• Quem somos
  • Programas
  • Temas de intervenção
  • Biblioteca
  • Lume
  • Revista Agriculturas
  • Entre em Contato
30 de novembro de 2021
  • Notícias

Trigo transgênico, aqui não!

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio liberou este mês a importação de trigo transgênico da Argentina (veja nessa matéria os argumentos apresentados pelos integrantes da Comissão responsáveis por essa decisão). O cereal geneticamente modificado para resistência à seca e ao herbicida glufosinato de amônio não foi liberado em nenhum outro lugar do mundo. O Brasil importa cerca da metade do trigo que consome, sendo que quase 90% dessas importações vêm da Argentina. Esse fato justifica a insólita decisão do país vizinho de autorizar a produção nacional do trigo transgênico desde que o Brasil, por seu lado, autorize a importação, numa espécie de venda casada. Vale lembrar que a CTNBio decidiu abrir o mercado brasileiro para o trigo transgênico argentino sem que tenham sido nomeados dentre seus integrantes, como manda a lei, especialistas para a defesa dos interesses dos consumidores.

Os herbicidas à base de glufosinato, cujo resíduo estará presente no trigo GM, são classificados como neurotóxicos, podendo ainda afetar o sistema reprodutivo. Em 2009, foram banidos na União Europeia. A empresa argentina Bioceres, que comercializa as sementes do trigo transgênico, indica o uso de 2,0 l/ha do herbicida. No entanto, em audiência pública realizada pela CTNBio, em outubro de 2020, o representante da empresa no Brasil afirmou que genes de resistência ao produto foram utilizados apenas como marcadores do processo de transferência genética e que os novos cultivos não seriam resistentes ao herbicida.

Já na Argentina, a contracorrente, o Ministério Público solicitou ao Poder Judiciário a suspensão imediata do plantio das sementes da Bioceres, justificando que sua liberação se deu de forma irregular e em violação a leis ambientais e administrativas do país. Mais recentemente, a Defensoria Pública da Infância e da Adolescência acompanhou essa orientação do Ministério Público. A defensora Florencia Plazas alegou em sua manifestação que cabe às autoridades públicas o dever de prevenção contra a concretização de ações com potencial de degradação do meio ambiente, considerando que a difusão de organismos geneticamente modificados nos ecossistemas, além de extremamente difícil de ser revertida, pode comprometer a saúde de gerações futuras e, dessa forma, das crianças e adolescentes. Destacou ainda a plausibilidade das alegações de caráter científico apresentadas pelas organizações sociais que demandaram o Ministério Público em oposição à liberação comercial das sementes, reforçando o interesse superior das crianças e adolescentes e a necessidade de preservação dos recursos ambientais.

Aqui no Brasil, setores empresariais vinculados à produção agrícola e à indústria de alimentos manifestaram formalmente oposição à entrada do grão transgênico em diferentes ocasiões e anunciaram que devem recorrer de mais essa decisão ilegítima que vai contra o princípio da precaução, e os interesses nacionais.

Compartilhe esse conteúdo
Tags:alimentos transgênicos, transgênicos, trigo transgênico

Notícias Relacionadas

ANA lança vídeo final do Prêmio #AHistóriaQueEuCultivo no Dia Internacional da Biodiversidade Intercâmbio entre Arranjos – os caminhos da chaya e as cozinhas comunitárias Em reunião com Secretaria Estadual da Agricultura Familiar, Polo da Borborema recusa sementes de milho contaminadas por transgenia e a instalação de parques eólicos

One response to “Trigo transgênico, aqui não!”

  1. Olinto disse:
    19 de dezembro de 2021 às 10:56

    Até quando a grana nas mãos de poucos, vai seguir valendo mais do que a saúde de todos e do meio?? Quando os consumidores farão um boicote aos transgênicos??… São perguntas que não querem calar!

    Responder

Deixe uma resposta Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

2 + 4 =


Blog em Pratos Limpos

Boletim Sementes Crioulas – por uma alimentação livre de transgênicos e agrotóxicos

Milho crioulo distribuído pelo Governo do RN é livre de transgenia

Encontro de Guardadores(as) de Sementes e de experiências de chuva de Orós, no Ceará, celebra e preserva a sabedoria popular

Segurança digital e produção de conhecimento: a importância do software livre para o movimento agroecológico

Bela Gil prepara Cuscuz Nordestino com água de cisterna e pede apoio à Campanha Tenho Sede

Sementes crioulas: verdadeiros patrimônios genéticos

Revista Agriculturas

Últimos Posts

  • ANA lança vídeo final do Prêmio #AHistóriaQueEuCultivo no Dia Internacional da Biodiversidade
  • Intercâmbio entre Arranjos – os caminhos da chaya e as cozinhas comunitárias
  • Em reunião com Secretaria Estadual da Agricultura Familiar, Polo da Borborema recusa sementes de milho contaminadas por transgenia e a instalação de parques eólicos
  • Em Marcha, as agricultoras da Borborema paraibana dizem NÃO aos parques eólicos
  • Está no ar a Folha Informativa n.10: Sem feminismo, não há agroecologia!

A AS-PTA - Agricultura Familiar e Agro­ecologia é uma associação de direito civil sem fins lucrativos que, desde 1983, atua para o fortalecimento da agricultura familiar e a promoção do desenvolvi­mento rural sustentável no Brasil.

  • Quem somos
  • Temas de intervenção
  • Biblioteca
  • Revista Agriculturas
    • Sobre a Revista
    • Próximas Chamadas
    • Submeter Artigo
    • Assine
  • Campanha Transgênicos
  • Entre em Contato
  • Assine o Feed