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POR UM BRASIL ECOLÓGICO,
LIVRE DE TRANSGÊNICOS & AGROTÓXICOS
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Suas cervejas são produzidas com milho transgênico?
Número 671 – 25 de abril de 2014
Car@s Amig@s,
Divulgamos abaixo importante abaixo-assinado organizado pela organização Change.org. Participe!
Você sabia que quase metade da cevada usada para produzir cerveja no Brasil pode ser substituída por milho? A legislação brasileira permite a substituição de até 45% do malte de cevada por outras fontes de carboidrato mais barata na cerveja, dentre elas, o milho. Como quase 90% do milho plantado no Brasil é transgênico e a venda de cerveja chegou a 86,7 bilhões de litros em 2012, é bem provável que o milho usado na cerveja seja transgênico.
O mundo ainda discute os efeitos dos alimentos transgênicos para a saúde humana e para o meio ambiente. No caso do Brasil, mais da metade das áreas agricultáveis são destinadas a essa controversa tecnologia.
Diante dessa situação, como saberemos se estamos bebendo álcool produzido a partir desse milho? Não há informação no rótulo sobre o que está substituindo o malte de cevada, apenas vem escrito “cereais não maltados”, não informando ao consumidor o que ele está comprando.
Este abaixo-assinado pede para as grandes cervejarias respeitarem seus consumidores, informando claramente a composição das cervejas.
Esta campanha é fruto da necessidade de saber o que estamos bebendo e do respeito aos direitos assegurados pelo Código de Defesa do Consumidor. Ajude a pressionar a Ambev, a maior cervejaria do Brasil, a informar aos seus consumidores se o milho que ela usa em suas cervejas é transgênico.
Assine e divulgue!
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Neste número:
1. Em Mato Grosso, lagartas atacam lavouras de milho transgênico
2. Helicoverpa armigera não alterou produtividade da soja em MS
3. Contra Helicoverpa: Paraguai proíbe uso do benzoato de emamectina
4. A imagem ruim força a Monsanto a mudar de estratégia
5. Proibida publicidade abusiva para crianças e adolescentes
A alternativa agroecológica
Agricultores e Agricultoras da Borborema investem na produção de forragem e batem o recorde de armazenamento em 2013
Evento:
3º Encontro Internacional de Sementes Livres, de 22 a 25 de maio
IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes – Inconfidentes-MG
Este será o terceiro encontro internacional da Rede de Sementes Livres, que foi formada em agosto de 2012 no Peru com o propósito de defender o patrimônio genético ancestral contido nas sementes e na agricultura tradicional ao redor do mundo. Para o encontro da Rede no Brasil estão previstas palestras, rodas de debate, oficinas, intercâmbio de conhecimentos e de sementes.
Maiores informações em: http://www.redsemillaslibres.org/ e http://www.organicossuldeminas.org.br/
Dica de fonte de informação:
Ruralista: você não nos alimenta e não nos representa!
Vídeo que explica o círculo vicioso do lucro ruralista, que gera pouco emprego, não nos alimenta e ainda escraviza pessoas e animais.
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1. Em Mato Grosso, lagartas atacam lavouras de milho transgênico
Semente transgênica deveria dispensar o uso de inseticidas.
Lavouras plantadas em fevereiro estão infestadas da lagarta do cartucho.
Os agricultores de Mato Grosso reclamam da eficácia de uma variedade de milho transgênico resistente às lagartas. As lavouras estão infestadas e, para controlar as pragas, é necessário aplicar mais agrotóxico do que o previsto, um que acontece em muitas regiões do Brasil.
Folhas parcialmente destruídas, plantas que não vão produzir o esperado, tudo muito diferente do que o agricultor Daniel Schenkel esperava ver no milharal em Campo Verde, sudeste de Mato Grosso. Dos 600 hectares, 540 foram cultivados com milho transgênico, que deveria resistir ao ataque das principais lagartas da cultura, como a lagarta do cartucho.
Quem aposta no milho transgênico está de olho na principal vantagem prometida pela tecnologia, que é justamente a possibilidade de controlar as lagartas sem a necessidade do uso de inseticidas. Só que nesta safra, o pessoal da fazenda não está conseguindo ter este benefício na prática. A lavoura plantada no início de fevereiro já passou por três pulverizações para combater a praga.
Cada aplicação custou ao agricultor R$ 46 por hectare, uma despesa de quase R$ 65 mil, que não estava planejada.
Em grandes infestações, a praga pode provocar perdas de até 50% da produção, segundo o engenheiro agrônomo Cláudio Gonçalves. Ele explica que em Campo Verde, os agricultores reclamam da presença deste inseto em várias plantações transgênicas.
O problema preocupa a Associação dos Produtores, que já identificou a quebra de eficiência do milho transgênico em todas as regiões do estado. A entidade está levantando o tamanho do prejuízo e quer saber quem vai arcar com as perdas no campo.
“O primeiro prejuízo, o do produtor comprar a tecnologia e ela não existir mais, já ter quebrado, acho que a empresa que vendeu a semente tem que se responsabilizar por isso. Não dá para vender gato e entregar lebre, isso é inadmissível! Agora, a responsabilidade de todos com a perpetuação da resistência, com a garantia da qualidade da tecnologia essa tem que envolver produtor, revenda, multinacionais, todo mundo para o bem da produção brasileira”, explica Carlos Fávaro, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja).
A empresa Dupont Pioneer, responsável pela venda das sementes, confirma que há casos de resistência da lagarta do cartucho ao milho BT, mas que a tecnologia continua sendo eficiente no controle de várias outras pragas. A empresa diz que está trabalhando com os agricultores para encontrar práticas de manejo que ajudem a estender a durabilidade da tecnologia.
Globo Rural, 23/04/2014
Assista ao vídeo da reportagem.
2. Helicoverpa armigera não alterou produtividade da soja em MS
Com novo recorde de 6,05 milhões de toneladas de soja colhidas na safra 2013/2014, o Mato Grosso do Sul não sofreu maiores prejuízos com as pragas, especialmente a temida Helicoverpa armigera. A informação é da Fundação MS para a Pesquisa e Difusão de Tecnologias Agropecuárias, uma empresa privada sem fins lucrativos e de Utilidade Pública Federal.
“Verificamos uma safra relativamente tranquila quanto às doenças e pragas, o que nos surpreendeu, pois estávamos em um ambiente complicado em função das especulações acerca da lagarta Helicoverpa armigera”, analisa o pesquisador de fitossanidade da Fundação MS, José Fernando Grigolli.
Confirmada oficialmente em cidades como Maracaju, São Gabriel do Oeste, Naviraí e Chapadão do Sul, a Helicoverpa armigera acabou não causando o estrago esperado. Segundo Grigolli, isso ocorreu pelo fato de os produtores terem seguido as recomendações e cuidados necessários junto às lavouras. “Foram realizadas amostragens e os produtos foram utilizados no momento adequado, o que minimizou os danos”, comenta. (…)
Agrolink, 22/04/2014
3. Contra Helicoverpa: Paraguai proíbe uso do benzoato de emamectina
O Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal e de Sementes do Paraguai (Senave) proibiu temporariamente o uso e o comércio do benzoato de emamectina naquele país. O órgão alega que faltam estudos conclusivos que garantam que o produto não representa risco para a saúde.
A suspensão pegou os agricultores desprevenidos, uma vez que o produto é considerado o mais eficiente no combate à Helicoverpa armigera, e já vem sendo usado há algum tempo no país. No Paraguai, o benzoato de emamectina chegou a ser usado de forma preventiva na safrinha plantada no início de 2014.
De acordo com a resolução do Senave, os produtos que contêm essa substância ativa devem ser direcionados a depósitos, centros de recolhimento de produtos fitossanitários, revendas e outros locais sob responsabilidade do proprietário. Na avaliação de especialistas, a suspensão pode aumentar o contrabando para o Brasil.
“Temos verificado um volume muito grande de produto, que é muito maior do que seria a demanda da agricultura paraguaia para controle desta praga. É uma liberação de registro e importação de produto que ultrapassa em muito a quantidade que seria necessária naquele país”, desconfia o coordenador geral de agrotóxicos do o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Júlio Britto.
Agrolink, 17/04/2014
N.E.: A legislação brasileira de agrotóxicos foi alterada a toque de caixa pela bancada ruralista para permitir a importação e a utilização do produto, que não foi avaliado pelos órgãos de saúde, meio ambiente e agricultura e nem registrado no país. Por ação do Ministério Público, o uso do benzoado já foi impedido em alguns estados.
4. A imagem ruim força a Monsanto a mudar de estratégia
A gigante agrícola tenta se aproximar do consumidor para reverter a rejeição aos transgênicos e destina milhões para evitar que seja obrigatório rotular os alimentos modificados geneticamente
O futuro dos alimentos geneticamente modificados está nas mãos da opinião pública. A batalha entre partidários e opositores dos transgênicos é feroz e a Monsanto está muito consciente disso. Depois de anos acumulando uma má reputação, a maior empresa de sementes do mundo decidiu mudar de estratégia: se aproximar mais do consumidor para tentar convencer os céticos e críticos sobre a segurança de seus produtos e os seus efeitos positivos sobre a agricultura mundial.
“Nos últimos vinte anos, quase todas as nossas atividades de comunicação e educação têm sido focadas nos agricultores, e foram muito bem. Mas o erro que cometemos é que não nos esforçamos o suficiente no lado do consumidor. Pensamos que este era um trabalho da indústria de alimentos”, admitiu o vice-presidente executivo e responsável tecnológico da Monsanto, Robert Fraley, em um recente encontro com jornalistas europeus na sede central da empresa, em Saint Louis, nos Estados Unidos. A visita, organizada pela gigante agrícola, é um reflexo do seu crescente interesse na divulgação de suas atividades.
Em 2011, a multinacional norte-americana, especializada há duas décadas no desenvolvimento de sementes geneticamente modificadas para resistir a herbicidas e repelir insetos, foi considerada a empresa “mais malvada” do mundo em uma pesquisa online. E a profunda rejeição gerada por suas práticas em camadas da população em todo o mundo foi amplamente percebida em maio do ano passado quando em um mesmo dia foram feitas manifestações contra a Monsanto em 436 cidades de 52 países. A iniciativa foi organizada por uma única pessoa no Facebook e após o sucesso na convocação será repetida em 24 de maio. Para fechar o círculo, as pesquisas indicam que três quartos dos americanos expressam sua preocupação com a presença de transgênicos em sua alimentação – que estão amplamente autorizados e presentes em cerca de 80% de todos os alimentos – a maioria por medo de efeitos adversos. Na Europa, que só permite um tipo de milho, a rejeição é de 61%, enquanto que na Espanha esse número gira em torno de 53 %, de acordo com pesquisas recentes, de 2010.
Tudo isso levou a Monsanto no ano passado a repensar a sua estratégia por completo. “Os consumidores nos veem como o primeiro escalão da cadeia alimentar e querem ouvir mais de nós […] Nós temos que fazê-lo melhor”, disse o executivo. A empresa, que produz principalmente sementes modificadas de soja, milho, algodão e canola, além de outras convencionais, intensificou a sua comunicação em redes sociais, onde os adversários são muito fortes, e forneceu mais informações em seu site.
Em paralelo, no fim de 2013, a empresa expandiu seu relacionamento com a Fleishman Hillard, uma das principais empresas de relações públicas, para promover uma nova campanha internacional, de acordo com Holmes Report, uma plataforma que analisa o setor. Um porta-voz da Monsanto confirmou que é cliente desta agência, mas evitou entrar em detalhes. Além disso, a Monsanto, com uma forte presença na América Latina, com a soja e o milho transgênicos, à margem dos Estados Unidos, desenvolveu em setembro, juntamente a outros grupos grandes de biotecnologia, um site com informações detalhadas sobre esses alimentos. (…)
El País, 12/04/2014 – via Em Pratos Limpos
5. Proibida publicidade abusiva para crianças e adolescentes
Tornam-se ilegais propagandas com excesso de cores, efeitos especiais e promoções com entrega de prêmios ou brindes colecionáveis
O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), composto por entidades da sociedade civil e ministérios do governo federal, publicou no Diário Oficial da União desta sexta-feira (4) resolução, aprovada de forma unânime, que define os princípios aplicados à publicidade de produtos infantis dirigida a crianças e adolescentes.
O texto declara como abusiva, portanto ilegal, toda forma de direcionamento de publicidade e comunicação mercadológica à criança com a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço. Exemplo disso são o uso de linguagem infantil, efeitos especiais e excesso de cores, trilhas sonoras de músicas infantis ou cantadas por vozes de criança, ou a participação de celebridades ou personagens com apelo ao público infantil.
O texto se refere a publicidade em impressos, comerciais televisivos, spots de rádio, banners e sites, embalagens, promoções, merchadisings, ações em shows e apresentações e nos pontos de venda.
O uso de bonecos ou similares e promoções com distribuição de prêmios ou de brindes colecionáveis também são considerados, conforme a resolução, como propagandas abusivas.
A normativa versa também sobre a proibição de qualquer publicidade e comunicação mercadológica no interior de creches e escolas de educação infantil e fundamental, inclusive nos uniformes escolares e materiais didáticos.
Ainda de acordo com o documento, as propagandas voltadas às crianças e aos adolescentes, a partir da publicação da resolução, não poderão induzir, mesmo implicitamente, sentimento de inferioridade, caso determinado produto ou serviço não seja adquirido. Também não será permitido que a influência do anúncio leve a criança ou o adolescente a constranger seus responsáveis ou a conduzi-los a uma posição socialmente inferior.
Para o Conanda, a publicidade infantil fere o que está previsto na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Código de Defesa do Consumidor.
Portal Brasil, com informações da Imprensa Nacional e da Agência Brasil – via Em Pratos Limpos, 17/04/2014
A alternativa agroecológica
Agricultores e Agricultoras da Borborema investem na produção de forragem e batem o recorde de armazenamento em 2013
No último dia 09 de abril, a Comissão de Criação Animal do Polo da Borborema se reuniu no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Solânea para realizar um evento de balanço das atividades do ano passado e planejamento para 2014. No momento, estiveram presentes 40 agricultores e agricultoras dos municípios de Arara, Remígio, Esperança, Algodão de Jandaíra, Areial, Massaranduba, Queimadas e Solânea que fazem parte do Polo da Borborema.
No último biênio, o semiárido sofreu um dos mais severos períodos de estiagem dos últimos 50 anos, causando escassez de alimento para os animais e dificuldade de garantia dos estoques. Foi diante desse quadro que as poucas chuvas de 2013 tornaram-se suficientes para alavancar um processo de armazenamento de forragem entre as famílias agricultoras do Polo da Borborema. “A seca ensinou muito e é crescente o número de famílias que despertam para a necessidade de garantir a reserva alimentar para os seus animais como forma de atravessar os períodos de estiagem, sem precisar ver o rebanho definhar ou se desfazer a preços subvalorizados. As ações para ensilagem na região do Polo têm garantido a melhoria da criação animal e a segurança alimentar e econômica das famílias agricultoras”, avalia Felipe Teodoro, da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia. (…)
Cada município trouxe a sua realidade relacionada ao fortalecimento da criação animal em 2013. Surgiram muitos depoimentos destacando: a importância dos processos de formação sobre silagem e fenação capaz de envolver um público cada vez maior de famílias agricultoras; a elaboração coletiva de um calendário para uso das máquinas forrageiras, uma conquista do Polo da Borborema dentro do Território da Cidadania; o fortalecimento dos mutirões como estratégia para o armazenamento da forragem; o papel dos fundos rotativos solidários para favorecer a aquisição de lonas por um maior número de famílias; e o incentivo do plantio de milho e sorgo para estocagem por meio da distribuição de sementes. Além disso, destacou-se também o papel dos programas de rádio para a sensibilização das famílias. Em 2013, mais de 300 famílias estocaram 4 mil toneladas de forragem.
“Conseguimos bater mais um recorde tanto no número de famílias estocando como no volume de silagem estocada. Apesar da pouca chuva foi suficiente para a produção de forragem. É um trabalho importante e os animais ficam bonitos e bem alimentados. A expectativa é que em 2014 possamos intensificar esse processo que mostrou estar dando certo”, analisa Roselita Victor, da Coordenação da Comissão de Criação e do Polo da Borborema.
Para 2014, serão realizadas reuniões municipais de mobilização e organização do processo de armazenamento de forragem em todos os municípios. Além disso, foram programadas oficinas de produção de sal mineral e de feno de maniçoba, e foram apontadas experiências de agricultores para serem sistematizadas, visitadas e divulgadas para outros agricultores e agricultoras.
O encontro faz parte das atividades da Comissão de Criação Animal do Polo da Borborema e também ações do Projeto Terra Forte. O Terra Forte é realizado pela AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia em parceria com o Polo da Borborema, PATAC e os Agrônomos e Veterinários Sem Fronteiras (AVS) e é cofinanciado pela União Europeia.
AS-PTA, 16/04/2014
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Campanha Brasil Ecológico, Livre de Transgênicos e Agrotóxicos
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