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POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSGÊNICOS
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Car@s Amig@s
Devido a problemas técnicos relacionados à mudança de endereço do IBASE no Rio de Janeiro, o Manifesto Internacional “Alimentos Transgênicos: Aliança Internacional pela Moratória” e algumas outras informações relacionadas a ele, disponíveis no site do IBASE (www.ibase.org.br), estiveram com alguns dados desatualizados durante as últimas semanas. Agora o site já está em ordem e estamos correndo contra o tempo. O Manifesto será entregue à FAO / ONU (Órgão das Nações Unidas de Alimentos e Agricultura) em Roma no início de dezembro.
Convocamos novamente todos a entrarem no site e assinarem o Manifesto. A participação da população é importantíssima e ainda precisamos recolher um número grande de assinaturas.
Contamos com vocês!
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Neste número:
1. Idec contesta a liberação do milho GM
2. Justiça mantém veto ao milho transgênico
3. Transgênicos criam tensão entre EUA e Japão
4. Transmissão de genes de resistência em beterraba
5. Dados queimados no estudo da Monsanto sobre soja RR
Sistemas agroecológicos mostram que transgênicos não são solução para a agricultura
1. Desenvolvimento participativo de sistemas de plantio direto sem herbicidas.
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1. Idec contesta a liberação do milho GM
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor questiona a CTNBio pelo que considera irregularidades no processo no processo administrativo e parecer, relativos à liberação de milho transgênico. Segundo o Idec, a comissão autorizou de uma só vez a importação de todas as variedades de milho geneticamente modificado (GM) embora tenha apenas um documento “não um trabalho científico”, ressalta sobre uma única combinação.
Além disso, as informações que a CTNBio diz ter pedido nos Estados Unidos sobre segurança alimentar dos milhos transgênicos foram dirigidas ao Departamento de Agricultura, e não ao FDA e ao EPA, organismos responsáveis pela saúde e pelo meio ambiente.
“Das 486 páginas do processo, só existem dois trabalhos científicos, que tratam apenas dos efeitos de algumas espécies de milho transgênico para o consumo por galinhas, não havendo qualquer documento científico sobre a segurança alimentar do milho transgênico liberado, seja para consumo humano ou para outros animais”, denuncia o Idec, completando que não há nenhum documento ou análise no processo a respeito dos impactos à saúde humana pelo consumo de animal alimentado à base de milho transgênico.
O Idec diz ainda que a CTNBio se baseia no conceito de “equivalência substancial” para dar seu parecer e lembra que este conceito “é cientificamente contestável, e não previsto em legislação brasileira ou acordos internacionais”. Completa que a comissão “parece ter ignorado um documento do Parlamento Europeu que representa uma posição mais cautelosa e sequer o junta ao processo”.
O Instituto diz temer que a “CTNBio tenha cedido, pelo que consta do processo, à pressão do Ministério da Agricultura para avaliar rapidamente os riscos dos milhos transgênicos, tendo em vista questões econômicas, como a “quebra da safra” e exige da comissão respostas e justificativas, bem como uma cópia da ata da reunião de 28 a 30 de junho passado que aprovou os milhos transgênicos.
Jornal do Brasil, 27/10/00.
N.R. No site do IDEC (www.idec.org.br) pode-se ter acesso à parte da ata da CTNBio sobre o parecer da segurança da soja RR e a outras informações sobre a carta do IDEC para a CTNBio.
2. Justiça mantém veto ao milho transgênico
A Avipal, de Porto Alegre, e a Procuradoria Geral da União tiveram indeferidos ontem, pela juíza federal Sílvia Gorayeb, os agravos de instrumentos de ações que pleiteavam, junto ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 4a. Região a liberação do carregamento de 11.309 toneladas de milho transgênico argentino, que está retido no armazém da Termasa no porto de Rio Grande.
As duas ações pretendiam modificar a decisão do juiz da 1a. Vara Federal em Rio Grande, Marcelo Borges, que havia negado a liberação do produto e determinado a realização de estudo de impacto ambiental.
O procurador da união da 4a. Região, Luis Adams, explicou que o pedido de liberação justifica-se porque o Conselho Técnico Nacional de Biossegurança emitiu parecer permitindo que o milho seja utilizado para elaboração de ração animal. De quatro testes realizados em dois laboratórios para detectar se o milho era transgênico, três apresentaram resultado positivo e um negativo.
Gazeta Mercantil, 01/11/00.
3. Transgênicos criam tensão entre EUA e Japão
Milho proibido para consumo humano está em salgadinhos e massa para bolo exportados. O que começou como uma simples denúncia de ambientalistas está ganhando contornos de um sério problema de comércio exterior. A comprovação de que os produtos da Taco Bell continham milho Bt, transgênico para consumo animal, foi apenas a ponta do iceberg. Esta semana uma associação de consumidores japoneses detectou milho Bt em salgadinhos e mistura para bolos e o Ministério da Saúde do Japão quer garantias de que os EUA não vão exportar transgênicos.
A situação é tão séria que ontem a Casa Branca convocou seus principais assessores da área de biotecnologia para resolver o que fazer. Representantes do Departamento de Agricultura (USDA), da Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) e da Agência de Proteção Ambiental (EPA) discutiram meios de tranqüilizar os importadores, principalmente Europa, Japão e Austrália, que têm normas rígidas para comercialização de produtos geneticamente modificados. Mas o governo não poderá fazer muita coisa.
O Estado de São Paulo, 27/10/00.
4. Transmissão de genes de resistência em beterraba
O periódico Tagesspiegel reportou que sementes de beterraba resistentes ao herbicida “Liberty” da Aventis mostraram-se também resistentes ao “Roundup” da Monsanto. Esta constatação surgiu a partir de pesquisas feitas em vários países europeus nos campos de cultivo de beterraba geneticamente modificada. As análises permitiram conhecer a data e o lugar de aparição da resistência não esperada, mas não permitem determinar o lugar de saída do pólen nem a via que seguiu para contaminar a semente.
Esta nova contaminação ocasionada pelos organismos geneticamente modificados traz à tona novamente o tema das incertezas relacionadas aos OGMs e ao seu impacto sobre o ambiente e a biodiversidade.
http://www.agrisalon.com/en1810m0.htm
5. Dados queimados no estudo da Monsanto sobre soja RR
O estudo entitulado “A Composição das Sementes de Soja Tolerantes ao Glifosato (Roundup Ready) é Equivalente Àquela da Soja Convencional” foi apresentado ao FDA em 1994 pela Monsanto, durante o processo de aprovação da Soja RR. No entanto, parte dele foi queimada e ele falhou em provar a equivalência.
O estudo apresentado ao FDA e em seguida publicado no Journal of Nutrition mostra diferenças significativas entre as sojas GM e controle em 3 dos 6 macronutrientes medidos e em um ácido graxo. Os pesquisadores não apresentaram análises estatísticas mesmo em diferenças maiores nas sojas GM, como 29% menos colina. Eles constataram que a soja RR crua continha 27% mais inibidor de tripsina, um alergênico que inibe a digestão de proteínas, que pode retardar o crescimento em animais alimentados com soja crua e foi relacionado com aumento no tamanho de células do pâncreas em ratos.
A falha mais impressionante consiste num problema de queima de arquivo: os dados de um dos 3 experimentos conduzidos em crescimento de soja em Porto Rico, foi omitido do estudo publicado e dos dados submetidos ao FDA. Nos ensaios não divulgados de Porto Rico, sojas RR apresentaram teores de proteína e do aminoácido fenilananina significativamente menores. Mais problemáticos foram os níveis do alergênico inibidor de tripsina em alimentos torrados de soja RR, que foram os maiores de todos. Os níveis foram 18% maiores em alimentos RR do que em alimentos convencionais. Nos alimentos torrados, os níveis de alergênicos chamados lectins em sojas RR foram quase o dobro dos níveis nas sojas controle.
Qual poderia ser o resultado do consumo de alimentos com altos níveis de inibidor de tripsina e lectin? Bem, talvez crescimento mais lento e menor, dizem os cientistas. E crescimento mais lento e ganho de peso menor foram observados em ratos alimentados com soja RR. Vacas alimentadas com alimento RR produziram leite com teores de gordura maiores que o normal. O nome improvável do estudo sobre alimentação seria “O valor alimentar de sojas dadas a ratos, galinhas e gado não é alterado por incorporação de tolerância a glifosato”.
Ericka Dana [email protected] via [email protected]
Sistemas agroecológicos mostram que transgênicos não são solução para a agricultura
1. Desenvolvimento participativo de sistemas de plantio direto sem herbicidas.
No trabalho realizado pela ONG AS-PTA e pelo Fórum das Organizações dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, na região do Centro-Sul do Paraná, que veio questionar a baixa adoção de sistemas de plantio direto entre os agricultores familiares da região, o uso de herbicidas em sistemas de plantio direto tornou-se um ponto importante a ser refletido.
Com a proposta de promover um novo modelo de desenvolvimento, foi iniciado na região um processo social de experimentação envolvendo, além de testes de sistemas de plantio direto sem uso de herbicidas, temas como manejo da agrobiodiversidade, manejo ecológico do solo, segurança alimentar entre outros. Com o uso de abordagens participativas, foi possível identificar diversos agricultores experimentadores, incluindo alguns agricultores que já se encontravam familiarizados com o sistema proposto. Um bom exemplo é a família Bischof, do Município de Rebouças, que já possuía 14 anos de experiência no plantio direto sem uso de herbicidas.
Além de ter permitido analisar o comportamento de diferentes espécies de adubos verdes e de plantas de cobertura, foram obtidos outros resultados como o incremento do número de áreas de experimentação e a ampliação das áreas já implantadas, devido à boa aceitação das técnicas por eles experimentadas. Quanto aos resultados agronômicos, foi apontada uma significativa melhoria dos desempenhos produtivos já a curto prazo.
Espera-se que como resultado de um melhor desempenho produtivo das lavouras, a generalização do sistema de plantio direto sem herbicidas na região ocasione um impacto positivo na renda das famílias.
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=> Acesse a Cartilha “POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSGÊNICOS” via Internet
http://www.syntonia.com/textos/textosnatural/textosagricultura/apostilatransgenicos
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