Ao promover a desconexão entre a agricultura e a natureza, as orientações técnicas da Revolução Verde atuam no sentido de interromper uma longa evolução histórica arcada pela busca de eficiência produtiva e de sustentabilidade ambiental pela via da diversificação e da integração de atividades nos agroecossistemas.
Já a Agroecologia retoma esse legado, procurando atualizá-lo para responder aos grandes desafios colocados para as sociedades contemporâneas. No atual contexto, em que as crises financeira, energética, ambiental e alimentar tendem a se acentuar com as mudanças climáticas, a integração entre as produções vegetais e animais desponta como estratégia central para a construção de crescentes níveis de autonomia técnica e econômica das famílias agricultoras e de segurança e soberania alimentar dos povos.
Os artigos publicados nesta edição apresentam experiências concretas que demonstram como, ao promover ciclos ecológicos mais fechados pela reciclagem de energia e matéria, as interações entre lavouras e criações permitem o aumento da produtividade física e da eficiência econômica das unidades de produção, além de assegurar melhorias substanciais na qualidade e na quantidade do autoabastecimento alimentar das famílias agricultoras.