O programa abrange uma área geográfica composta por três grandes ambientes:
– Segundo Planalto Paranaense, composto pelos municípios de Palmeira, São João do Triunfo, São Mateus do Sul, Fernandes Pinheiro, Rebouças, Rio Azul e Paula Freitas;
– Serra da Esperança, onde estão os municípios de União da Vitória, Cruz Machado, Bituruna e Porto Vitória;
– Planalto Norte Catarinense, que integra os municípios de Porto União, Irineópolis, Bela Vista do Toldo, Canoinhas e Três Barras.
A região é caracterizada pela forte presença da agricultura familiar. Os conhecimentos e práticas tradicionais de manejo dos agroecossistemas estão presentes com bastante vitalidade nas comunidades rurais, assim como importantes remanescentes da Floresta Ombrófila Mista (a floresta com Araucárias). É nessa região onde podem ser encontrados sistemas agrosilvipastoris tradicionais como os Faxinais e as Caívas, os sistemas agroextrativistas baseados na economia da erva mate, os cultivos de milho, feijão, mandioca, arroz, amendoim, cereais de inverno, hortaliças e frutas baseados no uso intensivo de variedades crioulas de sementes e os criatórios mantidos com base na produção local de forragens e uso de raças crioulas.
Essas formas de organização camponesa vêm sofrendo pressões sem precedentes pelo avanço do agronegócio que se expressa na região pela fumicultura, pelos desertos verdes de pinus e de eucalipto, pelas monoculturas de grãos e pelos sistemas de integração animal.
Ao longo dos 16 anos de parceria entre a AS-PTA e organizações da agricultura familiar da região, o programa alcançou fecundar um amplo processo de experimentação social nos campos técnico e sócio-organizativo que vem resultando em crescente capacidade de expressão política da opção agroecológica para o desenvolvimento na região.
As ações são organizadas segundo três sub programas temáticos a saber: Manejo Ecológico de Solos, Manejo Sustentado da Agrobiodiversidade e Florestas. As iniciativas do programa fundamentam-se na revalorização dos conhecimentos tradicionais e na sua atualização por meio de um processo massivo de experimentação agroecológica conduzido com base no protagonismo de grupos de comunitários que se articulam regionalmente na forma de redes de agricultores-experimentadores.