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POR UM BRASIL ECOLÓGICO,
LIVRE DE TRANSGÊNICOS & AGROTÓXICOS
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Número 660 – 24 de janeiro de 2014
Car@s Amig@s,
No início da década de 2000, o Projeto Genoma Humano, desenvolvido em consórcio entre vários países, mostrou, entre seus resultados, que apenas 2% dos genes humanos codificam a produção de proteínas. O restante – 98% de um total de 22 mil genes identificados – foi então classificado pela ciência como “DNA lixo”, ou “DNA não codificante”. Assumiu-se o pressuposto de que essa “quase irrelevante” parcela do nosso genoma não atuava no funcionamento do organismo.
Apenas no final do ano passado, com a descoberta de algumas funções de parte do chamado “DNA lixo”, essa visão começou a mudar. Matéria publicada no jornal O Globo em dezembro de 2013 abordou a série de estudos realizados por centenas de cientistas de 32 instituições ao redor do mundo reunidos no projeto ENCODE, que na sigla em inglês significa “Enciclopédia de Elementos do DNA”, que revelou que “uma boa parcela, se não todo, esse ‘lixo’ tem sim função, regulando o funcionamento, a chamada expressão, dos genes, algo como um imenso painel de controle instalado no genoma humano.”
Ainda segundo a matéria, “Agora, pesquisadores da Universidade de Washington envolvidos no ENCODE descobriram que um grande número de códons [sequência de três nucleotídeos] nos nossos genes pode ter função dupla, servindo tanto para codificar pedaços das proteínas quanto para regular a expressão do gene. Batizadas ‘duóns’, estas sequências de nucleotídeos fazem parte de um tipo específico de mecanismo regulatório genético conhecido como fator de transcrição, essencialmente ‘falando’ as duas línguas do DNA, codificante e não codificante.”
A descoberta está descrita em artigo publicado em 13 de dezembro de 2013 na revista Science. O líder da pesquisa e principal autor do artigo, John Stamatoyannopoulos, declarou: “Por mais de 40 anos assumimos que mutações no DNA que afetam o código genético só tinham impacto sobre a forma como as proteínas são fabricadas. Agora sabemos que esta forma básica de ler o genoma humano deixou de fora metade do quadro. Essas novas descobertas evidenciam que o DNA é um poderoso mecanismo de armazenamento de informações que a natureza explorou completamente de formas inesperadas.”
Outro estudo recente – este desenvolvido por pesquisadores brasileiros – encontrou novas evidências da expressão do “DNA lixo”. Conforme descrito em matéria publicada em 21/01 pela Agência Fapesp, a pesquisa mostrou que a expressão alterada de genes não codificadores de proteína pode estar relacionada à agressividade tumoral. A pesquisa foi descrita em artigo publicado na revista Molecular Cancer em novembro de 2013.
Sergio Verjovski-Almeida, pesquisador do Instituto de Química da USP e coordenador da pesquisa, declarou à Agência: “Pela primeira vez, mostramos que RNAs não codificadores de proteínas podem estar relacionados à biologia de um tumor mais agressivo e, portanto, ser alvos potenciais para novos medicamentos”. “Novos estudos têm mostrado, porém, que a partir desse DNA se expressam RNAs que atuam modulando o funcionamento de genes vizinhos”, completou o pesquisador.
Mudando um pouco o foco, mas ainda sobre este tema, reportagem publicada pelo jornal New York Times relata outras incríveis descobertas recentes que colocam por terra crenças básicas da genética. Segundo o jornal, cientistas estão descobrindo ser bastante comum um indivíduo possuir múltiplos genomas. Por exemplo, algumas pessoas possuem grupos de células com mutações que não são encontradas no resto do corpo. Algumas possuem genomas que vieram de outras pessoas.
Os cientistas até agora acreditaram que poderiam olhar para o genoma de células tiradas do interior da bochecha com um tipo de cotonete e assim conhecer o genoma das células do cérebro, do fígado ou de qualquer outra parte do corpo. Mas evidências recentes estão mostrando que isso não é verdade.
A matéria apresenta as diversas possíveis origens da ocorrência do que chama de quimeras genéticas e de mosaicos genéticos e, entre muitos outros exemplos, traz o caso de um cientista forense do Laboratório da Divisão de Crimes do estado de Washington que em 2012 descreveu como as amostras de saliva e de esperma de um mesmo suspeito de um crime sexual não batiam.
Outro exemplo capaz de confundir cientistas forenses está relacionado a transplantes de medula óssea. Segundo a matéria do NYT, pesquisadores da Innsbruck Medical University, na Áustria, pegaram células da bochecha de 77 pessoas que haviam recebido transplantes no período que compreendia os nove anos anteriores. Em 74% das amostras, eles encontraram um mix de genomas, que incluía o genoma do receptor e o do doador da medula. As células-tronco transplantadas não apenas substituíram células sanguíneas, mas também se transformaram em células que revestem a bochecha.
Em suma, o que essas novas pesquisas mostram é o quanto a ciência básica no campo da genética está distante de suas aplicações técnicas.
É preciso ressaltar que a chamada “engenharia genética”, que se refere ao corta-e-cola de genes entre seres de diferentes espécies para a produção de organismos transgênicos, é até hoje realizada de maneira bastante “empírica”: não há controle sobre o lugar de inserção do novo gene dentro da cadeia de DNA e centenas de tentativas são feitas até que o gene inserido expresse no organismo receptor a característica desejada, e que esse organismo, aparentemente, não apresente outras alterações. Os cientistas têm ainda pouco conhecimento sobre os motivos que levam uma determinada inserção – e não outra – a funcionar e, muito mais grave, desconhecem quase por completo os efeitos imprevisíveis que a mudança no genoma pode provocar – por exemplo, não seria de se esperar que o novo gene influenciasse o comportamento dos genes no seu entorno?
Diversas pesquisas recentes têm mostrado que o consumo de alimentos transgênicos no longo prazo pode representar um risco maior para o desenvolvimento de tumores e outros problemas incluindo infertilidade e desregulações hormonais. Infelizmente, entretanto, o poder econômico das grandes empresas tem sido capaz de abafar essas evidências e conformar esse grande experimento global.
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Neste número:
1. Repórter Brasil entrevista Procurador Anselmo Lopes, que abriu inquérito sobre liberação de transgênicos tolerantes ao 2,4-D
2. Parlamento Europeu rejeita cultivo do milho transgênico 1507, da Pioneer
3. China culpa semente transgênica contrabandeada dos EUA por quebra em produção de milho
4. Publicada Portaria autorizando plantio de algodão transgênico no Tocantins
5. Cor do mar jamaicano reflete o uso excessivo de fertilizantes agrícolas
A alternativa agroecológica
Filhos de Sepé comemora 15 anos e a maior produção de arroz orgânico do Brasil
Dicas de fonte de informação
– Construção do Conhecimento Agroecológico – novo número da revista Agriculturas: experiências em agroecologia
Os artigos desta edição demonstram por que e como o enfoque agroecológico ganha sentido prático somente quando rompe com a perspectiva difusionista propalada pela modernização agrícola e restaura o protagonismo de agricultores e agricultoras na geração de conhecimentos contextualizados acerca do funcionamento ecológico-econômico de agroecossistemas de gestão camponesa. O exercício do diálogo horizontal entre as sabedorias locais/populares e os saberes universais/acadêmicos tem criado as condições para o desenvolvimento de novas perspectivas metodológicas a fim de colocar em prática ensinamentos deixados por Paulo Freire, entre eles, o de que o conhecimento é gerado entre os homens em uma relação social, onde existem vários sujeitos que pensam, dialogam e comunicam, os quais através dessas ações constroem o mundo e constroem a si mesmos.
– O modelo de produção agrícola em discussão. O 2,4-D e a toxidade dos agrotóxicos, entrevista especial com Karen Friedrich, pesquisadora do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e professora da Universidade Federal do Estado do Rio (Unirio) – publicada pelo Instituto Humanitas Unisinos em 15/01/2014.
“A liberação da semente [transgênica tolerante ao herbicida 2,4-D] legitimaria uma forma de aumentar a aplicação de uma substância tóxica, cujo uso deveria ser diminuído, não incentivado”.
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1. Repórter Brasil entrevista Procurador Anselmo Lopes, que abriu inquérito sobre liberação de transgênicos tolerantes ao 2,4-D
MPF aconselha CTNBio a realizar mais testes que comprovem a segurança do veneno 2,4D, um dos principais componentes do agente laranja, usado como arma química no Vietnã
Após uma década ao longo da qual o herbicida glifosato reinou absoluto nas lavouras transgênicas espalhadas pelo Brasil, a chegada de um novo produto, mais tóxico e com maior potencial de contaminação, coloca em alerta setores da sociedade e já é objeto de um inquérito civil por parte do Ministério Público Federal (MPF). Um dos principais componentes do tristemente célebre agente laranja, usado pelos Estados Unidos como arma letal contra civis durante a Guerra do Vietnã, o veneno conhecido como 2,4D pode ser uma realidade já na atual safra brasileira, em lavouras de soja e milho geneticamente modificadas para resistirem à aplicação do produto. Responsável pela possível liberação de três pedidos de plantio comercial relativos ao 2,4D – que seriam analisados em outubro – a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) foi aconselhada pelo MPF a realizar mais testes que comprovem a segurança do produto para a saúde e o meio ambiente.
Também instada pelo MPF a realizar uma audiência pública na qual a utilização do 2,4D fosse debatida de forma mais ampla pela sociedade civil, a CTNBio não acatou a orientação. Por isso, o MPF optou por organizar sozinho, em Brasília, uma audiência pública, realizada em 12 de dezembro, que contou com dezenas de representantes das organizações socioambientalistas, da academia e dos ministérios e agências reguladoras do governo federal, além de integrantes da própria CTNBio. Foram debatidos os riscos de contaminação de sementes crioulas pelas sementes geneticamente modificadas e de aumento do consumo de agrotóxicos no Brasil. A falta de mecanismos adequados para o monitoramento da cadeia de transgênicos no país também foi motivo de debate, além da pouca confiabilidade dos estudos, em sua maioria realizados pelas próprias empresas transnacionais que controlam a transgenia, levados em conta pela CTNBio no momento de decidir pelas liberações comerciais.
Em conversa exclusiva com a Repórter Brasil, após a realização da audiência pública, o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, responsável pela condução do inquérito civil, faz um balanço positivo do debate e destaca que a CTNBio, embora não tenha respondido à solicitação do MPF, acabou não mais liberando nenhuma planta associada ao produto. Ele acredita que a decisão sobre a utilização do 2,4D ficará para este ano. O procurador também critica os mecanismos de controle e monitoramento hoje existentes no Brasil, tanto no que diz respeito aos testes acatados pela CTNBio quanto à cadeia de transgênicos em geral.
Leia a íntegra da entrevista com Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, publicada em 13/01/2014, na página da Repórter Brasil
Leia também o especial sobre transgênicos publicado pela Repórter Brasil em novembro de 2013
2. Parlamento Europeu rejeita cultivo do milho transgênico 1507, da Pioneer
Países do bloco ainda votarão sobre a medida
Em votação realizada em 16 de janeiro o Parlamento Europeu rejeitou a aprovação para cultivo comercial do milho transgênico da Pioneer 1507, que é Bt (tóxico a insetos) e também tolerante à aplicação de herbicida a base de glufosinato (classificado como altamente tóxico na União Europeia).
A votação foi uma forte mensagem política para a indústria de biotecnologia, com 385 votos contra a autorização, 201 a favor e 30 abstenções.
Este, entretanto, é apenas o primeiro passo para a rejeição completa ao milho 1507 na União Europeia, pois os governos nacionais começaram no dia 17 de janeiro o processo de votação sobre a questão no âmbito da Comissão Europeia. Contrariando as regras da UE, as avaliações de risco relacionadas ao uso do herbicida associado à lavoura transgênica não foram realizadas.
Um grupo de ONGs europeias organizou a campanha Stop the Crop e está coletando assinaturas contra a liberação do milho 1507. A campanha também disponibiliza online um vídeo de 9 minutos (em inglês) que fala sobre os perigos das lavouras transgênicas e convoca os europeus a agirem contra a liberação desses produtos.
Se aprovado, o milho 1507 seria o primeiro produto transgênico autorizado para plantio na Europa desde 1998, quando foi liberado o milho Bt da Monsanto MON 810 (atualmente proibido em 7 países europeus e cultivado apenas na Espanha).
Com informações de Sustainable Pulse, 16/01/2014; GMWatch, 16/01/2014; e Stop the Crop
Leia também (em inglês) a moção aprovada pelo Parlamento Europeu em 16/01/2014
3. China culpa semente transgênica contrabandeada dos EUA por quebra em produção de milho
A China tem conseguido manter os alimentos transgênicos fora de suas lavouras, rejeitando e mesmo incinerando carregamentos de milho provenientes dos EUA. Mas apesar dos esforços algumas sementes conseguiram invadir os campos, e essas sementes dos EUA têm sido culpadas por perdas de safra na região leste do país.
A polícia do estado de Hunan descobriu um caso de contrabando de sementes que pode ter contribuído para o fracasso na produção de 80 hectares de milho no distrito de Tongdao no ano passado. Chamado de “milho dourado americano” por autoridades locais, as sementes são originárias de gigantes multinacionais como a Monsanto e a Syngenta.
Mais recentemente um contrabandista chamado Luo Haihong foi preso, acusado de ter contrabandeado mais de 500 mil toneladas de sementes de milho para a China desde 2003.
“Veio à tona o caso da infiltração de sementes transgênicas de milho na China, trazendo potenciais riscos à segurança alimentar e mesmo à segurança nacional no país”, disse Li Wenliang, professor da Universidade de Relações Internacionais.
Acredita-se que algumas dessas sementes tenham chegado pela alfândega com turistas que entraram no país. Outras podem ter vindo por Hong Kong em caminhões e pelo envio em pacotes. De todo modo, não se tem ideia de como tantas sementes transgênicas puderam infiltrar o sistema agrícola chinês. (…)
Natural Society, 18/01/2014.
N.E.: A estratégia da disseminação de lavouras transgênicas através do contrabando de sementes não é uma novidade, sendo utilizada para forçar a liberação da tecnologia. No Brasil o contrabando de sementes de soja transgênica oriundas da Argentina no final da década de 1990 e início da década de 2000 e a disseminação dos plantios ilegais pela região Sul do país levaram à chamada situação do “fato consumado” (dizia-se que o plantio de transgênicos já era uma realidade irreversível) e à legalização das lavouras sem a realização de qualquer estudo de impacto ambiental e de riscos à saúde. Duas medidas provisórias (113/2003 e 131/2003) legalizaram as safras 2003 e 2004 plantadas ilegalmente e a Lei de Biossegurança (11.105/2005) tornou definitiva a autorização (Art. 35).
4. Publicada Portaria autorizando plantio de algodão transgênico no Tocantins
Brasília – O estado do Tocantins foi autorizado a plantar algodão transgênico. A Portaria nº 30, publicada hoje (15) no Diário Oficial da União, retira o estado da Zona de Exclusão de plantio de algodão geneticamente modificado. O Tocantins foi incluído nessa zona por meio da Portaria nº 21, de 13 de janeiro de 2005.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) elaborou um parecer técnico para retirar o estado da Zona de Exclusão, aprovando a medida. De acordo com a Secretaria de Agricultura e Pecuária do Tocantins, a autorização foi expedida após pedido do governo estadual. Com a medida, a secretaria espera ampliar a produção de 5 mil para 40 mil hectares este ano.
Para pedir a autorização, o governo estadual argumentou que a ampliação do plantio de algodão pode contribuir para o desenvolvimento regional e para controlar a presença da lagarta Helicoverpa Armigera, que devasta as lavouras.
Em 2005, quando foi definida a Zona de Exclusão, o objetivo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) era preservar a cultura de algodão nativo e selvagem no país, evitando cruzamentos. Mas, na época, foram definidas as áreas que poderiam ser incluídas ou retiradas da Zona de Exclusão.
Agência Brasil, 15/01/2014
5. Cor do mar jamaicano reflete o uso excessivo de fertilizantes agrícolas
A água do parque marinho de Montego Bay é muito verde, mas de perto a ilusão se desfaz: o mar do Caribe, naquele ponto, não é o paraíso que se imagina. A água é turva e cheira estranho. É só o barco se afastar da orla, dos esgotos e dos riachos para a água ficar cristalina e exibir corais e cardumes. “Água verde é excesso de nutrientes”, diz o guia Wrenford Whittingham. “Isso não é bom.”
“Nutrientes” são nitrogênio, fósforo e potássio, além de outros elementos essenciais para o crescimento das plantas e a produção alimentar. A fertilização dos solos procura corrigir as carências, a questão é encontrar o equilíbrio. A escassez, como acontece em países africanos, empobrece solo e colheita. O excesso também é problema: não aumenta a produtividade e contamina terra, água e ar, além de causar impacto nos oceanos.
“O uso excessivo de nitrogênio e fósforo na agricultura chega aos ambientes marinhos, causa a proliferação de algas e a consequente falta de oxigênio na água e zonas mortas”, diz Christopher Corbin, responsável pelo programa de política ambiental do Pnuma no Caribe. “O desafio é usar estes produtos de forma eficiente em terra e diminuir o impacto no mar.”
O uso de produtos à base de fósforo e nitrogênio dobrou nas últimas décadas, embora em alguns países continue deficiente e em outros, exagerado. “Cerca de 20 milhões de toneladas de fósforo são extraídas ao ano e quase a metade chega aos oceanos, o que representa oito vezes a taxa natural”, diz Elizabeth Mrema, vice-diretora da divisão de Implementação de Políticas Ambientais do Pnuma. “Temos que ter melhores políticas ou em dez anos vamos acabar com recursos dos oceanos.”
“A menos que alguma ação urgente seja tomada, o aumento da população e do consumo per capita de energia e de produtos de origem animal irá exacerbar as perdas de nutrientes, os níveis de poluição e a degradação da terra”, diz o relatório do Pnuma “Our Nutrient World”. O estudo foi feito pela Parceria Global no Manejo de Nutrientes (GPNM, em inglês), uma aliança entre governos, indústria, universidades, ONGs e agências das Nações Unidas. (…)
Valor Econômico, 20/01/2014 – via ClipTVNews
A alternativa agroecológica
Filhos de Sepé comemora 15 anos e a maior produção de arroz orgânico do Brasil
Neste domingo (15/12/2013), mais de 200 pessoas se reuniram para comemorar os 15 anos do Assentamento Filhos de Sepé, no município de Viamão (RS), a 38 km da capital Porto Alegre.
Além do festejo, os Sem Terra também recordaram a luta e a resistência que levaram as famílias a conquistarem o assentamento, as conquistas ao longo desses anos e a memória daqueles que já se foram.
Trata-se do maior assentamento do Rio Grande do Sul, numa área de 9.500 hectares onde vivem mais de 2.000 pessoas (376 famílias).
O carro chefe é a produção de arroz orgânico em 1.500 hectares. As cerca de 120.000 sacas do cereal – 6.000 toneladas – estimadas para a safra 2013-2014, coloca o assentamento na condição de maior produtor de arroz orgânico do Brasil.
“No Brasil são aplicados um bilhão de litros de agrotóxicos por ano, e o Rio Grande do Sul é o maior consumidor do país. Porém, nenhum litro desses agrotóxicos é utilizado no nosso Assentamento” disse Cedenir de Oliveira, no ato de comemoração.
Além da produção do arroz, os assentados contam com uma ampla produção de hortaliças orgânicas, pomares, gado de leite e de corte, pequenos animais, entre outros alimentos.
Há duas agroindústrias de processamento de alimentos, sendo que uma é para o beneficiamento de vegetais e outra de panifícios. A produção é destinada à merenda escolar, ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e a própria comercialização direta.
Outra área de destaque é o Refúgio da Vida Silvestre Banhado dos Pachecos, uma área de 2.500 hectares de mata preservada e com uma enorme biodiversidade, incluindo animais em extinção como o cervo do Pantanal.
MST, 16/12/2013
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Campanha Brasil Ecológico, Livre de Transgênicos e Agrotóxicos
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