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7 de março de 2015
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Grupo de consumo consciente visita ao Sítio Santa Bárbara para conhecer de perto a experiência da Cozinha Colher de Pau

artigo 1Com o objetivo de fazer interagir consumidores e agricultores e mostrar a realidade rural da região metropolitana do Rio de Janeiro, mais uma Visita de Consumidores aconteceu no último domingo, dia 01 de março. No município de Magé, na comunidade de Cachoeira Grande, a agricultora Juliana, a Dona Juju, como é conhecida, recebeu com sua habitual alegria, cerca de 40 pessoas na sua roça, o Sítio Santa Bárbara.

As atividades começaram com um farto café da manhã agroecológico, preparado com fruta pão, aipim, beiju, cuscuz de milho crioulo, queijo de cabra, bolo de aipim, geleias, café, sucos, outras delícias e muita alegria. Logo após o café em uma roda embaixo de sombra e em meio a flores e aromas da cozinha, todos se apresentaram, consumidores e agricultores de vários cantos do Estado do Rio, incluindo a cidade do Rio de Janeiro, Magé, Guapimirim, Niterói, Nova Iguaçú, Paulo de Frontin, Três Rios entre outros.

Dona Juju guiou o grupo por todo o sítio, mostrando suas estratégias de recriação e sobrevartigo 2ivência ao longo de 16 anos no local. Contou que ao chegar ali só havia mato e agrotóxico, uma terra desgastada e quase sem vida. Hoje com mais de 100 espécies em uma área com pouco mais de 2 hectares, há diversidade, sombra, solo fértil, alimento e renda. Boa parte do que colhe, Dona Juju beneficia na sua Cozinha Colher de Pau, que fica no quintal de casa e hoje possui alvará de funcionamento e selo orgânico certificado pelo Sistema Participativo de Garantia. Ela leva os produtos de seu sítio para a Feira Agroecológica da Freguesia, na cidade do Rio de Janeiro; entrega parte da produção beneficiada no Colégio Estadual Professora Alda Bernardo Santos Tavares, por meio do PNAE e também vende no seu sítio, que hoje é o principal local de venda, onde recebe muitos visitantes, entre amigos, grupos escolares, consumidores e viajantes.

Num dia de domingo Dona Juliana partilhou ainda todas as dificuldades de estar num local cercado de agrotóxicos. Além deste desafio, o lixo é um tema que sempre a preocupou e a motivou. Ela contou que precisou ser bem firme e exigir que ninguém jogasse lixo ao redor de seu terreno e em especial nas margens do Rio Cachoeira Grande que passa dentro do seu sítio. Um lugar muito agradável onde todos puderam conversar, se ouvir, contar casos e histórias de Magé, mas que não puderam banhar-se porque naquelas águas passam todos os resíduos de contaminação das áreas do entorno. artigo 3Uma triste realidade que Dona Juju acredita que um dia vai mudar!

Retornando para o quintal de casa, o aroma de pirão feito com farinha de mandioca do Jeremias, agricultor de Magé e presente no dia, aguçou os sentidos e trouxe a alquimia das mulheres que ali estavam preparando o alimento para o almoço. Com uma oração Dona Juju agradeceu a presença de todos e o alimento que nos dá vida.

À tarde foi ministrada Oficina de Boas Práticas de Processaartigo 5mento Mínimo de Alimentos. Nesta oficina os 40 participantes puderam observar todos os passos de um processamento seguro sob os aspectos da vigilância sanitária, assim como a preparação de conserva com o aproveitamento das sobras de legumes e verduras. Este foi um momento de troca de experiências principalmente entre as agricultoras presentes de diversos municípios, onde cada uma colocou sua vivência e o dia a dia de sua cozinha e beneficiamento dos alimentos para a comercialização nas feiras agroecológicas. Foram colocados os pontos de vista dos consumidores no que diz respeito à qualidade final do produto, sabor e aspecto visual, o que tornou a oficina ainda mais interessante. Um ponto marcante da oficina foi o depoimento de Dona Juju a respeito da dificuldade de obter o título da terra, a declaração de aptidão ao Pronaf (DAP) e financiamento rural. Ela contou qartigo 6ue as instituições insistiam em dizer que ela não era agricultora. Com muita persistência e participação em diferentes coletivos que discutem e trabalham pela agroecologia, ela tem conseguido superar estes desafios, mas ainda hoje se depara com inúmeros entraves, afirmando que só por ser mulher, já existe um grande preconceito.

Foi um dia forte, acolhedor, cheio de reflexões, alegria, respeito, típicos de Dona Juju, uma mulher experimentadora, guerreira, agricultora de sorriso largo e abraço forte.

Esta atividade aconteceu com o apoio do Funbio no projeto Árvores na Agricultura.

 

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Tags:Agricultura urbana, consumo consciente

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