Da Paraíba, 10 representantes trocam experiências com outras 90 pessoas dos demais estados do Semiárido brasileiro, da região do Chaco e do Corredor Seco
Jovens do campo de sete países da América Latina estão se encontrando virtualmente para trocar experiências sobre a vida em locais secos nesta época de mudanças climáticas.
Do Semiárido da Paraíba, são cerca de 10 jovens – Felipe, José Jesus, Joyce Lorenna, Maria Beatriz, Diego, Petrúcia, Lucas, Mateus e Adailma e Valéria – que estão envolvidos em iniciativas de convivência com a região e de agroecologia em nove municípios.
De outros estados do Semiárido brasileiro, são mais cerca de 40 jovens. E mais 50 participantes da Guatemala, Honduras, El Salvador, na América Central, e da Bolívia, Paraguai e Argentina, da América do Sul.
Os encontros, que duram 2h30, começaram no dia 10 de junho. Até sábado passado (17), aconteceram 3 oficinas. A próxima e última será no dia 27 que vem.
Em cada encontro, um tema que tem a ver com as condições necessárias para a manutenção da vida no campo em tempos de mudanças climáticas.
No primeiro encontro, o tema é identidade das juventudes rurais. No segundo, autonomia, agroecologia, resistência, segurança alimentar e geração de renda. No terceiro, auto-organização para a permanência dos jovens no campo. E no quarto, comunicação e visibilidade das experiências das juventudes camponesas.
Em cada encontro, uma experiência por região – Chaco, Corredor Seco e Semiárido brasileiro – é apresentada e uma conversa se faz a partir das vivências dos demais participantes.
Na oficina de sábado passado, sobre auto-organização, foi a vez da juventude paraibana contar como mobilizam outros/as jovens para participar das ações, como suas vozes são ouvidas e como suas ideias são consideradas pelos pais, mães e lideranças mais velhas.
A porta-voz dos/as jovens paraibanos foi Petrúcia Nunes de Oliveira, do município de Juazeirinho, no Cariri, uma região com uma média pluviométrica de 450 mm por ano.
Para ilustrar a fala, dois vídeos foram apresentados. Um deles sobre o movimento de jovens no território da Borborema. Um vídeo produzido em 2018, feito numa formação em comunicação com a juventude, mas ainda atual.
As oficinas fazem parte de um programa de formação realizado pelo DAKI, uma iniciativa que envolve duas articulações de organizações da sociedade civil que atuam nas regiões secas da América Latina: a Articulação Semiárido (ASA Brasil) e a Plataforma Semiáridos. O DAKI é financiado pelo Fundo Internacional do Desenvolvimento Agrícola (Fida).
Como parte da ação desse programa, no semestre que vem, vai ter dois intercâmbios presenciais. “25 jovens do Brasil irão participar de um intercâmbio na Argentina e 25 jovens virão para o Brasil trocar experiências, isso em meses diferentes”, conta Petrúcia.