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18 de maio de 2018
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Alimentos de verdade chegam às escolas da zona oeste do Rio de Janeiro

Na cidade do Rio de Janeiro, as escolas da oitava Coordenadoria Regional de Educação (CRE), na zona oeste, estão promovendo uma ação inovadora ao fomentar a aquisição de alimentos da agricultura tradicional da cidade do Rio de Janeiro por meio do Programa Aquisição de Alimentos (PAA). As escolas de Realengo vêm adquirindo caqui e banana agroecológicos dos agricultores e agricultoras organizados na Associação dos Agricultores Orgânicos da Pedra Branca (Agroprata).

Rita Caseiro é presidente da Agroprata e conta sobre a importância do caqui para a região: “O caqui é um fruto importante para a economia não só para os produtores, mas também para toda uma rede de moradores, responsáveis desde a colheita, o encaixotamento até o transporte para as feiras, mercados locais, e agora, para as escolas”. Segundo ela é na época do caqui, que os agricultores recebem o “décimo terceiro”, demonstrando a importância econômica do fruto para a região.

O caqui faz parte da tradição local, as primeiras mudas foram trazidas no inicio do século XX, pelo português Tiago dos Santos e logo foram distribuídas entre os agricultores do Maciço; hoje estão entre os maiores produtores do estado. E para comemorar e valorizar o trabalho dos agricultores e agricultoras, dois eventos fazem parte da agenda: o Tira Caqui e a Festa do Caqui, que contam com a exposição dos produtos, música e gastronomia local.

A produção familiar agroecológica também enfrenta muitos desafios. Mesmo estando dentro do município do Rio de Janeiro, que é considerado 100% urbano pelos planos de desenvolvimento da cidade, as roças existem e estão localizadas em áreas distantes, em terrenos bem acidentados e os caquizeiros são muito altos, o que dificulta a colheita e coloca riscos de acidentes. Antônio Cardoso Paiva, Alberto Carlos Macedo e Jorge Fernandes Pereira, agricultores que realizaram a venda de caqui para as escolas, contam como se dá o trabalho: “Para colheita subo no pé com um balde, desço, coloco na caixa, subo de novo; é assim, né? Depois então, a gente coloca a caixa no burrico e desce até a sede da associação”. Antônio Cardoso ainda acrescenta que demora até 2 horas para ir do seu sítio até a associação.

Na sede da Agroprata o caqui é levado para as estufas, sendo colocado para maturar de forma natural sem o uso de carbureto, como ressaltam Antônio, Alberto e Jorge. Quando atinge o ponto, os frutos são embalados colocando “estrela com estrela” para não estragar.

Além de todos esses desafios para a produção, colheita, beneficiamento e transporte, os agricultores precisam enfrentar a dificuldade de obtenção do Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP), documento requerido para as vendas institucionais. Aos poucos os agricultores da Agroprata vão organizando suas DAPs, com muito apoio e envolvimento da Rede Carioca de Agricultura Urbana, transformando essa luta num momento importante de aprendizado coletivo. Agora o desafio é a organização de uma DAP jurídica para facilitar as vendas institucionais.

Para Rita Caseiro, a entrega da alimentação escolar é importante para a história dos produtores, para a sua permanência no campo e para o reconhecimento da sociedade sobre a importância dessa agricultura que passa por invisível para os gestores públicos: “Acreditamos que a venda dos produtos do Maciço para as escolas da região é uma oportunidade de garantirmos o conhecimento de que dentro do parque, a maior floresta urbana do mundo, se produz alimento; um alimento saudável, um alimento de qualidade e que está chegando à mesa dos alunos! Queremos que os alunos também conheçam a história desses alimentos, como esse produto chegou lá, que ele não caiu da torneira, não chegou da caixinha, mas que é um alimento que tem história, uma história de luta, a história de perseverança que cada agricultor aqui são os reais preservadores dessa região.”

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Tags:Agricultura urbana, PAA

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