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POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSGÊNICOS
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Car@s Amig@s,
Na próxima quarta-feira, 31, no Hotel Mirador em Copacabana, Rio de Janeiro, será realizado o seminário “Alimentos Transgênicos Aliança Internacional pela Moratória”, que contará com a presença de representante dos Verdes no Parlamento Europeu, de deputados brasileiros (Fernando Gabeira, Luci Choinacki, Odílio Balbinoti, Vanessa Grazziotin), do Secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul (José Hermeto Hoffmann), além de representantes de ONGs, MST, CONTAG e do meio acadêmico e científico. O seminário está sendo promovido pela Fundação Heinrich Böll em parceria com o Projeto Brasil Sustentável e Democrático.
Para acessar a programação integral do evento é só clicar em:
http://www.ibase.org.br/transgenicos/evento.htm
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Neste número:
1. Protocolo de biossegurança é assinado por 64 países e União Européia
2. Produtividade da soja geneticamente modificada é menor
3. Soja não-transgênica: Bolsa de Tóquio inicia contrato futuro
4. Brilhante argumentação
5. Ativistas ingleses querem destruir transgênicos
6. Europeu planta sem saber semente GM
7. Senado brasileiro aprova regras mais rígidas para manejo de agrotóxicos
8. Nossa comida contaminada de cada dia
9. Ministro francês pede queima de transgênicos
10. Eventos
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1. Protocolo de biossegurança é assinado por 64 países e União Européia
Representantes de 64 países e da União Européia assinaram em 24/05 em Nairóbi um protocolo de biossegurança com a intenção de proteger o meio ambiente dos riscos impostos pelo comércio internacional de vegetais e organismos geneticamente modificados OGM.
Assinado no fim da 5º Conferência de Biodiversidade no Quênia, o documento reflete a crescente preocupação européia diante da presença acidental de OGM em suas lavouras. “Há risco de que esses vegetais transgênicos possam perturbar o equilíbrio dos ecossistemas”. Disse o diretor executivo da agência ambiental da ONU”.
O Protocolo da conferência, que deu continuidade a Eco 92, também chamou atenção para os riscos para importação inadvertida de vegetais para a biodiversidade. Os representantes citaram o exemplo de uma variedade aquática de jacinto, nativa da América do Sul, que foi introduzida na África. Fora de seu ambiente, a planta se espalhou tão rapidamente que sufocou o ecossistema local.
Jornal do Brasil, 27/05/2000
Nota: A Argentina foi um dos primeiros países a assinar o Protocolo de Biossegurança, nesta quarta-feira 24/05/2000, em Nairóbi. O Brasil, não.
2. Produtividade da soja geneticamente modificada é menor
Clay Center O Instituto de Agricultura e Recursos Naturais da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, divulgou estudo de dois anos sobre a soja transgênica, concluindo que a produtividade por área plantada é menor, embora o preço da semente seja mais caro. A pesquisa foi feita a pedido da comissão estadual da soja para responder às perguntas dos fazendeiros sobre as sementes geneticamente modificadas.
A produtividade da soja GM é 6% inferior à da soja comum e 11% menor do que as variedades com melhor rendimento. Isso significa três alqueires menos por 2,5 hectares, ou 480 alqueires a cada 4.000 hectares. O preço da semente US$ 7,50 o saco, no entanto, é superior ao da soja comum, informou o agrônomo Roger Elmore, diretor da pesquisa.
No Brasil, a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Abrasoja) divulgou nota “discordando das informações” de reportagem do New York Times do dia 16 na qual o presidente para assuntos internacionais da Associação Americana de soja, Swain Ford, afirma que 30% da soja no Brasil (cerca de 9 milhões de t) pode ser transgênica.
Jornal do Brasil, 20/05/00
Nota: Estes boatos sobre a quantidade de soja GM plantada no Brasil já vem circulando há alguns dias, sempre espalhados por americanos interessados no plantio dos OGMs. Na realidade, ao que tudo indica, não passa de mais um lance de marketing sem nenhuma comprovação.
3. Soja não-transgênica: Bolsa de Tóquio inicia contrato futuro
A Bolsa de grãos de Tóquio vai dar início neste mês às negociações do primeiro contrato futuro mundial para a soja não-transgênica, que contenha 5% ou menos de organismos geneticamente modificados, informou a edição matinal do jornal Nihon Keizai Shimbum. A criação do novo contrato visa tentar ajudar na determinação de um preço justo que reflita o crescimento da demanda pela soja convencional. As informações são da Dow Jones.
http://www.agrocast.com.br/agrohome/noticia (17/05/00)
4. Brilhante argumentação
Novidade! Luiz Antônio Barreto de Castro, Diretor Geral da EMBRAPA e ex-presidente da CTNBio, afirma no site da Universidade de Havard que, nos EUA: “Apesar de estarem sendo plantadas há cinco anos, as sementes Roundup Ready nunca foram monitoradas a nível comercial”.
Ou seja, lá nos EUA não há monitoramento algum das culturas transgênicas para sabermos se fazem mal, ou não.
O resto deste comentário do ex-presidente da CTNBio postado em uma lista da Havard no 1º de maio e hoje reproduzido em outra lista de maior circulação reproduz o discurso cotidiano ao qual já estamos acostumados por aqui. E a idéia de transformarmos milhões de hectares de soja transgênica em campos de ensaio, para ver o que pode acontecer, continua sendo tão questionável em termos científicos e éticos quanto foi no dia em que a CTNBio a endossou em 1998.
Mas para esta constatação da falta de monitoramento lá na matriz, mando um “Legal! É isso aí, Luiz Antonio!”
Porque, em português, para o consumo local, os porta-vozes da CTNBio continuam afirmando de pés juntos que cinco anos de consumo de alimentos transgênicos nos EUA já seria evidência – em si, ipso facto, sem mais lero-lero – de sua inocuidade, pois nenhum caso de malefício foi constatado.
Evidente, caro Watson. O que não se procura não se encontra mesmo.
David Hathaway, 01/05/00
5. Ativistas ingleses querem destruir transgênicos
Ambientalistas cercaram o Ministério da Agricultura britânico para pedir a destruição de plantações geneticamente modificadas. Eles pedem indenizações para fazendeiros que compraram as sementes sem saber que eram transgênicas.
Folha de São Paulo, 24/05/00
6. Europeu planta sem saber semente GM
Agricultores na Grã-Bretanha, França, Alemanha e Suécia plantaram colza geneticamente modificada (GM) sem saber. As sementes foram vendidas pela empresa Advanta Seeds, uma joint-venture entre a britânica AstraZeneca e a holandesa Cosun. As sementes, segundo a própria empresa admitiu, teriam sido contaminadas pelo pólen de uma plantação de colza transgência em 1998 no Canadá, e foram comercializada como produto natural. A colza é a matéria prima para a fabricação de óleo de canola, usado na produção de sorvetes e chocolates.
David Buckeridge, porta voz da Advanta, reconheceu que apenas na Alemanha e na França “centenas de milhares em milhões de hectares” foram plantados com as sementes GM, o que irritou fazendeiros e ambientalistas. Na Grã-Bretanha, a Soil Organization, que reúne agricultores orgânicos, exigiu do governo a divulgação das 600 fazendas envolvidas e a destruição de suas colheitas.
A União Européia ainda não tem uma legislação única sobre plantações e produtos transgênicos. Portanto qualquer providência deverá ser tomada pelos governos individualmente. O Departamento da Agricultura da Suécia, por sua vez, confirmou que 14 toneladas de sementes importadas do Canadá em 1999 continham 0,4% de material geneticamente modificado.
As sementes foram importadas pela firma Svalof Weibull AB e vendidas para outros distribuidores em vários países europeus. O governo de Estocolmo exigiu que o importador informe que providências foram tomadas para evitar que o fato se repita.
Jornal do Brasil, 19/05/00
Para o coordenador do curso de biossegurança da FIOCRUZ, Silvio Valle, “ficou claro que não há segurança nas plantações de transgênicos da Europa, onde todos os cultivos são experimentais. É espantosa a falta de controle das plantações experimentais da Europa. Isto jamais poderia acontecer em testes, onde o controle deve ser sempre maior”. Estamos vendo que o controle era falacioso, observou ele.
O Globo, 27/05/00
7. Senado brasileiro aprova regras mais rígidas para manejo de agrotóxicos
O Senado aprovou este mês em plenário o substitutivo da Câmara ao projeto do senador Jonas Pinheiro(PFL-MT), que regulamenta a produção, transporte, embalagem, importação, exportação e destino final de agrotóxicos. O projeto, que segue para sanção presidencial, determina que os usuários desses produtos devem devolver os recipientes vazios aos estabelecimentos comerciais onde foram adquiridos no prazo de até um ano, contado a partir da data de compra. No caso de agrotóxicos que não sejam de fabricação nacional, a devolução das embalagens deve ser feita à pessoa física ou jurídica que efetuou a importação. Caberá às empresas produtoras de agrotóxicos, no prazo máximo de 180 dias após a entrada em vigor da lei, criar mecanismos de controle e estímulo à devolução de embalagens.
Gazeta Mercantil, 18/05/00
8. Nossa comida contaminada de cada dia
Carne infectada com tuberculose é apreendida por fiscais do Ministério da Agricultura em Campos, Estado do Rio. As marcas de arroz Tio João, Cotrijuí e Camil são desqualificadas no teste do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor por excesso de agrotóxicos. A Vigilância Sanitária do município do Rio de Janeiro descobre que os cariocas consomem hortaliças contaminadas com coliformes fecais, larva de parasitas e cistos de protozoários. Frangos recebem ração com antibióticos e hormônios. A última do frango interessa a quem é alérgico à soja: o Ministério da Agricultura autorizou a injeção de uma mistura de proteína de soja e água nos pedaços congelados de frango, sem que isto seja explicitado na embalagem (em alguns casos, a indicação vem com letras minúsculas no cantinho da embalagem). Mais uma vez, foi o Idec, a revista Consumidor S/A, mês de abril, quem alertou que o consumidor pode estar levando soja por frango.
A lista é interminável. Basta pensar na qualidade da água que bebemos e no fato de que, no Estado do Rio de Janeiro, quase nunca é cumprida a lei (de 1985) que obriga a realizar testes sobre a presença de agrotóxicos nos alimentos comercializados no Ceasa. Como é complicado controlar a aplicação do veneno no campo, será necessário tornar rotina os testes por amostra nos pontos de comercialização.
Só um movimento organizado dos consumidores pressionando os governantes a zelar melhor pela comida nossa de cada dia pode impedir que sejamos obrigados a ingerir venenos, giardias e amebas junto com alimentos que julgamos saudáveis. Em alguns casos mais extremos, o único jeito é o boicote mesmo.
Atenção, associações de donas-de-casa, ONGs, políticos em campanha eleitoral: alguém precisa liderar este movimento, que deve ser sério e cientificamente embasado, em prol de uma alimentação sem riscos.
Jornal do Brasil, 20/05/00
9. Ministro francês pede queima de transgênicos
O ministro do Meio Ambiente da França, Dominique Voynet, pediu a destruição de cerca de 600 hectares de plantações com sementes geneticamente alteradas. Voynet é líder do Partido Verde Francês.
Folha de São Paulo, 19/05/00
10. Eventos
Alternativa os transgênicos – feira valoriza produção local de sementes e a conservação da biodiversidade no Paraná
No dia 15 de julho/2000 será realizada a 2ª Feira da Sementes de União da Vitória, além da exposição e troca de sementes, também será realizada uma feira e exposição de pequenos animais crioulos (aves, caprinos, etc.) com o objetivo de resgatar as raças crioulas da região possibilitando a troca entre famílias de agricultores.
Em julho de 1999, na primeira Feira da Semente, participaram mais de 700 agricultores e agricultoras. Mais de 200 agricultores trouxeram sementes e mudas, as quais foram trocadas entre as famílias. Foi possível catalogar 93 variedades de feijão, 70 de milho, 49 de abóbora, 27 de arroz, 17 de amendoim, 10 de pipoca e muitas outras espécies, com um total de 495 materiais de procedências diferentes.
Maiores informações: Prefeitura Municipal de União da Vitória SEMAG (0xx42 522-4778), Escritório local da Emater (0xx42 5223931) ou Sindicato de Trabalhadores Rurais (0xx42 523-2015).
Evento discutirá a questão da biodiversidade e a manipulação genética no Ceará
Nos dias 26 e 27 de junho será realizado no município de Mauriti – Ceará o “Seminário sobre Biodiversidade e Manipulação Genética por um Ceará livre de transgênicos”. O evento tem a promoção do STR de Mauriti, Fundação CEPEMA, FETRAECE e o apoio
do Instituto Terrazul, do Instituto Florestan Fernandes, ABC e CUT-Ceára.
Informações: STR de Maurti Tel: (088)5521201 E-mail: <[email protected]>
Seminário Internacional relaciona produção de flores, plaguicidas e transgênicos
Será realizado no período de 19 a 22 de junho de 2000, em Santa Fé de Bogotá Colombia, o “Seminario Taller Internacional Enfrentando los Retos de La Agricultura de Expotación en el Nuevo Milenio: Floricultura, Plaguicidas y Transgénicos”.
O evento promovido pela corporação CACTUS conta com a participação de representantes de diversos países entre eles Colombia, Equador, Chile, Peru, México
Evento latino-americano sobre Biossegurança acontece no Rio
Durante toda a semana passada o Rio sediou o primeiro workshop sobre transgênicos dirigidos a profissionais de direito e comunicação. Segundo a atual presidente da CTNBio- Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, em declaração a Gazeta mercantil, “O risco zero não existe para nenhuma tecnologia. Mas, hoje, a legislação brasileira prevê que os produtos geneticamente modificados tenham uma avaliação prévia com várias etapas de pesquisa antes de chegar a mesa do consumidor”. De acordo com este jornal, hoje, no Brasil,19 instruções normativas estabelecem como princípio básico a necessidade de se avaliar em laboratório os riscos dos alimentos geneticamente modificados para os homens, animais e o meio ambiente.
Encontro elabora ampliação de uso de fertilizantes biológicos
Pesquisadores de várias universidades brasileiras e representantes de empresas do setor de fertilizantes do Brasil, Argentina e Uruguai participaram do encontro bianual da Rede de Laboratórios Recomendadores de Estirpes de Rhizobium (Relare), em São Joaquim da Barra, para elaborar estratégias de ampliação de fertilizantes biológicos no Mercosul.
Gazeta Mercantil, 19/05/00
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