Além das famílias agricultoras, os eventos contarão com a participação de organizações de base, entidades da sociedade civil e órgãos governamentais. Haverá representantes da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), da AS-PTA, da Campanha Brasil Ecológico Livre de Transgênicos e de Agrotóxicos, da Rede Ecovida, Movimento dos Sem Terra (MST), entre outros movimentos sociais. Da parte do governo, estarão presentes integrantes da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab-PR).
Tanto o seminário quanto a feira são atividades que já fazem parte do calendário do Contestado, sendo consideradas como importantes espaços de troca de experiências, formação, reflexão e definições de estratégias comuns, visando o fortalecimento da articulação da rede regional e o estímulo à transição agroecológica dos sistemas de produção no âmbito da Agricultura Familiar Camponesa. Como parte do processo de construção coletiva do conhecimento agroecológico, cabe a cada grupo ou comunidade avaliar o que se passou durante o ano e preparar bem a participação no seminário.
Durante os dois dias de seminário, do qual participarão cerca de 150 representantes regionais, entre homens e mulheres, adultos e jovens, serão realizadas apresentações de experiências, painéis, debates, trabalhos em grupos e atividades culturais abordando de diversas formas a necessidade de se garantir o direito das famílias agricultoras ao uso e conservação das sementes crioulas e da biodiversidade. Os participantes também trazem diversos materiais, tais como fotos de suas propriedades, boletins ou outros registros de seu trabalho, para a montagem de uma grande exposição sobre a realidade da Agricultura Familiar do Contestado.
A região, que abarca municípios paranaenses e catarinenses, vem se destacando pela mobilização dos agricultores familiares que temem que as recentes e, por vezes, inadequadas políticas do governo ameacem suas formas de produção, que combinam elementos tradicionais e inovadores, na busca não só de rendimentos, mas também harmonia com o meio ambiente.
Para Luis Cláudio Bona, coordenador do Programa de Desenvolvimento Local da Região do Contestado da AS-PTA, o incentivo à adoção de pacotes agrícolas, que consistem na aquisição de insumos, como agrotóxicos e sementes melhoradas e às vezes transgênicas, tem apenas gerado altos níveis de dependência e contribuído para a erosão genética das sementes.
As variedades de sementes crioulas, defendidas pelas famílias agricultoras, são fruto de um processo longo e constante de seleção e experimentação conduzido há várias gerações. São, portanto, um verdadeiro patrimônio genético, que, por também fazer parte da biodiversidade da região, deve ser preservado, explica.
A conservação da biodiversidade tem sido fundamental para que as famílias ingressem nos processos de transição agroecológica. Para os agricultores familiares e suas assessorias, as sementes crioulas contribuem para a autonomia dos sistemas de produção, mas também para a reprodução da Agricultura Familiar Camponesa. E é por isso que o mês de julho será dedicado às sementes crioulas e à defesa da biodiversidade.
Serviço:
23 e 24 de julho
22.º Seminário Regional de Agrobiodiversidade
Colégio Agrícola Estadual Getúlio Vargas – Palmeira (PR)
Rodovia João Chede – PR 151 Km 2
Tel: 42-3252-1240
25 de julho
9.ª Feira Regional das Sementes Crioulas e da Biodiversidade
Comunidade Passo do Tio Paulo – Palmeira (PR)
Para mais informações, entre em contato com Giseli (AS-PTA)
Tel: 42-3523-4074