Foi um momento histórico para os movimentos sociais, agricultores e agricultoras que lutam pela preservação e valorização das sementes crioulas na Paraíba. O seminário “Pesquisa e a Política de Sementes no Semiárido”, realizado nos dias 30 e 31 de maio, no município de Lagoa Seca (PB), debateu os resultados da pesquisa conduzida em parceria pela Embrapa Tabuleiros Costeiros e a Articulação do Semiárido Paraibano (ASA-PB), com o apoio da Universidade Federal da Paraíba e o financiamento do CNPq. O encontro reuniu pesquisadores de diversas instituições, agricultores(as), representantes de movimentos sociais e organizações de assessoria, professores, estudantes e gestores públicos federais e estaduais.
A pesquisa foi realizada ao longo de três anos por meio de diversos ensaios de competição entre três variedades de milho distribuídas por programas públicos e cerca de 20 variedades de sementes crioulas cultivadas em várias regiões do estado. Em todos os campos de teste, as sementes da paixão, nome dado pelos agricultores às variedades locais, apresentaram desempenho produtivo equivalente ou superior ao das variedades distribuídas pelo governo. Os experimentos foram realizados na região da Borborema, no agreste paraibano, e no Cariri, região mais seca do estado da Paraíba.
Os agricultores participaram de todas as etapas do processo e realizaram o manejo sem o emprego de agroquímicos. Como as chuvas variaram de ano para ano e de local para local, foi possível confirmar que o uso da diversidade de variedades sempre assegura maior segurança do que as sementes melhoradas em centros de pesquisa com o uso de adubação química e irrigação. Além da produtividade dos grãos, várias outras características das variedades e que interessam aos agricultores foram avaliadas. Entre elas destacam-se: a espessura da planta, a quantidade de palha, a cor, o peso e tamanho das sementes, além da resistência a pragas e secas.
Conheça o relatório do Seminário Pesquisa e Política de sementes no Semiárido Paraibano.