolas reconhecidas no Estado foram beneficiadas.