Em tempos de esperançar, agricultores urbanos, coletivos e organizações comunitárias se reúnem – seguindo as normas de orientação de segurança- após suspensão das atividades em razão da Covid-19
Desde o início da pandemia, em março de 2020, muitas das atividades em grupo ficaram interrompidas. Se na agroecologia nossas diretrizes estimulam a partilha em volta da mesa, hoje, em cenário de pandemia, entendemos que agroecológico é também, e acima de tudo, o cuidado coletivo.
Foi com essa ideia que iniciamos o dia na Horta da Brisa – saboreando um café da manhã com muita atenção aos protocolos, e animados em torno da celebração do alimento. Um dos pratos que chamou a atenção foi o omelete de Chaya feito pelas companheiras das Mulheres de Pedra, Leila e Dona Nair.
A horta é organizada territorialmente por agricultoras e agricultores urbanos e conta com apoio de diversos coletivos, que juntos compõem o Arranjo Local de Guaratiba.
Durante a roda de conversa é que as conexões iam se fortalecendo. Dona Leonídia, produtora de mudas reconheceu Carlos Oliveira, diretor adjunto da Escola Municipal Emma D’Ávila de Camillis, onde não coincidentemente seus filhos estudam e que por lá vem realizando atividades de educação ambiental.
Maria, agricultora urbana e uma das lideranças comunitárias, contou um pouco da trajetória de mais de 20 anos de existência desse espaço produtivo:
“A horta começou a partir de uma parceria entre a AS-PTA, a Pastoral da Criança, a Fundação Angélica Goulart – FAG e juntamente com a comunidade do entorno para alimentar famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Nesses muitos anos de história, a horta já teve suas atividades interrompidas inúmeras vezes por conta de alguns infortúnios como pragas de carrapatos, caramujos e até mesmo depredações. Mesmo assim, os amigos da horta, como o grupo se autodenominou e somos conhecidos, seguiram acreditando e reconstruindo as atividades dentro do espaço”.
A parceira Chris, ouvindo o interesse do grupo, falou sobre a importância das abelhas para polinização e produção de mel no Arranjo.
Desse primeiro encontro já saímos com um planejamento mensal de atividades previstas para até o final do ano:
- Agosto – oficina de uso de insumos orgânicos – Manejo de calcário e torta de mamona para preparação de canteiros de plantio na Escola Emma D’Ávila;
- Setembro – oficina de criação de iscas para colmeia de abelhas nas Mulheres de Pedra;
- Outubro – Sensibilização do uso banheiro seco e instalação de composteira na Horta da Brisa
- Novembro – Avaliação das atividades e planejamento próximo ano na FAG
- Dezembro – Confraternização de final de ano
Realização: Amigos da Horta da Brisa, AS-PTA, Escola Municipal Emma D’Ávila de Camillis, Fundação Angélica Goulart, Mulheres de Pedra e Pastoral da Criança
O Arranjo Local de Guaratiba compõe um dos seis Arranjos Locais que são animados pela AS-PTA por meio do projeto REDES LOCAIS DE PRODUÇÃO E ABASTECIMENTO ALIMENTAR: Fortalecendo laços de produção, comercialização e consumo de alimentos saudáveis que conta com o apoio da MISEREOR. O projeto prevê potencializar as ações agroecológicas desenvolvidas na região metropolitana do Rio de Janeiro promovendo o fortalecimento local, autonomia e direito à alimentação saudável.