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POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSGÊNICOS
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Car@s Amig@s
O Café da Manhã Livre de Transgênicos, organizado pela Campanha “Por um Brasil livre de transgênicos” e pela Fundação Heinrich Böll no dia 18/10, em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação, foi um sucesso!
O evento teve como objetivo coletar assinaturas de parlamentares para o manifesto “Alimentos Transgênicos: Aliança Internacional pela Moratória”, que será encaminhado à ONU até o final deste ano. Aconteceu também nesta ocasião o lançamento do livro de mesmo nome.
Estiveram presentes cerca de 150 pessoas, entre parlamentares, assessores e diversos representantes da Campanha.
A Campanha agradece a todos os produtores (Horta e Arte SP, Vovó Chiquita RJ, Conatura RJ, ABIO RJ, Fazenda Monte Verde MG, Centro Ecológico Ipê RS, Korin DF e Fazenda Malunga DF) que colaboraram com doações de produtos orgânicos que compuseram a belíssima mesa do Café, que representou também um importante espaço de divulgação do modelo agroecológico de produção.
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Neste número:
1. Moratória aos transgênicos
2. Nova marca de tacos contaminados com transgênicos nos EUA
3. ConAgra pára moinho em Kansas
4. Comentário do Le Monde
5. Resistência inútil
6. Novartis desativa sistema imunológico de plantas
Sistemas agroecológicos mostram que transgênicos não são a solução para a agricultura
1. Uma proposta sustentável de modernização da Agricultura na África
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1. Moratória aos transgênicos
Os promotores da campanha “Por um Brasil Livre de Transgênicos” vão intensificar a coleta de assinaturas de parlamentares ao manifesto, já firmado por 28 integrantes do Parlamento Europeu, que propõe a moratória na liberação comercial do cultivo de plantas geneticamente modificadas. O manifesto será enviado às Nações Unidas.
Em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro, os organizadores promoveram ontem na Câmara dos Deputados em café da manhã com produtos livres de transgênicos e aproveitaram para lançar o livro Alimentos Transgênicos: Aliança Internacional pela Moratória.
No Brasil, pretende-se recolher pelo menos 200 assinaturas de parlamentares, segundo o coordenador da questão agrícola do Instituto de Estudos Socio-econômicos (Inesc), Edélcio Vigna.
Jornal do Brasil,19/10/00.
Nota: A jornalista inverteu um dado: o manifesto já foi assinado por 82 integrantes do Parlamento Europeu.
2. Nova marca de tacos contaminados com transgênicos nos EUA
O Genetically Engeneered Food Alert (GEFA), uma coalizão de grupos de consumidores, ambientalistas e de saúde, anunciou que amostras de massa para tacos da marca Safeway (uma enorme rede de supermercados americana) contêm milho transgênico StarLink. O milho, não aprovado para o consumo humano direto, é o mesmo contaminante descoberto pela GEFA na massa para tacos da marca Taco Bell, recolhida pela FDA (Agência Americana de Alimentos e Medicamentos) e pela indústria Kraft, em setembro último.
O Safeway respondeu retirando as massas para tacos de suas prateleiras em mais de 1600 de suas lojas por todo o país.
O GEFA condenou a presença, indicada pelos resultados dos testes, de ingrediente transgênico e alertou que o incidente da segunda contaminação é uma evidência do fracasso da FDA em efetuar fiscalização adequada das corporações de biotecnologia e produtores de alimentos.
A Aventis (indústria que produz as sementes StarLink), sob orientação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) concordou em comprar as produções de StarLink que estão sendo cultivadas e colhidas atualmente nos Estados Unidos, um compromisso estimado em 90 a 100 milhões de dólares para a companhia, segundo o USDA. A Aventis anunciou também que as vendas de híbridos de milho StarLink para 2001 foram suspensas.
PANUPS Pesticide Action Network Updates Service www.panna.org
3. ConAgra pára moinho em Kansas
A ConAgra Foods, uma das maiores companhias americanas do setor de alimentos, comunicou a interrupção temporária das operações de seu moinho em Kansas. Isso porque a empresa teme que a unidade tenha recebido o mesmo tipo de milho transgênico que desencadeou um recall nacional de algumas marcas de massas para tacos.
O moinho de milho de Kansas, mais precisamente de Atchison, é o único da companhia nos EUA. A unidade parou de processar milho na quarta e não vai reiniciar a entrega do produto até que sejam terminadas a limpeza das instalações e a verificação de estoques, afirmou a porta-voz da ConAgra, Karen Savinski.
O moinho da ConAgra é o segundo dos EUA a ter suas operações paralisadas pelo caso StarLink. A unidade da Azteca Milling em Plainview, Texas, parou de processar e entregar farinha de milho amarelo em setembro. (…)
A Safeway, de Pleasanton, Califórnia, a maior cadeia de supermercados do país, fez voluntariamente, na semana passada, um recall de sua marca própria de massa para tacos fabricada pela Mission Foods. Também a Food Lion, de Salisbury, Carolina do Norte e a Shaw’s Supermarkets, de West Bridgewater, Massachusetts, anunciaram ontem que estão retirando suas massas para tacos com marca própria das prateleiras porque os produtos foram produzidos pela Mission. (…)
Valor, 18/10/00.
4. Comentário do Le Monde
Hervé Kempf (Le Monde), considera estas notícias (acima) duplamente importantes: é a maior operação de retirada de OGMs jamais realizada, e é a primeira vez que os Estados Unidos estão, eles mesmos, envolvidos num fenômeno de contaminação transgênica. As organizações ambientalistas conseguiram finalmente atrair a atenção dos consumidores e provaram, de maneira incontestável, o caráter incontrolável da difusão dos OGMs. Além disso, os grandes grupos agroalimentares elegeram, mais que o enfrentamento, o caminho da segurança máxima. A reação da Kraft Foods foi sustentada por uma organização profissional de distribuidores, a Grocery Manufacturers of America.
A Kraft Foods não se contentou em somente retirar seus produtos contaminados das prateleiras, mas não hesitou em emitir “recomendações” às autoridades. Especificamente, diz que as autorizações para OGMs não podem ser parciais, ou seja, não devem distinguir entre alimentação humana e animal. Requer, além disso, que se estabeleçam e se apliquem sistematicamente procedimentos de detecção seguros. Definitivamente os promotores dos OGMs acabam de receber um forte golpe. Ironicamente, este provém de um produto desenvolvido na Europa, o continente motor da luta contra os transgênicos.
Le Monde, 4/10/00.
5. Resistência inútil
No primeiro caso deste tipo oficialmente confirmado, plantas invasoras no Canadá tornaram-se resistentes a três tipos de herbicida. As plantas contraíram genes de três variedades geneticamente modificadas de canola. Em 1997, um produtor em Alberta plantou em campos separados uns dos outros por distância de 30 metros, canola resistente ao herbicida Roundup da Monsanto, ao Pursuit da Cyanamid e ao Liberty da Aventis. Em 1998, ele descobriu plantas invasoras que resistiam a dois herbicidas, e no ano passado, invasoras que resistiam aos três. Agora só herbicidas mais tóxicos, como o 2,4-D, poderia controlá-las.
www.newscientist.com
6. Novartis desativa sistema imunológico de plantas
Os cientistas que trabalham para a gigante suíça Novartis desenvolveram e patentearam um método de “desligar” o sistema imunológico das plantas, para o ultraje dos ambientalistas e instituições de caridade do Terceiro Mundo, que julgam essa tecnologia a mais perigosa das modificações genéticas feitas até agora.
As patentes registradas pela Novartis, a fabricante do Ovomaltine, revelam que os cientistas esperam poder usar a tecnologia em quase todos os cultivos na terra.
O processo envolve transferência de uma única molécula de DNA, descrita pela empresa como “gene NIM”, para a planta. Este gene então reage com o sistema imunológico da planta, permitindo-o ser ativado seletivamente pelo uso de químicos quando doenças ameaçarem. Mas a patente também descreve plantas nas quais o sistema imunológico inteiro foi desativado, tornando-as altamente susceptíveis doenças.
Ambientalistas temem que a nova tecnologia possa ter impactos ecológicos desastrosos se culturas com sistema imunológico suprimido trocarem pólen com a vida vegetal ao redor. O uso da tecnologia da modificação genética, que usa químicos para ativar características genéticas, foi especificamente condenado pela ONU no começo deste ano. A organização recomendou que a tecnologia não fosse testada no campo e pediu pela moratória ao seu desenvolvimento até que seus impactos tenham sido totalmente avaliados.
Na quarta-feira, os acionistas da Novartis e da gigante da biotecnologia Astra Zeneca terão uma votação para decidir se farão uma fusão para criar a maior companhia de modificação genética do mundo.
The Observer, Londres, 08/10/00.
Sistemas agroecológicos mostram que transgênicos não são solução para a agricultura
1. Uma proposta sustentável de modernização da Agricultura na África
Há inúmeras experiências pelo mundo que nos mostram que a implementação do modelo de produção agroquímico não é a única, nem a mais adequada forma de se aumentar a produtividade nos campos.
No semi-árido distrito de Machakos, no Kenia, por exemplo, durante os anos 60, as famílias investiram no desenvolvimento de uma grande variedade de práticas alternativas de melhoramento do solo, acompanhadas de mudança nos padrões de cultivo em resposta à oportunidades do mercado. Entre essas práticas estavam o uso de terraços, confinamento de gado e uso de esterco, plantio de árvores e cercas-vivas e armazenamento de água em lagos e outras estruturas.
A maioria das técnicas foi desenvolvida sem nenhuma ajuda ou assistência do governo. Estas práticas permitiram aos agricultores de Machakos elevar sua produtividade agrícola em até 11 vezes, muito acima do aumento da população, que foi de 5 vezes no mesmo período.
“ALTERNATIVAS à Agricultura Moderna Convencional para Enfrentar as Necessidades de Alimentos no Próximo Século”. Conferência de Bellagio Itália, 26-30/04/99. Nova York:CIIFAD, 1999. 39 p.
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=> Acesse a Cartilha “POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSGÊNICOS” via Internet
http://www.syntonia.com/textos/textosnatural/textosagricultura/apostilatransgenicos
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