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POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSGÊNICOS
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Car@s Amig@s
O número 22 do boletim traz notícias preocupantes sobre contaminação
genética, como o reconhecimento do porta-voz da Pioneer Hi-Breed, maior
fornecedor de sementes do mundo, de que o polém de milho transgênico pode
fertilizar plantações normais e o caso extremamente grave, ocorrido por
engano na Europa, de venda de sementes de colza geneticamente modificadas.
Um pesquisador alemão levanta, também, a possibilidade de transferência de
genes de plantas transgênicas para outras espécies.
Apesar destas notícias, a ofensiva das multinacionais para impor seus
produtos continua de forma agressiva.
É preciso ficar alerta!
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1. Mais denúncias de propagação de transgênicos alarmam especialistas
2. França quer destruição de colza geneticamente modificada
3. Gene de uma planta transgênica provoca mutação em outra espécie
4. IDEC abandona Grupo de Trabalho do Codex
5. 10 mil protestam na Itália contra manipulação de alimentos
6. Aumenta a procura pela soja convencional
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1. Mais denúncias de propagação de transgênicos alarmam especialistas
O maior fornecedor de sementes do mundo, a americana Pioneer Hi-Breed,
disse que pode ser verdadeira a estimativa de que até 15% do milho
produzido na Europa considerado normal seja geneticamente modificado.
Especialistas em biossegurança, porém, alertam que as sucessivas denúncias
de contaminação por transgênicos podem ser mais uma tentativa da indústria
para induzir a idéia de que a entrada das culturas transgênicas é fato
consumado e não dá alternativas a governos e consumidores, a não ser
aceitar os alimentos geneticamente modificados.
Um porta-voz da Pioneer disse à rede BBC que é plausível que pólen de
milho transgênico tenha fertilizado plantações normais. No início do mês, o
diretor de assuntos internacionais da Associação Americana da Soja, Dwain
L. Ford, disse ao jornal The New York Times que quase um terço da soja
brasileira pode ser transgênica. Ford, porém, não apresentou um só dado que
respaldasse sua afirmação.
O coordenador dos cursos de biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), Sílvio Valle, disse que o caso da soja brasileira é exemplar.
O Brasil é o segundo maior produtor do mundo e o primeiro de grão não
transgênico, uma vez que nos EUA, os maiores produtores têm cerca de 60% de
suas plantações alteradas geneticamente.Com isso, caso não plante soja
transgênica, o Brasil pode se tornar o principal fornecedor do mercado europeu e japonês,
que rejeitam alimentos transgênicos.
Valle lembrou que as denúncias de que as plantações do Rio Grande do Sul
estariam gravemente contaminadas se mostraram infundadas após exames
genéticos.
Outra denúncia de contaminação na Europa foi feita há poucos dias, quando
a empresa Advanta disse ter vendido inadvertidamente sementes de colza
transgênicas para Grã-Bretanha, França, Alemanha e Suécia.
Valle disse que ficou claro que não há segurança nas plantações de
transgênicos da Europa, onde todos os cultivos são experimentais.
– É espantosa a falta de controle das plantações experimentais na
Europa. Isso jamais poderia acontecer em testes, onde o controle deve ser
sempre maior, disse.
A indústria de transgênicos tem insistido que suas plantas são inofensivas
para o meio ambiente porque não haveria risco de polinização.
– Estamos vendo que o discurso sobre o controle era falacioso,
observou Valle.
No dia 26 de maio, ambientalistas fizeram protestos em França e
Grã-Bretanha contra a falta de controle de transgênicos.
O Globo,27/05/00
2. França quer destruição de colza geneticamente modificada
O governo da França divulgou nota em 25/05 exigindo a destruição das
plantações de colza em que foram usadas sementes geneticamente modificadas.
Os agricultores franceses compraram as sementes, sem saber que eram
transgênicas, da multinacional Advanta Seeds.
As sementes, segundo a própria empresa admitiu, teriam sido contaminadas
pelo pólen de uma plantação transgênica, em 1998, no Canadá, e foram
comercializadas como produto natural.
Segundo o comunicado, depois de atenta análise dos fatos e dos meios que
temos para remediá-los, o governo decidiu recorrer aos organismos
responsáveis para que estes possam executar a ordem de destruição das
plantações de colza .
As autoridades francesas enfatizaram na nota que não haviam autorizado
nenhuma variedade de colza geneticamente modificada devido aos riscos de
contaminação entre plantas da mesma família.
Foi aberta uma investigação para apurar as responsabilidades e prevenir a
repetição deste tipo de incidente , conclui a nota.
A decisão do governo francês seguiu-se a uma onda de protestos promovidos
por ecologistas e organizações agrícolas, que denunciaram o perigo das
sementes transgênicas à saúde humana e exigiram que o governo se manifestasse.
As sementes transgênicas de colza são resistentes a um tipo específico de
herbicida e também foram compradas por engano pela Alemanha, Grã-Bretanha e
Suécia. A colza é a matéria prima para a fabricação de óleo de canola,
usado na produção de chocolates e sorvetes.
Jornal do Brasil, 26/05/00
3. Gene de uma planta transgênica provoca mutação em outra espécie
Um estudo alemão aumentou ainda mais a polêmica sobre a segurança de
culturas e alimentos geneticamente modificados (transgênicos). Um
importante pesquisador alemão disse ter provas de que genes de plantas
transgênicas podem ser transferidos para outras espécies, diferentemente do
que havia afirmado a indústria de biotecnologia.
Hans-Hindrich Kaatz, da Universidade de Jena, descobriu que um gene de
bactéria usado para dar resistência à canola foi encontrado em micróbios que
infectam abelhas que haviam colhido o pólen da planta. A descoberta
aumentou o receio sobre riscos das plantações transgênicas para a saúde e o
meio ambiente.
Segundo Kaatz, genes de organismos geneticamente modificados podem romper
a barreira entre espécies e levar micróbios, no caso bactérias, a sofrer
mutações. Ele frisou, todavia, que os potenciais riscos para a saúde humana
são muito pequenos.(N.R. Será que ele pesquisou isto também?)
óleo comestível) pode contaminar bactérias que vivem no sistema
digestivo de abelhas que consomem pólen de plantas transgênicas. Kaatz
disse, no entanto, que a propagação do chamado DNA estrangeiro ocorreu
poucas vezes.
– afirmou o pesquisador, que admitiu, porém, que não está
descartada a possibilidade de o mesmo gene ser transferido para bactérias
que vivem no organismo humano.
Em 29/05, ambientalistas voltaram a protestar contra o cultivo de
transgênicos. Integrantes do Greenpeace e agricultores destruíram campos de
canola transgênica no Sudoeste da Alemanha.
Há duas semanas, a empresa Advanta admitiu o erro e reconheceu que havia
vendido
sementes alteradas para França, Alemanha, Grã-Bretanha e Suécia. A Advanta
não deu, porém, explicações sobre como teria acontecido a contaminação.
O Globo,30/05/00
4. IDEC abandona Grupo de Trabalho do Codex
Apesar de ainda possuir representação no Comitê do Codex Alimentarius do
Brasil (CCAB), por meio de seu consultor técnico Sezifredo Paulo Paz, o
IDEC optou pelo seu afastamento do Grupo de Trabalho (GT) do órgão,
subdivisão que discute e estuda as propostas a serem aceitas pelo Codex.
Isto aconteceu porque o GT é coordenado por Marília Nutti, representante da
Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Mesmo sendo
subordinada ao Ministério da Agricultura, a Embrapa trabalha como parceira
comercial no desenvolvimento de tecnologia para a Monsanto, empresa
multinacional que produz a semente da soja transgênica Roundup Ready, o que
compromete a coordenação do grupo. Entretanto, o IDEC continua a exercer
seu poder de defesa do consumidor, apresentando suas considerações por
escrito ao GT, como no caso em que foi definida a posição do Brasil em
relação à rotulagem dos alimentos geneticamente modificados.
Consumidor S.A., maio/00
5. 10 mil protestam na Itália contra manipulação de alimentos
Vários policiais, cerca de 10 manifestantes e um fotógrafo da imprensa
ficaram feridos em 25/05 em Gênova, nordeste da Itália, durante uma
manifestação em protesto contra a manipulação genética de alimentos.
A manifestação, que reuniu 10.000 pessoas segundo os organizadores e 3.000 de
acordo com a polícia, aconteceu em frente ao Salão Internacional da
Biotecnologia, que começou em 24/05.
Várias vitrines e automóveis foram destruídos durante os choques com a
força policial. A feira foi organizada por 62 empresas e conta com a
participação de muitos cientistas e executivos de empresas multinacionais
especializadas em biotecnologia.
Os organizadores acharam melhor fechar as portas durante a manifestação,
convocada por 400 associações ambientalistas e de defesa dos consumidores.
O secretário do Partido da Refundação Comunista, Fausto Bertinotti, e a
presidente dos Verdes, Grazia Francescato, participaram da manifestação,
que tinha o lema: Quando o mundo está a venda, rebelar-se é natural .
A feira provocou críticas até da prefeitura da cidade. Com o apoio da
oposição,Gênova foi declarada capital antitransgênica .
Agência France Presse, 25/05/00
6. Aumenta a procura pela soja convencional
Entre 1996 e1998, a exportação brasileira de soja em grão para a Europa
aumentou 126%, passando das 3,02 milhões para 6,8 milhões de toneladas. No
mesmo período, as vendas norte-americanas para os europeus recuaram 30,6%,
ficando em 5,41 milhões de toneladas, diz Marco Antonio de Carvalho,
analista de
soja da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Esse fato está relacionado ao aparecimento do produto transgênico, que
valorizou o produto tradicional brasileiro , diz.
Carvalho destaca que há preocupações dos demais países produtores com a
possibilidade do crescimento da produção brasileira. O Brasil cultivou
13,32 milhões de hectares na safra passada. Existem 42,5 milhões de hectares
apropriados para o cultivo da soja nas regiões Centro-Oeste, Norte e
Nordeste.
Nos EUA, onde se cultiva 30,4 milhões de hectares de soja, a possibilidade
de expansão não chega a um milhão de hectares. Os argentinos se quiserem
plantar além dos 8,5 hectares com a oleaginosa terão de reduzir a área de
outras atividades.
Carvalho diz que, nos EUA, gasta-se US$25 a mais para produzir um hectare
de soja transgênica, em relação ao grão tradicional. Para o técnico da
Conab, a melhor alternativa para brasileiros é continuar com o plantio de
material genético convencional para manter o mercado.
Gazeta Mercantil, 31/05/00
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