Uma comissão de representantes do Coletivo de Mulheres do Campo e da Cidade foi recebida pelo Governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB-PB), pela Secretária da Mulher e da Diversidade Humana, Iraê Lucena e pela Secretária Executiva da pasta, Gilberta Soares na tarde da última segunda-feira, 10 de dezembro. A audiência aconteceu no Palácio da Redenção, sede do Governo da Paraíba em João Pessoa, e foi solicitada pelos movimentos de mulheres urbanas e rurais que realizaram uma mobilização com mais de 500 mulheres, no dia quatro de dezembro, na capital paraibana, para exigir dos poderes públicos medidas mais efetivas de combate e prevenção a todas as formas de violência contra a mulher.
Na audiência as mulheres entregaram ao Governador um documento contendo as reivindicações e tiveram a oportunidade ainda de historicizar a luta do movimento de mulheres pelo fim da violência e da impunidade. Na reunião foi agendado um novo encontro entre o Secretário de Segurança e da Defesa Social, Cláudio Lima, a Secretaria de Mulheres e o Coletivo de Mulheres do Campo e da Cidade. O objetivo é tentar encaminhar a reivindicações das mulheres e pensar em ações intersetoriais entre estas e outras secretarias que possam contribuir efetivamente para a diminuição dos casos de violência contra a mulher. A audiência com a autoridade de segurança ainda não tem data definida.
Avaliação – Para Gizelda Beserra, do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Remígio e da Coordenação do Polo da Borborema, a reunião foi proveitosa: “Foi um momento muito rico para o movimento de mulheres, pois o governo entendeu que estamos fortes e não vamos ficar caladas. Se nossas propostas não forem atendidas, vão acontecer mais mobilizações, o que não pode é as mulheres continuarem morrendo”, afirmou. Madalena Medeiros, do Centro de Ação Cultural – CENTRAC, acredita que a força das mulheres organizadas é a responsável pelos avanços conquistados: “Há muito tempo queríamos esta audiência, que só foi conseguida graças à pressão que fizemos, foi um passo importante pois conseguimos ser ouvidas e esperamos continuar este diálogo, pressionando sempre pela efetivação das políticas públicas voltadas para a mulher”.
Algumas das reivindicações contidas no documento entregue ao Chefe do Executivo são: adequação e ampliação do número de delegacias especializadas de atendimento às mulheres e qualificação dos funcionários; aplicação rigorosa da Lei Maria da Penha, com Juizados especiais que reconheçam e punam todos os crimes de violência contra as mulheres: violência psicológica, sexual, patrimonial, etc.; melhoria das condições de trabalho para as equipes dos serviços de atenção às mulheres em situação de violência e Políticas públicas comprometidas com a erradicação da violência contra as mulheres em todos os setores: Segurança Pública, Saúde, Educação, Assistência Social, Cultura, entre outros.
Integram o Coletivo de Mulheres do campo e da cidade as seguintes organizações: ASA Paraíba, AS-PTA Agroecologia e Agricultura Familiar, PATAC, CENTRAC, MST, CPT, MAB, MPA, Polo da Borborema, Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais, CEOP, Levante Popular da Juventude, Frente Feminista do Movimento Levante, Marcha Mundial das Mulheres, Coletivo de Mulheres Alexandra Kollonta- Consulta Popular, Rede de Mulheres em Articulação na Paraíba, Grupo de Mulheres Mães na Dor, Colmeias, Associação Paraibana de Imprensa, Articulação de Mulheres Brasileiras, Cunhã Coletivo Feminista, Bamidelê Organização de Mulheres Negras, Fórum de mulheres da Paraíba, União Brasileira de Mulheres, Centro da Mulher 8 de março, Coletivo Olga Benário e Índias Tabajaras.