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24 de fevereiro de 2019
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Polo da Borborema realiza ciclo de encontros municipais preparatórios para a 10ª Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia

O Polo da Borborema, em parceria com a AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia iniciou no mês de fevereiro, um ciclo de encontros nos 14 municípios onde as duas instituições atuam no processo preparatório para a 10ª Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia. Em 2019, a Marcha acontecerá no município de Remígio-PB e se dará excepcionalmente no dia 14 de março, quando completará um ano de morte de Marielle Franco, vereadora carioca que foi brutamente assassinada. A centralidade dessa Marcha será debate sobre o racismo e como ele recai sobre a vida das mulheres negras.

Os encontros são momentos de reflexão e aprofundamento do tema que cada edição da marcha trabalha. São realizados encontros municipais, que se desdobram em reuniões comunitárias de mobilização prévias à data do evento. A marcha tem por objetivo dar visibilidade à contribuição das camponesas na agricultura familiar e denunciar todas as formas de violência contra a mulher.

Na manhã da terça-feira (19), aconteceu na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Queimadas-PB um destes momentos de preparação. Cerca de 30 mulheres agricultoras de diversas comunidades do município estiveram presentes, além de assessoras técnicas da AS-PTA e representantes da comissão de Saúde e Alimentação do Polo da Borborema, que agrega o trabalho com mulheres na região.

O momento teve início com uma dinâmica de apresentação onde as mulheres trouxeram a memória dos conhecimentos repassados por seus ancestrais, a maioria de ascendência negra, e o valor destes ensinamentos em suas vidas. Em seguida, assistiram ao vídeo “Vendedora de Sonhos” produzido pelo Coletivo Coisa de Preto, em que a personagem “Sociedade” oferece sonhos pequenos para as pessoas de cor negra e sonhos grandes para pessoas de pele branca, numa metáfora da vida real.

O vídeo sensibilizou as mulheres e despertou uma série de depoimentos sobre situações de racismo vivenciadas por elas. “Uma vez, eu e meu esposo fomos comprar uma moto, e na loja eu percebi que o vendedor só nos mostrava aquelas menorezinhas, mas não era dessas que a gente queria. Depois ele sumiu e eu percebi que era preconceito com a gente, ele não achava que nós pudéssemos ter dinheiro para comprar a moto que a gente queria”, disse Maria do Carmo Silva, ou Lia, como é mais conhecida, do Sítio Guritiba.

“Além disso de você querer comprar uma coisa melhor e eles acharem que você não pode pagar, a gente entra na loja e o segurança sai atrás da gente, onde eu vou ele vai atrás. É uma desconfiança, acham que a gente vai roubar. Precisa dizer eu vim aqui para comprar, não foi para roubar, não”, conta Maria de Lourdes Silva Santos, do Sítio Caixa D’água.

As mulheres assistiram ainda a um segundo vídeo que trata sobre o racismo institucional e estrutural, e como ele atua enraizado na consciência coletiva da sociedade brasileira. Em seguida, uma linha do tempo relembrou momentos da trajetória da população negra no Brasil desde a invasão dos portugueses e constituição de seu povo. A proposta é que as participantes pudessem entender como o estado brasileiro emancipou a população negra escravizada por 350 anos, sem prever sua inclusão no mercado de trabalho ou no mundo educacional. Ao contrário, desde muito cedo o próprio código penal de 1890, criminalizava e deu início ao encarceramento em massa da população negra.

As presentes conversaram sobre como esses acontecimentos tem reflexos na vida dos negros e negras até hoje e sobre a importância de seguir marchando por uma vida sem violência, machismos e racismo.

Maria Anunciada Flor Barbosa, presidente do Sindicato reforçou a convocação para que as mulheres presentes ao encontro estendam o convite em suas comunidades a outras mulheres que se somem à caravana de Queimadas que estará presente com seis ônibus e cerca de 300 participantes.

Ela falou sobre a conjuntura política atual de ofensiva conservadora contra os sindicatos: “As pessoas têm me perguntado se o sindicato vai fechar e eu respondo, só vai fechar se vocês, trabalhadores quiserem, pois o sindicato não é de governos, o sindicato é da classe trabalhadora, ele só vai um dia fechar se vocês deixarem. Nós estamos aqui firmes e fortes para continuar na luta pela defesa da previdência e de tantos outros direitos conquistados”, finalizou.

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Tags:feminismo, marcha de mulheres, mulheres, mulheres e agroecologia, racismo

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