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POR UM BRASIL ECOLÓGICO,
LIVRE DE TRANSGÊNICOS & AGROTÓXICOS
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Número 591 – 06 de julho de 2012
Car@s Amig@s,
Entre 1996 e 2011 os cultivos transgênicos resistentes a herbicidas elevaram em 239 milhões de kg o uso desses produtos nos EUA, segundo dados compilados por Charles Benbrook, pesquisador do Organic Center. Esse valor inclui soja, milho e algodão modificados. Os Estados Unidos têm a maior área cultivada com sementes transgênicas no mundo.
A análise de Benbrook relativa às implicações da adoção em larga escala dos cultivos transgênicos nos EUA foi apresentada recentemente numa conferência na Alemanha e põe em xeque a propaganda da indústria, que alega redução no uso de venenos.
O uso de glifosato na soja Roundup Ready aumentou de 0,77 para 1,75 kg/ha entre 1996 e 2011. O uso de outros herbicidas na soja RR diminuiu de 0,22 para 0,13 kg/ha. O uso total de herbicidas na soja RR subiu de 1,00 para 1,89 kg/ha. No mesmo período, o uso total de herbicidas na soja convencional teve redução de 1,33 para 1,08 kg/ha.
Em 1996, a soja RR usava 0,33 kg/ha a menos de herbicida do que a soja convencional. Já em 2011 essa relação inverteu-se, passando a soja RR a usar 0,82 kg de herbicidas a mais por hectare, segundo Benbrook, que baseia suas análises em dados oficiais como os do Departamento de Agricultura dos EUA. No mesmo período, o consumo de herbicidas também aumentou nas culturas de milho (+ 0,46 kg/ha) e algodão (+ 0,97 kg/ha) geneticamente modificados para tolerância a esses produtos.
No caso das culturas Bt (que produzem uma toxina em suas células), sua adoção permitiu uma redução de 56 milhões de kg de inseticidas entre 1996 e 2011. No cálculo geral, as sementes transgênicas acarretaram aumento de 183 milhões de toneladas no uso de agrotóxicos [No Brasil, as sementes Bt recém-lançadas pelas empresas são também tolerantes a herbicidas].
A adoção dessas sementes tem levado a um acelerado desenvolvimento de plantas espontâneas resistentes ao glifosato. Cerca de 5,6 milhões de hectares dos EUA registram ocorrência dessas plantas, que já somam 22 espécies, sendo que algumas delas expressam resistência a mais de um ingrediente ativo. A “solução” apresentada pelas empresas segue na linha do “mais do mesmo”. Visa manter ascendente a curva das vendas de agrotóxicos por meio do lançamento de variedades resistentes a produtos como o 2,4-D, dicamba, glufosinato de amônio e outros.
Mesmo sem o uso comercial de transgênicos resistentes ao 2,4-D, o produto é o que tem o maior número de registros de prejuízo a culturas sendo investigados pelas secretarias estaduais de agricultura nos EUA. Estudos mostram que a exposição ao 2,4-D está ligada a problemas reprodutivos, aborto espontâneo, defeitos de nascimento e linfoma non-Hodgking.
Mesmo assim, o Brasil ainda usa mais agrotóxicos do que os Estados Unidos.
Com informações do GMWatch, 04/07/2012.
http://www.organic-center.org/
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Banimento dos banidos
O Brasil ainda permite o uso de agrotóxicos perigosos já proibidos em outros países. Participe do abaixo-assinado exigindo o banimento desses produtos no Brasil.
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Neste número:
1. Gol contra do Pelé
2. Sojeiros pressionam por mais transgênicos
3. Mercado de sementes bate recorde
4. Monsanto quer expandir domínio no setor de hortifrútis
5. Cientistas descobrem porque tomates vistosos não são saborosos
6. Sementes de Identidade: em defesa da biodiversidade e da soberania alimentar
7. Quais mercados para a produção familiar?
A alternativa agroecológica
Feira de Sementes e Mudas dos Quilombos do Vale do Ribeira
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1. Gol contra do Pelé
Pelé fará propaganda para CNA sobre sustentabilidade
O ex-jogador Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, será o astro de uma campanha que será lançada na terça-feira, em Brasília, pela Confederação Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O objetivo da campanha é “consolidar a imagem do agronegócio sustentável brasileiro no País e no exterior”.
Segundo nota da CNA, a campanha será realizada até 2014, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) [grifo nosso], “para divulgar as práticas sustentáveis adotadas pelos produtores rurais brasileiros, além de outras iniciativas que assegurem a boa qualidade do produto nacional”.
A CNA explicou que a campanha publicitária denominada “Time Agro Brasil” mostrará que o País tem uma das maiores, melhores e mais sustentáveis agropecuárias do mundo, utilizando apenas 27,7% do território nacional para produzir grãos, carnes, matéria-prima para biocombustíveis e plantar florestas.
Outro argumento apresentado pela CNA é que o Brasil mantém intactos 61% dos seus biomas a partir de práticas e tecnologias que, além de conservar a qualidade da água, solo e biodiversidade, também proporcionam aumento de produtividade sem precisar desmatar novas áreas.
Fonte: Agência Estado, via G1, 04/07/2012.
2. Sojeiros pressionam por mais transgênicos
Quando a Monsanto estava para perder a patente do glifosato, criou e patenteou a soja RR, resistente ao glifosato. Agora que acabam os prazos das patentes sobre a soja RR, a empresa lança a soja RR2, também resistente ao glifosato e que a CTNBio já correu para liberar. Mas o mercado europeu está fechado para o produto, como se lê abaixo.
Outra matéria, publicado pela Valor, informa sobre as previsões da Monsanto para aumento da taxa de royalties sobre sua “nova” soja Roundup Ready 2.
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Uma delegação internacional composta por produtores do Brasil, Estados Unidos, Paraguai, Argentina e Uruguai, membros da Aliança Internacional de Produtores de Soja (ISGA), estão, desde a última segunda (25), em viagem a alguns países europeus com o objetivo de debater os atrasos na autorização e liberação para comercialização de novos eventos de biotecnologia nos principais mercados consumidores de soja na Europa.
As reuniões ocorrem em Bruxelas, na Bélgica, em Londres, na Inglaterra, em Berlim, na Alemanha, e em Paris, na França, com a participação das embaixadas, das agências reguladoras destes países, com representantes da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu e grupos de indústrias.
De acordo com o presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, atualmente o Brasil possui cinco eventos de biotecnologia para a soja aprovados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e apenas um destes eventos está aprovado para importação e comercialização na Europa.
“Temos discutido o tema da biotecnologia, a importância, o avanço e a sua implicação sobre o futuro da produção dos alimentos, em especial da soja. São inegáveis os avanços que a biotecnologia trouxe nos últimos dez anos. E no Brasil, na área da agricultura, saímos de uma posição de total atraso científico para outra privilegiada e admirada até mesmo por outros países. A biotecnologia trouxe soluções tecnológicas para problemas importantes da agricultura, como redução de custos, em razão de proporcionar maior controle sobre pragas, doenças, além do ganho de produtividade na mesma área, poupando recursos naturais”, destacou Fávaro.
A missão dos produtores quer exatamente divulgar como é realizada a produção de soja no Brasil, Argentina, Paraguai, Estados Unidos e Uruguai, que juntos respondem por cerca de 85% da produção mundial da oleaginosa. “Os membros do ISGA apoiam e possuem leis e regulamentos com base científica para garantir aos consumidores que os produtos são seguros e regulados de forma adequada. Queremos debater e a destacar a oportunidade que a biotecnologia pode trazer ao mercado consumidor da Europa”, ressaltou o presidente da Aprosoja.
O mercado europeu é extremamente rigoroso com a presença de eventos transgênicos não aprovados nos embarques de soja a estes países. “Isto inviabiliza a produção dos eventos de biotecnologia já aprovados no Brasil e nos demais países da América do Sul e nos Estados Unidos. A Europa realiza testes nas cargas importadas e se constatada qualquer mínima presença de grão geneticamente modificado, não aprovado por eles, a carga inteira é rejeitada. Estamos falando de milhões de perdas que podem ocorrer”.
A delegação brasileira dos produtores de soja é composta pelo presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, pelo vice-presidente, Ricardo Tomczyk, pelo vice-presidente Norte, Alex Utida, e pelo diretor executivo, Marcelo Duarte Monteiro.
Pela Argentina participam representantes da Associação dos Consórcios Regionais Agrícolas (AACREA, sigla em espanhol) e da Associação dos Produtores de Plantio Direto (AAPRESID, sigla em espanho), do Paraguai estão membros da Câmara de Exportadores e Comercializadores de Cereais e Oleaginosas (CAPECO) e o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Paraguai (APS). Os produtores americanos estão representados por duas organizações: United Soybean Board (USB) e a American Soybean Association (ASA) e o Uruguai integra a missão por meio da MTO, um bureau formado por instituições de produção e pesquisa de oleaginosas.
IOPD – Após as rodadas da missão de biotecnologia, a Aprosoja participa nos dias 01 a 03 de julho da 15ª edição do Diálogo Internacional de Produtores de Oleaginosas (IOPD – sigla em inglês), em Londres, na Inglaterra. O encontro reúne os principais países produtores e exportadores de oleaginosas, tais como Estados Unidos, Argentina, União Europeia, Brasil, China e Índia. O objetivo é debater oportunidades em comum entre estes produtores, tais como desenvolvimento de novos mercados, expansão dos biocombustíveis, produção sustentável, entre outros temas importantes relacionados à produção de óleo.
Fonte: APROSOJA, 27/06/2012.
3. Mercado de sementes bate recorde
A Monsanto pretende ampliar em cinco vezes a taxa cobrada pela soja RR2; o preço da semente de milho transgênico quintuplicou em quatro anos
Estimulada pelo avanço dos transgênicos no país, a produção de sementes certificadas cresceu 23% na safra 2011/12, encerrada no último fim de semana. Segundo o balanço anual da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), obtido com exclusividade pelo Valor, as sementeiras produziram mais de 2,99 milhões de toneladas no período – um recorde.
As sementes certificadas são aquelas produzidas para o mercado, com garantia de procedência, parâmetros de qualidade e cobrança de royalties pelas tecnologias nelas embarcadas. No Brasil, disputam espaço com as chamadas sementes “salvas”, guardadas pelos próprios produtores rurais de uma safra para outra, uma prática ainda legal [Esta prática não é ilegal, vide inciso XLIII, do art. 2 da lei 10.711/203 “semente para uso próprio: quantidade de material de reprodução vegetal guardada pelo agricultor, a cada safra, para semeadura ou plantio exclusivamente na safra seguinte e em sua propriedade ou outra cuja posse detenha, observados, para cálculo da quantidade, os parâmetros registrados para a cultivar no Registro Nacional de Cultivares – RNC”].
Os agricultores usaram 1,66 milhão de sementes certificadas na safra 2011/12, um aumento de 22% sobre a temporada anterior. O número ainda está distante do pleno potencial do mercado brasileiro, estimado pela Abrasem em 2,55 milhões de toneladas na última temporada. Mesmo assim, sua participação vem crescendo ano após ano – na última safra, avançou 3 pontos percentuais, a 65,1% de todas as sementes cultivadas no país. Foi a maior taxa de utilização já registrada no Brasil.
Juntas, as culturas de milho, soja e algodão representam mais de 77% do mercado brasileiro de sementes. Na última temporada, o cultivo de híbridos com certificação de origem cresceu 44%, para 281,2 mil toneladas. Sua participação no plantio total da safra aumentou de 87% para 91%.
O plantio de sementes certificadas de soja cresceu 23,5%, para 1 milhão de toneladas. Sua participação saltou de 64% para 67% do total cultivado. Já o uso de sementes comerciais de algodão avançou 7,7%, para 11,48 mil toneladas – de 51% para 55% do total.
Segundo o presidente da Abrasem, Narciso Barison Neto, o crescimento do mercado brasileiro de sementes é impulsionado pelo rápido avanço na adoção da transgenia no país. “Há uma relação direta entre a introdução da biotecnologia e o uso de sementes certificadas. À medida que o conteúdo tecnológico da semente aumenta, o produtor passa a enxergar mais valor nesse insumo”, explica.
Liberados oficialmente apenas em 2005, os transgênicos já representam 80% das sementes de milho, 60% das de soja e 55% das de algodão vendidas no país, segundo a Abrasem. Até o início da década passada, as sementes certificadas eram responsáveis por apenas 70% do milho, 55% da soja e 30% do algodão plantados no país.
Barison lembra, porém, que a adoção dos transgênicos de modo ilegal, antes da aprovação da Lei de Biossegurança (2005), estimulou o uso de sementes “piratas”, principalmente no Sul do país. “No Rio Grande do Sul, apenas agora estamos recuperando os níveis registrados no fim dos anos 1990?.
O presidente da Abrasem afirma que a taxa de utilização das sementes certificadas está perto de alcançar todo o potencial do mercado de milho, mas ainda tem espaço para crescer nas principais culturas. Em até cinco anos, sua participação deve chegar a 90% na soja e 70% no algodão, prevê.
Na última safra, o mercado brasileiro de sementes movimentou cerca de R$ 4 bilhões, segundo estimativa da Abrasem. Apesar do crescimento de 14% em relação à safra anterior (R$ 3,5 bilhões), trata-se de uma fatia ainda pequena do mercado mundial, estimado em cerca de US$ 37 bilhões (R$ 74 bilhões) pela organização ISAAA.
Contudo, esse valor deve crescer de modo mais acentuado nos próximos anos, diante do aumento esperado dos royalties pagos à indústria de biotecnologia, que deve lançar uma gama de novos transgênicos no país já a partir da safra 2012/13.
Só a Monsanto, que deve lançar suas novas variedades de soja geneticamente modificadas, pretende ampliar em cinco vezes a taxa cobrada pelo uso de sua tecnologia, que promete aumentar a produtividade das lavouras. “Desde que os primeiros transgênicos de milho foram lançados no país, há quatro anos, o preço das sementes de ponta quintuplicou”, afirma Barison.
Valor Econômico, 03/07/2012.
4. Monsanto quer expandir domínio no setor de hortifrútis
Depois de uma série de aquisições, a empresa americana de biotecnologia agrícola ampliou a capacidade de produção de sementes de frutas e verduras e virou a maior produtora mundial de sementes de hortaliças e grãos, em faturamento.
Só que a Monsanto, que obtém o grosso da receita vendendo sementes transgênicas de milho e soja a produtores agrícolas, está tendo certa dificuldade na seção de hortifrúti. No semestre encerrado em fevereiro, o lucro de sua divisão de sementes de hortaliças caiu 30% – culpa da queda nas vendas das sementes na Europa e de baixas no estoque. Depois de vários anos em alta, as vendas caíram para US$ 372 milhões, 10% a menos do que em igual período do ano anterior.
A empresa, que divulga hoje os resultados do terceiro trimestre fiscal – que, pela expectativa de analistas, devem incluir lucro de US$ 776 milhões (alta de 12,8%), segundo a Thomson Reuters -, continua com grandes ambições para o braço de sementes de hortaliças. Executivos preveem que o lucro da divisão suba no próximo ano fiscal. O segmento de sementes de hortaliças deve virar o terceiro maior negócio da Monsanto (por lucro), depois das de milho e soja. Hoje, é o quarto maior.
A meta da Monsanto é criar sementes que ajudem agricultores a cultivar produtos com gosto melhor ou maior teor de nutrientes. Seu primeiro vegetal transgênico, uma variedade de milho, chegou há poucas semanas aos supermercados americanos.
O mercado de sementes de produtos hortícolas tem desafios. Um deles é que o produto precisa satisfazer uma série de requisitos: agradar o paladar do consumidor, resistir ao transporte, durar nas gôndolas. Além disso, o consumo de hortifrútis cai em alguns mercados. Tirando o milho, a Monsanto está determinada a usar técnicas convencionais de produção para montar sua cesta de sementes de hortaliças, embora sempre tenha sido forte em sementes transgênicas.
“Continuamos a ver um expressivo crescimento em hortaliças”, disse o diretor-presidente da Monsanto, Hugh Grant, a investidores no mês passado. Desde a aquisição da produtora de sementes de hortícolas Seminis, por US$ 1,4 bilhão em 2005 e da Ruiter por US$ 800 milhões em 2008, a Monsanto podou a carteira de frutas e verduras para se concentrar em apenas 23, nas quais vê grande potencial.
Há anos, fabricantes de sementes têm priorizado a resistência do produto no transporte e a vida útil nas gôndolas em detrimento do sabor, disse em entrevista Consuelo Madere, vice-presidente da divisão de sementes de hortaliças da Monsanto. Hoje, a divisão tem vários projetos para melhorar esse gosto. Um dele envolve criar tomate normal com sabor de tomate cereja.
A curto prazo, a melhor oportunidade para melhorar um produto está no melão, disse Madere. “Para mim, não há nada mais frustrante do que abrir [um melão] e ver que não tem gosto de nada”, disse.
Este ano, o clube de compras Sam’s Club, parte da Wal-Mart Stores Inc., vendeu pela primeira vez uma nova variedade de melão cultivada com uma semente da Monsanto, a Melorange – uma versão mais doce do fruto, com uma polpa de um tom laranja bem intenso.
Outra novidade recente da Monsanto foi um brócolis, o Beneforté, que resultou da mescla de um brócolis convencional com uma variedade selvagem encontrada na Sicília. Segundo a Monsanto, o produto tem um teor maior de nutrientes do que o brócolis normal.
A Monsanto volta e meia é criticada por grupos ambientalistas e de defesa do consumidor que acreditam que o milho e a soja transgênicos da empresa são nocivos porque incentivam o agricultor a aplicar uma dose maior de certos herbicidas, criam resistência em insetos e têm efeitos desconhecidos para a saúde.
A divisão de sementes de hortaliças não gera tanta polêmica, pois 95% da atividade de pesquisa e desenvolvimento da Monsanto no segmento se concentram no cultivo convencional. Já que a área de cultivo de hortaliças nos Estados Unidos é menor, não seria economicamente viável investir pesado na tecnologia de transgênicos, explica Madere.
Mas Mark Connelly, analista da CLSA Asia-Pacific Markets, acha que a empresa também sabe que precisa ter mais cautela no segmento de frutas e verduras geneticamente modificadas.
“Quando o assunto é soja e milho, estamos falando de um relacionamento com [compradores de grãos como ] a Cargill [Inc.]“, disse Connelly. “Já quando o assunto é frutas e verduras […], é um um relacionamento com o consumidor […] de carne e osso”.
A Monsanto também enfrenta a concorrência no setor de sementes de produtos hortícolas de rivais como a Syngenta AG e Bayer AG, ambas há mais tempo no segmento. A Syngenta faturou cerca de US$ 700 milhões com a venda de sementes de hortaliças em 2011; já a Monsanto deve obter mais de US$ 800 milhões no atual ano fiscal, que termina em agosto, disse Tim Tiberio, analista da Miller Tabak & Co.
Valor Econômico, The Wall Street Journal, 27/06/2012.
A íntegra da matéria está disponpivel em http://pratoslimpos.org.br/?p=4398
3. Cientistas descobrem porque tomates vistosos não são saborosos
[Na linguagem técnica isso se chama Melhoramento Genético…]
Um grupo de pesquisadores nos Estados Unidos identificou as alterações moleculares responsáveis pelo amadurecimento uniforme característico da maioria dos tomates à venda em supermercados e feiras.
Essas alterações fazem com que os tomates amadureçam no tempo certo para os vendedores, ganhando em aparência e aumentando as vendas. Mas o amadurecimento uniforme também implica em redução no sabor do fruto, que acaba com “gosto de papelão”, segundo a revista científica Science, que acaba de publicar os resultados do novo estudo.
Há mais de meio século os produtores têm desenvolvido e selecionado variedades de tomate com coloração verde clara e uniforme antes do amadurecimento.
Na nova pesquisa, Ann Powell, da Universidade da Califórnia em Davis, e colegas dos Estados Unidos, Espanha e Argentina identificaram que o gene responsável pelo amadurecimento do tomate codifica um fator de transcrição denominado GLK2.
Esse fator, uma proteína que regula outros genes, aumenta a capacidade de o fruto fazer fotossíntese, ajudando na produção de açúcares e de licopeno, substância carotenoide que produz a cor avermelhada.
O problema é que a mutação responsável pelo amadurecimento uniforme desativa o gene GLK2. O resultado é que a produção com base no amadurecimento uniforme tem o efeito indesejado de promover o desenvolvimento inferior dos cloroplastos, que contêm a clorofila responsável por transformar energia solar em açúcar. Ou seja, com a perda nos cloroplastos, cai também a produção de ingredientes fundamentais para o sabor do fruto.
“A informação a respeito do gene responsável pelo amadurecimento em variedades selvagens e tradicionais fornece uma estratégia para tentar recapturar as características de qualidade que acabaram excluídas involuntariamente dos modernos tomates cultivados”, disse Powell.
Os autores do estudo sugerem que a manipulação dos níveis de GLK os de seus padrões de expressão podem eventualmente ajudar na produção de tomates e de outros produtos agrícolas com melhor qualidade.
O artigo Uniform ripening Encodes a Golden 2-like Transcription Factor Regulating Tomato Fruit Chloroplast Development (doi: 10.1126/science.1222218), de Ann Powell e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org/content/336/6089/1711.
Fonte: Agência FAPESP, 02/07/2012.
5. Sementes de Identidade: em defesa da biodiversidade e da soberania alimentar
O Grupo Semillas lançou a coleção “Por un mundo para todos, la vida no se vende” com uma série de vídeos realizados em diferentes partes do mundo sobre os temas dos transgênicos, agroecologia, soberania alimentar, agrocombustíveis e proteção do planeta.
Enviado por Biodiversidad en América Latina y El Caribe
6. Quais mercados para a produção familiar?
Vídeo produzido pelo Servicio de Información Mesoamericano sobre Agricultura Sostenible SIMAS (Nicarágua) estimula reflexão sobre a relação da agricultura familiar com os mercados.
Disponível em: http://pratoslimpos.org.br/?p=4395
A alternativa agroecológica
Feira de Sementes e Mudas dos Quilombos do Vale do Ribeira
O que é a Feira?
É uma iniciativa do Instituto Socioambiental – ISA em parceria com as associações das comunidades quilombolas, EAACONE – Entidade de Articulação das Associações das Comunidades Negras do Vale do Ribeira, FACQUIVAR – Federação das Associações das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira, ITESP – Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo, FF – Fundação Florestal de SP, USP Leste e Prefeituras de Eldorado, Iporanga, Apiai, Itaóca e Registro.
A feira de trocas de sementes e mudas visa reforçar a importância da roça na manutenção da cultura quilombola do Vale do Ribeira para garantir a segurança alimentar das comunidades envolvidas. Este evento mobiliza as comunidades, a população da cidade de Eldorado -SP e os convidados, resultando em troca de sementes, mudas e outros produtos tradicionais. O trabalho agrícola é a principal atividade produtiva nos quilombos do Vale do Ribeira. Empenhados em produzir alimento para o sustento das famílias, homens e mulheres cultivam arroz, feijão, milho, mandioca, cana, banana e uma variedade de outros tubérculos, verduras, hortaliças e frutas. O reconhecimento da importância das roças para a subsistência e segurança alimentar das comunidades quilombolas é notório e recorrente. A atividade de cultivo supõe um conjunto de relações, saberes e práticas que, ancorados em valores compartilhados, serve de base para a organização sociocultural quilombola. A roça é o centro deste sistema agrícola e por isso, se decai, leva consigo uma série de outros aspectos caros à manutenção do patrimônio cultural das comunidades quilombolas.
Antecede a Feira um Seminário, que terá como tema o papel da roça na segurança alimentar e na cultura quilombola, prevê a participação de cerca de 100 pessoas, representando as 25 comunidades presentes, instituições parceiras, outras comunidades tradicionais e gestores públicos. Espera-se do conjunto de relatos dos quilombolas uma discussão a respeito da questão das roças, inserção dos jovens nas atividades tradicionais e políticas públicas de valorização e conservação das roças e sementes.
Data e Local:
Seminário: 17/08/2012
Feira: 18/08/2012
Local: Praça Nossa Senhora da Guia no município de Eldorado, Vale do Ribeira (SP)
Durante a feira grupos culturais vindos das comunidades se apresentarão.
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Você sabe o que é uma comunidade quilombola?
É uma comunidade negra rural habitada por descendentes de africanos escravizados, com laços de parentesco, que vivem da agricultura de subsistência, em terra doada, comprada ou secularmente ocupada por seus antepassados, os quais mantêm suas tradições culturais e as vivenciam no presente, como suas histórias e seu código de ética, que são transmitidos oralmente de geração a geração.
Por que precisamos da sua doação?
Para garantir a realização da V Feira de Trocas de Sementes e Mudas e o Seminário de trocas de experiência.
Durante 4 anos a feira foi realizada e os resultados obtidos foram positivos no sentido de garantir a segurança alimentar dessas comunidades, dada a importância queremos dar continuidade e realizar a V edição da feira para isso precisamos de você!
Ajude a realizar este evento, faça a sua doação!
Via: http://www.agroecologia.org.br
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Campanha Brasil Ecológico, Livre de Transgênicos e Agrotóxicos
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