Os conflitos por terra e os impactos da transnordestina e do polo gesseiro também serão conhecidos e debatidos pelos participantes da Caravana. A iniciativa é da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) em parceria com a ONG Caatinga, Rede Ater Nordeste, Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e o Instituto Nacional do Semiárido (Insa). A programação inclui também a apresentação dos resultados do “Estudo de Viabilidade Econômica e Ecológica dos Agroecossistemas do Semiárido” realizado em três agroecossistemas do território do Araripe.
O estudo foi realizado em três etapas (oficina territorial, visitas a campo e elaboração de relatórios) a partir das formas e lógicas de organização social, econômica e cultural da agricultura familiar local. Ao todo são 17 estudos espalhados por todas as regiões do país. Para realização dos estudos, a ANA contou com a parceria da ONG AS-PTA, responsável pela metodologia.
No Araripe, o estudo foi coordenado por pesquisadores do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Práticas Agroecológicas do Semiárido (NEPPAS) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e envolveu diversas organizações na sua realização: Caatinga, Chapada, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Fetape, Centro Sabiá, Cresol, Copagro, Fórum de Mulheres do Araripe, Grupo de Mulheres Jurema, Caatma, e STR de Exu.
De acordo com Flávia Londres, da secretaria executiva da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), os estudos são mais uma iniciativa no sentido de responder à pergunta norteadora do III Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), realizado em Juazeiro (BA), em 2014: Por que interessa à sociedade apoiar a agroecologia?
“A ANA tem feito um esforço grande de sistematizar informações, ir a campo coletar dados e analisá-los para com isso produzir evidências dos impactos positivos da agroecologia. A caravana tem também esse sentido importante de apresentar, discutir e debater esses resultados e divulgá-los. Essa atividade será muito importante também no fortalecimento das redes de agricultura no território, realizando debates e aprofundando a reflexão sobre os avanços da agroecologia e os conflitos no território, além dos impactos das políticas públicas para a promoção da agroecologia no local”, afirmou.
Esta é a primeira Caravana Agroecológica e Cultural realizada neste ano pela ANA. Além do Araripe pernambucano, estão previstas para o mês de março as caravanas de Rondônia e do litoral norte do Rio Grande do Sul. No ano passado ocorreu o Encontro Estadual de Agroecologia do Mato Grosso e o Encontro Nacional de Agricultura Urbana, realizado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Nesses encontros também aconteceram atividades de divulgação, apresentação e discussão de estudos de casos. As caravanas e os estudos fazem parte do projeto Promovendo Agroecologia em Rede realizado pela ANA com apoio da Fundação Banco do Brasil e do BNDES.
Fonte: www.agroecologia.org.br