As práticas de agricultura urbana e periurbana emergem em todos os quadrantes do planeta como respostas criativas e expressões de luta de populações urbanas afetadas negativamente pelo receituário desenvolvimentista. Em grande medida, elas refletem um movimento de transplantação e adaptação para o cenário das cidades do repertório cultural camponês que integra a bagagem dos grupos migrantes. Mas também muitas vezes correspondem à manutenção de redutos agrícolas de antigas áreas rurais tomadas pela malha urbana. Independentemente da origem, revelam-se como práticas multifuncionais aos meios e modos de vida de parcelas significativas da população urbana, sobretudo as mais empobrecidas. Esta edição da revista Agriculturas: experiências em agroecologia aponta avanços, limites e contradições de iniciativas da ação pública nesse campo.