Entre os dias 16 e 17 de março, a cidade espanhola de Granada será a sede do seminário internacional Agroecologia e Políticas Públicas. O objetivo é trazer para discussão estratégias que consigam fazer convergir as experiências agroecológicas espalhadas descoordenadamente mundo afora. Para tanto, torna-se importante realizar uma análise geral da situação alimentar mundial e regional.
Além disso, a Agroecologia deve munir-se de critérios para abordar de forma coesa e coerente questões como as regulamentações, incentivos e subvenções para a produção agrícola que façam frente à lógica do mercado autorregulado. Nesse sentido, é preciso elaborar estratégias para melhorar a renda das famílias agricultoras que optaram por um sistema de produção sustentável, assim como propor políticas públicas que viabilizem as transições agroecológicas dos sistemas convencionais. Outro tema que vem se destacando nos debates sobre Agroecologia é sobre os tipos de propriedade mais condizentes com o manejo sustentável dos recursos naturais.
Segundo a organização do seminário: O enfoque agroecológico padece do necessário desenvolvimento daqueles aspectos que superam o âmbito da unidade de produção ou da comunidade estudada e que têm tanta repercussão sobre sua sustentabilidade. Esse aspecto e outros de mesma envergadura apontam para a falta de integração ao enfoque agroecológico dos aspectos políticos e institucionais que regulam as relações na agricultura. O propósito do seminário é, portanto, iniciar a discussão sobre como construir de maneira transdisciplinar uma Agroecologia Política que sirva de guia para a elaboração de políticas públicas de apoio a uma agricultura sustentável.
Paulo Petersen, Coordenador Executivo da AS-PTA e vice-presidente da Associação Brasileira de Agroecologia, participará do evento com a apresentação Uma alternativa agroecológica para a América Latina. Já o presidente da ABA-Agroecologia, Francisco Roberto Caporal, ficará a cargo de tratar do caso brasileiro: Agroecologia e políticas públicas na América Latina: o caso do Brasil. Haverá também apresentações sobre o caso da Bolívia e temas como transgênicos, agrocombustíveis, agricultura orgânica, o papel dos movimentos sociais agroecológicos, entre outros
Confira a programação a seguir:
Seminário Internacional
Agroecologia e Políticas Públicas
Seminário Permanente de Agroecologia
Faculdade de Ciências
Universidade de Granada
Dia 16 de março:
9:00 Abertura do Seminário
9:15 Ecologia Política e Agroecologia. Notas constituintes de uma Agroecologia Política. Francisco Garrido Peña (Universidade e Jaén) e Manuel González de Molina (Universidade Pablo de Olavide).
10:30 Alternativas Agroecológicas à crise do sistema agroalimentar. Clara Nicholls (University of California-Berkeley)
11:30 Intervalo
12:00 Agricultura Orgânica e Agroecologia. Gloria Guzmán Casado (Cifaed-Granada) e Jaime Morales (Iteso-México).
13:00 Os sujeitos da mudança: Campenização e recampenização? Jan Dowe Van der Ploeg (Universidade de Wageningen, Holanda).
14:00 Almoço
16:30 Uma alternativa agroecológica para a América Latina. Paulo Petersen (Vice-presidente da Associação Brasileira de Agroecologia)
17:30 Agroecologia e Políticas Públicas na América Latina: O caso do Brasil. Francisco Roberto Caporal (Presidente da Associação Brasileira de Agroecologia)
18:30 Agroecologia e Políticas Públicas na América Latina. O caso da Bolívia. Freddy Delgado (Agruco, Bolivia)
Dia 17 de março:
9:00 Agroecologia e Políticas Públicas na Europa. Manuel González de Molina (Universidade Pablo de Olavide).
10:00 Movimentos sociais e Agroecologia. Víctor Manuel Toledo (Unam, México).
11:00 Intervalo
11:30 O desafio da certificação: os sistemas participativos de garantia. Eva Torremocha (Associação Andaluza de Agroecólogos, Málaga)
12:30 Transgênicos e Agrocombustíveis segundo a perspectiva agroecológica. Walter Pengue (Universidade de Buenos Aires, Argentina).