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26 de setembro de 2019
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Feirantes e fornecedores se reúnem durante lançamento das “Quitandas da Borborema” com rede de pontos fixos de comercialização da agricultura familiar

A AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, o Polo da Borborema e a EcoBorborema – associação de feirantes agroecológicos da região de atuação do Polo, lançaram no dia 24 de setembro, no município de Arara-PB, o Projeto “Quitandas Agroecológicas no Território da Borborema”. A iniciativa faz parte do Ecoforte – Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo e Produção Orgânica Nº 17.240, desenvolvido em parceria com a Fundação Banco do Brasil – FBB, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e o Governo Federal.

“Quitandas da Borborema” é o nome dado à rede de seis pontos fixos e um móvel de comercialização da agricultura familiar agroecológica que já começaram a ser implantados no território de atuação do Polo da Borborema. Serão cinco quitandas municipais (Queimadas, Arara, Remígio, Esperança e Solânea), uma quitanda regional nas margens da BR 104, entre os municípios de Esperança e Remígio, e mais uma quitanda móvel, no estilo dos atuais “food trucks”, que deve circular durante eventos em Campina Grande e região. Em cada uma das unidades, haverá um jovem bolsista pago pelo projeto para fazer promoção, venda dos produtos e prestação de contas.

Uma diversidade de alimentos in natura e beneficiados, já são comercializados com a marca de produtos “Do Roçado”, na rede de 13 feiras agroecológicas semanais acompanhadas pela EcoBorborema. A proposta é que a rede de quitandas receba produtos de famílias agricultoras de todos os 13 municípios de atuação do Polo e da AS-PTA. “A quitanda vai ser uma oportunidade para aquele agricultor que mora distante e que não consegue levar seus produtos para a feira ter, durante a semana toda, um espaço para comercializar sua produção”, comentou Maria do Céu Silva, liderança do Sítio Videl e do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Solânea.

A atividade de lançamento do projeto contou com um primeiro momento de formação e debate com agricultores sobre o tema da comercialização e com a apresentação da experiência da Quitanda Municipal de Arara, que é a primeira quitanda a estar em funcionamento. Em um segundo momento, foi realizada a solenidade de assinatura do convênio com a presença de representantes da Fundação Banco do Brasil.

“Essa Quitanda é fruto da teimosia”

No período da manhã, Luiz Abílio, José Ivanildo Marques e Joelma Pereira de Sousa, que fazem parte do grupo de agricultores feirantes responsável pela Quitanda Municipal de Arara, compartilharam a sua experiência. “Essa Quitanda é fruto da teimosia, da união e da iniciativa dos agricultores. Tudo começou com a nossa organização para a feira agroecológica. A ideia surgiu da necessidade dos próprios trabalhadores, não foi uma invenção do Sindicato, foi uma coisa que partiu das pessoas e, por sorte, contamos com parceiros bons como o sindicato e o Polo, a AS-PTA e a igreja católica, que abraçou a bandeira da agroecologia aqui no nosso município”, disse seu Luiz.

Os três representantes contaram como superaram os desafios para passar a vender carne no espaço da feira agroecológica, que funciona todas as sextas-feiras e da quitanda que fica aberta de segunda à sábado, os dois expedientes, com exceção da manhã da feira. Falaram da importância do intercâmbio com outras experiências no campo da comercialização no estado, como a da “Tenda Agroecológica do Cariri”, da cidade de Boqueirão, que os estimulou a se organizarem para realizar a compra da mesa de corte de carne e da máquina de embalagem a vácuo. Contaram que a cada produto vendido, uma porcentagem de 20% fica para cobrir os custos com a quitanda e com os dois jovens que cuidam do controle dos estoques e do atendimento ao público.

A preocupação com a diversidade de produtos oferecidos também é um elemento presente, dois grupos de WhatsApp, um com os cerca de 20 fornecedores da quitanda e outro com consumidores, ajuda a fazer a gestão do que será oferecido e a organizar encomendas: “Se eu sei que meu colega tem muito coentro, já manejo meu plantio para colher mais na frente, quando o dele tiver acabado. O mesmo quando algum freguês quer alguma coisa e não encontra, pelos grupos a gente mantém essa troca de informações que nos ajuda a não ter o problema da falta ou da sobra de produtos”, explica José Ivanildo, conhecido como ‘Dinho’.

“Também buscamos manter um preço abaixo de outras quitandas convencionais, pois se antes a gente vendia ao atravessador até 50% menos, porque não podemos oferecer por um preço menor, se o lucro é todo nosso?” Complementou Gabriel de Souza, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Arara.

Na sequência, Wagner dos Santos Lima, assessor técnico do Núcleo de Mercados da AS-PTA fez uma explanação sobre o projeto das Quitandas, fazendo um detalhamento do conjunto das ações e tirando dúvidas dos agricultores. “Esse projeto foi uma semente plantada lá atrás, não temos dúvidas que ele vai passar, mas que vocês vão dar continuidade a ele, ampliando o número de produtos e de agricultores, trazendo mais qualidade de vida para as famílias e consequentemente para o público consumidor”, disse.

No período da tarde, aconteceu a cerimônia de lançamento e assinatura do convênio com as presenças dos representantes da Fundação Banco do Brasil, Ricardo Eldon Nogueira, Gerente Geral da agência do Banco do Brasil do município de Esperança e Pedro Jorge Aguiar Figueiredo Filho, Gerente de Relacionamento Pessoa Jurídica de Campina Grande-PB. Compuseram a mesa ainda os agricultores Anilda Batista, do município de Remígio e da coordenação da EcoBorborema e Nelson Ferreira de Lagoa Seca-PB e da coordenação do Polo da Borborema e Manoel Roberval da Silva, da coordenação da AS-PTA.

“Quando olhamos para um projeto como esse, a gente vem aqui cheio de esperança por um mundo melhor. Digo a vocês que continuem contando com o Banco do Brasil para novas ideias e novos projetos de apoio à agricultura familiar”, disse Ricardo Eldon.

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Tags:Acesso a mercados, mercado local

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