Em todas as regiões do município do Rio de Janeiro, da Zona Oeste à Zona Norte, é possível encontrar diversos grupos organizados que têm animado múltiplas experiências nas comunidades. Entretanto, são muitas as dificuldades para a continuação e consolidação desse trabalho, como a falta de dinheiro e lugares para comprar as sementes, mudas e adubos; as condições dos locais onde os(as) agricultores(as) vivem, com esgoto a céu aberto e animais soltos que pisoteiam as plantas; as características do solo, que não favorece o bom desenvolvimento das plantas; pouca motivação e apoio por parte da família; e, especialmente, a ausência de espaço para plantar ou falta de autonomia na gestão de espaços que ocupam. Nesse sentido, o III EEASC será uma oportunidade para discutir e entender melhor essa realidade, bem como os desafios e propostas para fortalecer esse processo de agricultura urbana, que já demonstrou trazer tantos benefícios, sobretudo para a saúde das famílias.
O evento, que é preparatório para o Encontro Estadual de Agroecologia, tem quatro eixos temáticos: manejo agroecológico dos quintais; alimentação saudável; plantas medicinais e remédios caseiros; e socioeconomia solidária. Diversas entidades estão envolvidas, entre elas, a AS-PTA, a Rede Fitovida, a Pastoral da Criança, a Rede de Socioeconomia Solidária da Zona Oeste, a Fiocruz Farmanguinhos, a Aliança da Floresta (Aliflor), a Associação dos Lavradores Pau da Fome (Alcri), a Verdejar e o Núcleo de Alimentação e Saúde Germinal.
Segundo Marcio Mattos de Mendonça, coordenador do programa de Agricultura Urbana da AS-PTA, uma das entidades organizadoras do encontro, serão feitas visitas a diversas localidades, buscando identificar e mobilizar pessoas e grupos que já estão envolvidos ou que tenham interesse em conduzir experiências nesse campo.
A ideia é fazer um resgate “agricultural”, considerando aspectos como saúde, economia solidária, plantas, alimentação, criação. Também vamos recolher receitas de alimentação saudável e remédios caseiros para fazer uma cartilha e resgatar as sementes para o encontro.
O encontro também terá momentos para debates sobre o que é, por que existe e qual a importância da agricultura urbana, assim como levantará questões sobre a construção de uma rede, que poderá dar mais visibilidade e dinamismo às experiências e convergir propostas de ação para o fortalecimento desse campo. O objetivo é politizar o debate a partir das experiências, com foco na segurança alimentar e nutricional, nos remédios caseiros e na problemática das cidades.
Durante a programação, está prevista a apresentação do mapa da agricultura urbana e da socioeconomia solidária no estado e o último dia do encontro será inteiramente voltado à Feira Agroecológica, que terá produtos, experiências e insumos (sementes, mudas, adubos orgânicos, etc.) e estará aberta ao público em geral. Dedicar espaços para crianças e jovens, a organização de um banco de sementes e a produção de boletins e vídeos de sistematização de experiências também fazem parte dos objetivos do encontro.
Data: 26 a 28 de novembro de 2009
Local: Sítio da Galícia – Estrada do Mendanha, 2854, Campo Grande, Rio de janeiro
Contato: [email protected]