Feira Orgânica de Campo Grande ganha nova identidade visual e organiza um sábado de atividades para celebrar a agroecologia e a agricultura urbana e familiar do Rio de Janeiro.
O dia 8 de dezembro foi de grande festa para os agricultores Maciço da Pedra Branca, na zona oeste do Rio de Janeiro e o motivo foi a reinauguração da Feira Orgânica Campo Grande. Após 16 anos de funcionamento a feira recebeu o apoio do Projeto Semeando Agroecologia e patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Desenvolvimento e Cidadania para a reformulação de sua identidade visual, recebendo novas barracas de aço, jalecos e bonés para os feirantes e ecobags para os consumidores. A feira agora tem uma nova logomarca que ressalta a produção de Caqui, típica desta região e materiais de divulgação que destacam a importância da presença dos agricultores no município, bem como produção de alimentos frescos saudáveis em locais bem próximos aos mercados consumidores. O principal objetivo destes novos materiais é o estreitamento da relação entre consumidores e agricultores, a valorização do seu trabalho e dos produtos vendidos na feira.
Segundo Marcio Mendonça, coordenador do Projeto Semeando Agroecologia, esta reinauguração marca um momento importante de reorganização da Feria Orgânica de Campo Grande onde os esforços estão concentrados em uma maior conscientização dos consumidores sobre a importância da valorização dos mercados locais através de relações mais solidárias e comunitárias entre agricultores e consumidores. Segundo Marcio este também é um momento importante pois marca o ingresso da Feira Orgânica de Campo Grande no Circuito Carioca de Feira Orgânicas, que deve representar maior visibilidade a este espaço de comercialização de alimentos orgânicos produzidos na cidade do Rio de Janeiro.
O evento de reinauguração da Feira Orgânica de Campo Grande é mais um apoio à iniciativas locais de comercialização direta de alimentos e produtos da agricultura familiar e agroecológica realizado no curso do Projeto Semeando Agroecologia. Para Claudemar Mattos, assessor técnico do Projeto, a valorização dos mercados locais representam um grande ganho econômico para estes agricultores, na medida em que vêm seus espaços de comercialização mais valorizados e se sentem mais próximos dos consumidores. Além disso, as feiras locais garantem a segurança alimentar tanto para as famílias dos agricultores como para as comunidades locais que estão consumindo produtos frescos e de qualidade.
Na visão do Projeto Semeando Agroecologia a aproximação do urbano e do rural pela via do consumo local ajuda a criar uma relação de complementariedade entre estes espaços, que muitas vezes se misturam e se integram, mesmo no território de uma das maiores metrópoles do País. A Feira Orgânica de Campo Grande reúne agricultores familiares residentes no Maciço da Pedra Branca, localizado no coração cidade do Rio de Janeiro. No entanto, o plano diretor desta cidade desconsidera toda e qualquer atividade agrícola, colocando todo este segmento social e econômico à margem dos processos de desenvolvimento pensados para a cidade, atualmente, todos voltados integralmente para os grandes empreendimentos imobiliários, turísticos e industriais.
O território do Maciço da Pedra Branca possui uma área com significativa cobertura vegetal de Mata Atlântica e abriga três comunidades com características camponesas, que praticam uma agricultura que respeita e preserva a fauna, a flora e a água há pelo menos cinco gerações.
Madalena, agricultora residente no Maciço da Pedra Branca e participante da Feira Orgânica de Campo Grande desde seu início, estava muito satisfeita com a festa e agradecia a presença de todos. Ela diz que sempre foi agricultora e tem prazer em fazer o que faz, “fui nascida e criada na roça, sem a roça não sei viver”. Segundo Madalena o governo não tem o direito de acabar com a agricultura e propõe a realização de uma caminhada para divulgar a agricultura de Campo Grande e mostrar a sua importância. Alessandra, filha de Madalena, gostou da divulgação da feira e acha que o novo visual vai ajudar muito a atrair mais clientes e melhorar as vendas.
Aline, também agricultora, disse que a nova identidade visual é muito importante porque quem passava na rua não identificava aquele espaço como uma feira orgânica, parecia feira comum. Ela acredita que as pessoas têm interesse no alimento orgânico e, sabendo que existe este tipo de alimento na Zona Oeste, a tendência é as vendas aumentarem.
Os fregueses também aprovaram a nova identidade visual da feira. Vilma é freguesa há mais de dois anos e conhece todos os agricultores. Ela diz que a feira é muito boa e “não deve acabar nunca”. Segundo Vilma o novo visual vai dar mais visibilidade à feira e à venda de alimentos orgânicos.
O evento contou com o apoio da Rede Carioca de Agricultura Urbana, Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), Sindicato Rural, Emater-Rio, AS-PTA e ProFito. A Feira Orgânica de Campo Grande é uma realização da Agroprata, Associação de agricultores Orgânicos da Pedra Branca e acontece na Av. Marechal Dante Corrêa, n. 25, atrás do West Shopping.