O evento em celebração e luta pelo Dia Internacional da Mulher contou com uma programação pautada no tema da autonomia feminina e teve a presença de mulheres de diversas idades e territórios. Promovidas pelo programa de Agricultura Urbana da AS-PTA, as atividades foram sediadas na Cooperativa Univerde em Geneciano, Nova Iguaçu, Baixada Fluminense do Rio de Janeiro.
O dia começou com a acolhida das mulheres que se achegaram e deram sequência à roda de conversa sobre a importância da independência feminina. Mediada por Sonia Martins, participante da Comissão Pastoral da Terra e do grupo Casa Dalva, as reflexões giraram em torno do papel fundamental que cada mulher desempenha em ser ponte para a outra no processo emancipatório. As participantes foram ouvidas e criou-se um espaço de troca e compartilhamento de experiências sobre autonomia.
A programação seguiu com oficinas de Tranças e de Automaquiagem, em que as participantes se revezaram em grupos focando no aprendizado de novas habilidades e no autocuidado
A oficineira Thayane Silva Santana compartilhou os saberes ancestrais das tranças e reforçou como elas exaltam a identidade e beleza das mulheres negras. Ela ensinou sobre o cuidado com os cabelos trançados, como fazer os penteados e a variedade de modelos disponíveis, além de tirar dúvidas sobre esse mercado.
A oficineira Thais Ferreira, especialista em pele negra, coordenou a oficina de automaquiagem, desenvolvendo o tema da autoestima e ensinando como é feita uma produção profissional. Quem estava presente aprendeu a fazer a maquiagem completa, além de ouvir sobre tons de pele e realce da beleza negra.
Na sequência, foi servido um delicioso almoço preparado pelo Buffet do Seu Antônio, que proporcionou as refeições do dia, incluindo café da manhã.
A última oficina ficou por conta da Ana Carolina Milanez que ensinou sobre a produção de sabonetes artesanais. Ana ensinou as informações técnicas de preparo, ingredientes, valores de produção e comercialização, incentivando a geração de renda, bem como o proveito das experiências sensoriais e de autocuidado.
Em paralelo às atividades destinadas às mulheres, acontecia a Ciranda das Crianças proposta por Marcos Bandeira. A atividade, para além de desenvolver brincadeiras interativas e diversão para os pequenos, possibilitou a participação das mães nos locais de articulação política. Muitas das mulheres presentes são mães e avós que afirmam nem sempre participarem desses espaços por não ter com quem dividir o trabalho do cuidado de suas crianças. Nesse sentido, a Ciranda possibilita a participação ativa dessas mulheres em espaços políticos, de articulação e autocuidado. Possibilitando a presença em locais de debates, enquanto a integridade de seus filhos é assegurada.
A luta pela autonomia e independência financeira das mulheres, também é uma luta da agroecologia!