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POR UM BRASIL ECOLÓGICO,
LIVRE DE TRANSGÊNICOS & AGROTÓXICOS
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A evolução tecnológica dos transgênicos nos leva a mais venenos
Número 645 – 20 de setembro de 2013
Car@s Amig@s,
Matéria publicada na edição de hoje da revista Science (v. 341, p. 1329) discute o que acontece quando os produtos desenhados para matar o mato deixam de funcionar. Até antes da entrada das sementes transgênicas herbicidas de diferentes grupos químicos eram usados para conter o mato que viceja em meio às plantações. As sementes Roundup Ready (RR) promoveram o uso do glifosato como solução universal, tanto é que seu uso não parou de crescer. Tal crescimento foi acompanhado pela evolução de plantas que passaram a driblar o veneno. Herbicidas antigos voltaram a ser usados pelos produtores na tentativa de cobrir as falhas deixadas pelo glifosato.
As grandes empresas do setor, sobretudo as concorrentes da Monsanto, apostam em transgênicos resistentes a outros herbicidas como alternativa ao sistema RR. Mas seu destino não tem como ser outro. Levantamento feito no estado americano de Missouri citado na reportagem identificou que cresce também o número de plantas resistentes a herbicidas bastante diferentes entre si: 43% das plantas estudadas são resistentes a dois herbicidas diferentes; 6% a três herbicidas; e 0,5% já desenvolveram resistência a quatro grupos de herbicidas.
Mais e mais herbicidas representam maiores custos de produção e maior contaminação ambiental. O algodão no sul dos EUA, cuja produção há alguns anos demandava entre 50 e 75 dólares em herbicidas por hectare, agora chega a 370, conforme a matéria. Já para a soja em Illinois o salto foi de 25 para 160 dólares/ha gastos com o insumo. A rentabilidade do produtor achatou-se a ponto de fazer cair em 70% em Arkansas e em 60% no Tennessee a área semeada com algodão.
As empresas tentam convencer via intensiva propaganda que a pesquisa na área segue de vento em popa, mas um novo herbicida com um novo modo de ação não aparece no mercado há 20 anos.
As matérias abaixo ilustram bem a forma como esse mesmo fenômeno vem se manifestando no Brasil, com a americana Dow tentando liberar variedades de soja e milho resistentes ao 2,4-D, veneno extremamente tóxico que uma vez no ambiente produz dioxinas, produtos sabidamente cancerígenos. Os técnicos da CTNBio já praticamente aprovaram essa liberação, mas ainda há tempo para manifestar oposição a essa ameaça. Envie um email aos integrante da CTNBio por meio da petição: https://secure.avaaz.org/po/petition/NAO_ao_herbicida_24D_2/?tfNiyab
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Neste número:
1. Nova geração de transgênicos pode deixar lavouras brasileiras mais tóxicas
2. Não ao herbicida 2,4-D
3. Novos riscos dos transgênicos na agricultura: o herbicida 2,4-D, componente do “agente laranja”
4. Dow e os transgênicos resistentes a 2,4-D
A alternativa agroecológica
IV Congresso Latinoamericano de Agroecologia debate os desafios da agricultura camponesa na América Latina
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1. Nova geração de transgênicos pode deixar lavouras brasileiras mais tóxicas
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) julga nesta quinta-feira (19/09) o pedido de aprovação de quatro modalidades de sementes transgênicas resistentes ao agrotóxico 2,4-D. São dois tipos de soja e dois tipos de milho.
O Brasil seria o terceiro a aprovar o plantio dessas variedades. Até o momento, o Canadá é o único que cultiva esse tipo de milho. Já essa versão de soja transgênica é aprovada, além do Canadá, também no Japão – mas a permissão no país asiático se restringe à plantação em campos isolados.
O pedido de liberação foi feito pela americana Dow AgroSciences, que também tem sede no Brasil e é uma das seis gigantes da indústria de sementes e agrotóxicos do mundo.
Segundo Leonardo Melgarejo, representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário na CTNBio e avaliador de uma das sementes solicitadas pela Dow, existem “riscos alarmantes” na aprovação das sementes. “Nós estamos passando agora para a possibilidade de aplicação via aérea de produtos de alta periculosidade”, afirma.
O 2,4-D é um dos componentes do chamado Agente Laranja, utilizado pelos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã. Ele é o terceiro agrotóxico mais utilizado no Brasil (5%), depois do glifosato (29%) e do óleo mineral (6%). De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regulamenta e avalia a toxicidade de agrotóxicos, o 2,4-D é classificado com o nível de toxicidade mais elevado.
Efeito reverso
A aprovação das sementes resistente ao 2,4-D pode levar a um efeito contrário: especialistas alertam que o uso do agrotóxico pode aumentar. Em artigo publicado na revista científica Environmental Science Europe, Chuck Benbrook, da Universidade do Estado de Washington, prevê um aumento de 50% no uso do 2.4-D nos Estados Unidos caso as novas sementes sejam aprovadas neste país.
O Centro de Segurança Alimentar dos Estados Unidos prevê que o uso do herbicida isoxaflutole aumentará quatro vezes devido à aprovação nos EUA de uma modalidade de milho resistente a este herbicida.
No Brasil, Victor Pelaez, diretor do Observatório da Indústria de Agrotóxicos e professor na Universidade Federal do Paraná, lembra que, quando a primeira soja transgênica foi aprovada, umas das possíveis vantagens apresentadas seria a diminuição do uso do agrotóxico glifosato. Oito anos depois, o glifosato continua sendo o agrotóxico mais utilizado no Brasil. Pesquisas do Observatório apontam que, após a utilização da soja transgênica no Rio Grande do Sul, ainda de maneira ilegal, entre 2000 e 2004, o consumo do glifosato aumentou 162%.
Esse consumo levou ao desenvolvimento de pragas resistentes e, por consequência, à necessidade de sementes tolerantes a herbicidas mais tóxicos. “Do ponto de vista tecnológico, é um retrocesso. Seja porque se tem que utilizar mais quantidade do glifosato que é menos tóxico, seja porque tem que se usar também produtos mais tóxicos. Isso era a crônica da morte anunciada. Todo mundo da área sabia disso”, analisa Pelaez.
Segundo a Dow, não há uma relação entre o uso elevado dos agrotóxicos e o uso de transgênicos. “As taxas de uso de herbicidas está já crescendo devido à resistência ao glifosato, e irá crescer ainda mais sem a nova tecnologia para ajudar a lidar com essa situação”, afirma Garry Hilman, porta-voz da empresa. Segundo ele, as novas sementes vão permitir que as ervas daninhas não desenvolvam resistência a um tipo específico de agrotóxico.
Aos ser questionado sobre a relutância de alguns países à aprovação das sementes tolerantes ao 2,4-D, a empresa afirma que se deve aos trâmites burocráticos dos países. “Nós estamos confiantes que os legisladores nas principais nações produtoras irão reconhecer os diversos benefícios desta nova tecnologia tanto para os produtores agrícolas como para o meio ambiente.”
Para a Secretaria Nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), as novas sementes não resolverão o problema do que tem se chamado de “falha tecnológica”. “Essas variedades, assim como as que as antecederam, chamadas de ‘melhoradas’, termo que não utilizo pois apenas foram selecionadas em laboratório, não melhoraram em nada a agricultura, pois causou uma grande redução na base genética das culturas alimentares”, afirma o MPA em declaração à DW Brasil.
Passado sombrio
O 2,4-D ficou mundialmente conhecido por compor o Agente Laranja, utilizado para desfolhar as florestas e expor vietnamitas ao ataque dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã. Milhões de pessoas morreram devido à operação conhecida como “Mão de fazendeiro” e, 30 anos depois, a substância química ainda é encontrado na terra e água do país, levando a defeitos genéticos em várias gerações.
A Dow AgroSciences, junto com três outras empresas do ramo de biotecnologia, montou a Força Tarefa 2,4-D, com o objetivo de divulgar informações sobre o herbicida. Elas afirmam que a vinculação com o Agente Laranja é um equívoco, pois os efeitos letais deste químico seriam causados pela dioxina, um resíduo da mistura dos componentes 2,4-D e 2,4,5-T da fórmula do Agente Laranja.
No entanto, especialistas apontam que a toxicidade do 2,4-D independe de sua vinculação com a dioxina. Em nome da Academia Americana de Medicina e Meio Ambiente, Robin A. Bernhoft afirma que “o 2,4-D é considerado a causa de todos os cânceres e defeitos genéticos nos filhos de ex-combatentes americanos no Vietnã e de vietnamitas causados pelo Agente Laranja”.
A questão reside também na qualidade do 2,4-D utilizado. Benbrook aponta o risco de que maior parte do 2,4-D usado no Brasil seja importado da China, com altos níveis de dioxina. “Eu concordo que o 2,4-D da Dow é muito mais limpo do que o dos 1970, mas quem pode garantir que os agricultores brasileiros irão comprar o 2,4-D mais caro e mais limpo?”, questiona.
Melgarejo aponta para o mesmo problema, devido à utilização da forma de 2,4-D conhecida como éster butílico, considerada mais perigosa por formar mini-gotículas que dispersam facilmente no meio ambiente.
“Nesse caso, o produto dança no ar, ele se desloca por grandes áreas e pode afetar muitas outras culturas. É uma formulação mais barata, porque mais perigosa”, esclarece. “As empresas afirmam que não vão vender no Brasil. Mas nada impede que entre por contrabando”, alerta Melgarejo.
Os riscos do 2,4-D-éster-butílico levaram a Autoridade Australiana para Medicina Veterinária e Agrotóxicos (APVMA) a cancelar, em agosto, a autorização do uso dessa modalidade de herbicida na Austrália alegando “riscos ambientais inaceitáveis”.
Aprovação
O Brasil já aprovou 56 organismos geneticamente modificados. Das 31 plantas, contando com sementes e algodão, 25 possuem alteração para resistir a agrotóxicos e doze são tolerantes a mais de um herbicida ou inseticida. A tolerância, em grande maioria, é aos agrotóxicos glifosato e glufosinato de amônico, ambos de baixa toxicidade.
As duas modalidades de milho e de soja foram apresentadas pela empresa Dow no ano de 2012 e 2013 para liberação comercial. Quando concedida, a liberação permite a venda das sementes transgênicas para plantação, seu consumo direto em alimentos e derivados, assim como utilização em rações animais.
Caso as sementes resistentes ao 2,4-D sejam aprovadas pela CTNBio, o processo é encaminhado ao Conselho Nacional de Segurança [desde a aprovação da lei de biossegurança em 2005 isso nunca aconteceu], que pode deferir ou indeferir a decisão da Comissão.
Deutsche Welle, 19/09/2013.
2. Não ao herbicida 2,4-D
A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) e o Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (Ingá), com o apoio do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente (Mogdema), entre outros movimentos, preocupados que o Brasil se torne o primeiro país a liberar comercialmente um evento para culturas transgênicas ligadas ao uso de um herbicida componente do Agente Laranja, utilizado na Guerra do Vietnã, clama aos membros da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), em especial os relatores, alguns deles pesquisadores de universidades e outras instituições públicas, inclusive do Rio Grande do Sul, a se posicionarem contra a liberação do herbicida 2,4D.
No próximo dia 19 de setembro de 2013, haverá reunião da CTNBio, onde constam três processos de liberação comercial para sementes transgênicas de soja e milho, da empresa Dow AgroSciences, com adaptação ao herbicida 2,4-D, de alta toxicidade, junto com outros herbicidas, entre eles o glifosato e glifosinato de amônio, também tóxicos. A intenção dos transgênicos é resistir a estes agrotóxicos potentes, que matam as chamadas “ervas daninha”. Mas, segundo dados do próprio Ministério da Agricultura, no Brasil, em menos de 10 anos (2002-2011), ocorreu aumento de 70% na comercialização destes produtos, enquanto a expansão da área agrícola foi menor (60%).
Desde 2009, o Brasil é o país que mais usa agrotóxicos, apesar do advento dos transgênicos na agricultura, a partir da lei de Biossegurança (2005). O herbicida 2,4-D (ácido diclorofenoxiacético) foi desenvolvido a partir do ano de 1940, durante a segunda guerra mundial, sendo na década de 1960 um dos componentes do agente laranja (junto com o 2,4,5-T, na guerra do Vietnã). É um produto que foi usado como arma química, causando a morte e malformações em milhares de pessoas.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classificou o 2,4-D como Extremamente Tóxico para a saúde (Classe I) e Perigoso para o Meio Ambiente (Classe III). Os maiores riscos para a saúde residem no potencial de perturbador endócrino, sendo potencialmente cancerígeno. Os perturbadores endócrinos podem causar danos sérios e irreversíveis à saúde humana durante o desenvolvimento fetal e infantil. Além da característica de teratogênico, com fortes evidências de também ser genotóxico.
Existem alternativas ao uso de herbicidas. A mais inteligente é a busca da necessária reconciliação com os processos agroecológicos, com biodiversidade, mudando o sistema de monoculturas de exportação quimiodependentes, o qual esta sendo responsável pela destruição dos biomas brasileiros.
A Sociedade brasileira exige um debate aberto sobre as consequências destes eventos transgênicos que estão promovendo o uso de agrotóxicos, agora ainda mais tóxicos, comprometendo a saúde da população e o meio ambiente.
www.agapan.org.br ; www.inga.org.br ; mogdema.blogspot.com
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Assine petição contra a liberação de transgênicos resistentes a esse ingrediente do agente laranja:
http://www.avaaz.org/po/petition/NAO_ao_herbicida_24D_2/?tfNiyab
3. Novos riscos dos transgênicos na agricultura: o herbicida 2,4-D, componente do “agente laranja”
Por Paulo Brack
Nova primavera silenciosa se aproxima? Na pauta (*) da Reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), do próximo dia 19 de setembro de 2013, constam três processos de liberação comercial de sementes transgênicas de soja e milho, da empresa Dow AgroSciences, com adaptação ao herbicida 2,4-D, de alta toxicidade, junto com outros herbicidas, entre eles o glifosato, também tóxico. A intenção dos transgênicos é resistir a estes agrotóxicos potentes, que matam as chamadas “ervas daninhas” (=especismo?), para “aumentar a produtividade” das commodities agrícolas, ou mesmo pastagens. Mas, segundo dados do próprio Ministério da Agricultura, o que vem aumentando exponencialmente é a venda e o uso de herbicidas e outros agrotóxicos. O uso de agrotóxicos subiu no Brasil, em menos de 10 anos, a partir de 2002, em 70%, enquanto a expansão da área agrícola em 60%. Somos, vergonhosamente, os campeões no mundo no uso de biocidas, desde 2009.
O herbicida 2,4-D (ácido diclorofenoxiacético) foi desenvolvido a partir de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, sendo na década de 1960 um dos componentes do agente laranja (junto com o 2,4,5-T, na Guerra do Vietnã). É um produto que tem eficácia contra plantas de folhas largas, sendo por isso utilizado para desbastar as florestas, em mais uma guerra provocada, onde os EUA alegava seu uso para poder “enxergar seus inimigos”. Porém, mais do que isso, foi usado como arma química, causando a morte e malformações em milhares de pessoas (**). Ironicamente, a empresa Dow é do mesmo país (EUA) que se diz contra as armas químicas e usa esta “justificativa” para poder atacar agora a Síria.
Esta guerra contra as tais “plantas daninhas”, inclui também a guerra contra a biodiversidade, via morte de plantas as quais mais de 50% delas apresentam potencial de uso alimentício ou medicinal. Um dos produtos mais utilizados hoje com o 2,4-D tem nome comercial Tordon. Nem as pastagens se livram dele. Existe uma gama enorme de alternativas ao uso de herbicidas. A mais inteligente, para começar, é buscar a reconciliação com a biodiversidade, com o consequente banimento das monoculturas, inerentemente quimicodependentes. A Agroecologia e os movimentos sociais no campo têm exemplos de sobra para mostrar que copiar os processos da natureza, sem a atual acumulação ilimitada, é o melhor caminho.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classificou para a saúde o 2,4-D como Extremamente Tóxico (Classe I) e Perigoso para o meio ambiente (Classe III). Os maiores riscos para a saúde residem no potencial de perturbador endócrino (alterar a função hormonal), sendo também potencialmente cancerígeno. Os principais efeitos dos perturbadores endócrinos são androgênico ou estrogênico-dependentes. Segundo Ferment (2013)***, “ interferências em rotas biológicas geradas por perturbações endócrinas podem causar danos sérios e irreversíveis à saúde humana durante o desenvolvimento fetal e infantil”. Além da característica potencial de toxicidade à reprodução (teratogênico), existem fortes evidências de ser geneticamente tóxico (genotóxico).
Alguns autores, citados por Ferment (2013, observaram disfunções dos neurotransmissores e neuro-hormônios dopamina e serotonina em cérebros de ratos quando expostos ao 2,4-D. Alguns testes encontraram danos a células hepáticas humanas, demonstrando alteração da expressão de vários genes associados, entre outras funções biológicas, à resposta imunitária, à resposta ao estresse, ao ciclo celular e à reparação do DNA (ácido desoxirribonucleico).
Afetaria também o processo de síntese da progesterona, hormônio central nos processos biológicos do ciclo menstrual feminino, e da prolactina, que está envolvida no processo de lactação. Estudos indicam inibição do processo de amamentação em ratas alimentadas com uma dieta incluindo pequenas doses do herbicida, tendo como consequência a perda de peso da progênie.”
O 2,4-D tem como destaque sua tendência de se espalhar mais amplamente no ar do que a maioria dos herbicidas, despejados por via aérea ou por terra. Isso pode comprometer o ambiente nas vizinhanças de seu uso agrícola. Em ambientes fechados, como interior de casas, pode ficar ativo durante vários meses, via pó doméstico. Nos EUA, em cidades onde foram realizadas amostras em habitações a presença do 2,4-D variou em cerca de 60 a 90% das residências. Esse tipo de exposição diária doméstica, mesmo em pequenas doses, corresponderia a uma intoxicação crônica, que pode ria desencadear efeitos endócrinos prejudiciais. Outra característica é que o espalhe do produto pelo ar atinge também pomares e outros cultivos localizados nas proximidades das lavouras onde é aplicado este herbicida.
No que se refere ao meio ambiente, o 2,4-D compromete a vegetação nativa das proximidades onde é aplicado, sendo tóxico para micro-organismos do solo, minhocas, insetos beneficiários e outros organismos importantes para o equilíbrio ecológico da lavoura, como abelhas e predadores naturais (joaninhas, vespas, aranhas, etc.). Apresentaria efeito teratogênico em aves (malformações em filhotes). Em meio aquático é considerado com ecotoxicidade elevada para os micro-organismos do plancton, bioacumulando em peixes, contaminando a cadeia alimentar como um todo, incluindo o ser humano e animais domésticos (Fermant, 2013). Quanto às águas subterrâneas, este herbicida pode se infiltrar facilmente nos solos, contaminando os aquíferos.
Até hoje, segundo Ferment (2013), nenhum país autorizou o plantio comercial de plantas transgênicas tolerantes ao 2,4-D. A regularização do 2,4-D sofre risco na União Europeia (UE), em especial por causa das suas potencialidades de perturbador endocrinológico. O autor destaca que o Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, dos EUA, solicitou o banimento do herbicida.
O processo paulatino de aumento de resistência das ervas ruderais (“daninhas”) nas lavouras, com relação à tecnologia de plantas geneticamente modificadas (GM), tolerantes aos herbicidas, está trazendo um aumento quantitativo de biocidas em relação às lavouras convencionais. Com o advento desta tecnologia, os produtores começaram a usar cada vez mais herbicidas a base de glifosato por hectare, em meados da década passada. Nesse sentido, tudo indica que a adoção de plantas tolerantes ao 2,4-D irá aumentar ainda mais as quantidades desse herbicida nos grandes países produtores de grãos transgênicos, inclusive no Brasil. Então, daí, qual a sua vantagem?
Até que se faça algo, a liberação comercial deste evento transgênico pela CTNBio será iminente, pois a Comissão não costuma indeferir os pedidos de liberação comercial desde sua constituição legal, em 2005, extrapolando o poder dos órgãos de fiscalização e controle do Estado.
Entretanto, uma campanha começa a surgir, por parte da Agapan (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural) e do Mogdema (Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente), entre outros movimentos da academia, do campo e da cidade, para evitar que o Brasil se torne o primeiro país a liberar comercialmente um evento para culturas transgênicas ligadas ao uso de um herbicida componente do agente laranja, utilizado na Guerra do Vietnã. Cabe à sociedade acompanhar isso, começando a questionar e pressionar os membros da CTNBio, em especial os relatores, alguns deles pesquisadores de universidades e outras instituições públicas, inclusive do Rio Grande do Sul.
NOTAS
(*) http://www.ctnbio.gov.br
(**) BBC: Vietnã ainda sofre com químico jogado por EUA há 40 anos.
(***) FERMENT, Gilles. Documento contendo avaliação do risco relativo à saúde do trabalhador rural, ao meio ambiente e às práticas agronômicas das plantas transgênicas tolerantes aos herbicidas a base de 2,4-D no âmbito da Agricultura Familiar. Relatório técnico. Brasília: NEAD-MDA, FAO, 2013, 43 p.
RSUrgente, 12/09/2013
4. Dow e os transgênicos resistentes a 2,4-D
por Najar Tubino
Condenada pela história
A multinacional Dow Agrosciences, que integra a corporação Dow Chemicals, vai lançar no Brasil uma nova semente transgênica de soja, imune a três agrotóxicos – glifosato, glufosinato de amônia e o 2,4-D. Significa uma nova etapa na transgenia mundial, porque o chamado sistema Enlist ainda não foi aprovado nos Estados Unidos, onde está em análise desde 2009. Esta é uma história que envolve o último lance da agricultura industrial e o passado das corporações, marcado pela participação na produção de um veneno mundialmente conhecido, o Agente Laranja. Um passado que continua vivo na memória de milhares de vietnamitas e no corpo mal formado de seus filhos e netos. Uma tragédia lembrada todo dia 10 de agosto como o “Orange Day”.
Em novembro de 1961 o presidente John Kennedy autorizou uma operação sigilosa denominada “Ranch Hand”, uma ajuda aos agricultores. Na verdade o governo dos Estados Unidos, mesmo contra os princípios da Convenção de Genebra, que proibia o uso de químicos na guerra, mandou 23 empresas fabricarem a mistura do Agente Laranja. Entre as corporações mais conhecidas Monsanto e Dow, que na época não tinha o Agrosciences. Um parêntesis para explicar a mistura. Em outubro de 2011 publiquei um texto na Carta Maior intitulado “A Marcha dos Insensatos”, que tocava no assunto agrotóxicos e mencionava o Agente Laranja.
Logo em seguida recebi uma correspondência de uma assessoria de São Paulo, que iniciava assim:
“Meu nome é Mariana, sou assessora de imprensa da Força-Tarefa. Li o seu texto “A Marcha dos Insensatos”, publicado no dia 16 de outubro na Agência Carta Maior. Gostaria de aproveitar para apresentar um material explicativo sobre o defensivo agrícola 2,4-D, mas antes quero explicar o que é a Força-Tarefa: somos um grupo formado por representantes de quatro empresas- Atanor, Dow Agrosciences, Milenia e Nufarm…”.
Lógico que as seis páginas do material mostram que o 2,4-D é um agrotóxico do bem, assim que vou mencioná-lo. A Força-Tarefa ajudou bastante na explicação, porque mostrou qual era a composição do Agente Laranja. Ainda citando a correspondência:
– O 2,4-D tem sido erroneamente associado ao produto utilizado na guerra conhecido como “Agente Laranja”. O “Agente Laranja” nunca foi usado em agricultura e era uma mistura de 50% de 2,4,5-T Éster + 50% de 2,4-D Éster, utilizado desta forma na Guerra do Vietnã para desfolhar as florestas locais. Ficou assim conhecido porque a mistura era armazenada em tambores que possuíam uma “faixa amarela”, em sua parte externa. O problema que existia com o “Agente Laranja” naquela época se relacionava a uma impureza presente no processo de produção do 2,4,5-T chamada dioxina (TCDD). O 2,4,5-T não é mais comercializado nos dias de hoje”.
Milhares de crianças com graves deficiências
O país que agora pretende bombardear a Síria para punir o uso de armas químicas, não resolveu o seu passado. Em agosto de 2012 a Secretária de Estado, Hilary Clinton, foi ao Vietnã para inaugurar um programa de descontaminação do Agente Laranja. Mas apenas nos locais onde a Força Aérea dos EUA usava como base. Onde os tambores vazavam o veneno, ou caíam dos caminhões pelos trajetos. O índice de contaminação é 400 vezes maior nesses locais. Porém, nunca o governo dos Estados Unidos reconheceu a responsabilidade da tragédia que atingiu mais de quatro milhões de pessoas. Segundo o governo vietnamita pelo menos 500 mil crianças nascidas posteriormente apresentaram malformações congênitas e suportam uma rotina que é um pesadelo, com mãos e pés defeituosos.
Em 1984 um grupo de veteranos da guerra do Vietnã – entre 15 e 16 mil militares- recebeu US$180 milhões das corporações químicas num acordo extrajudicial. Também os filhos dos veteranos que tiveram contato com o veneno nasceram com malformações. O governo dos EUA lançou o Agente Laranja numa área de 10 milhões de hectares, que era cultivada com milho, arroz e outras culturas. Alem disso, pulverizou cerca de 20 mil quilômetros quadrados de terras altas e florestas de mangue. No livro “Transgênicos : as Sementes do Mal”, os pesquisadores Antônio Inácio Andreoli e Richard Fulls relatam que foram jogadas 366 quilos de dioxina (TCDD) no Vietnã. Em 1976, num acidente com uma fábrica química na Itália em Seveso, que virou um desastre ambiental, foi liberado 1,5kg de dioxina.
Argumento engolido
Três vietnamitas no início dos anos 2000 entraram com uma ação de indenização contra as corporações num tribunal de Nova Iorque. Em 2009, o tribunal negou o pedido, sob o seguinte argumento: não estava estabelecido o vínculo entre a dioxina e as malformações congênitas dos vietnamitas afetados. Outro problema: pela legislação americana as empresas não são responsáveis pelo envenenamento porque agiram por ordem do governo. Em 1999, o deputado federal Dr. Rosinha, do PT do Paraná, encaminhou um projeto na Câmara para proibir o uso do 2,4-D no Brasil. Em 2004, o projeto foi aprovado pelo relator da Comissão de Bem Estar Social e Família. Em função disso o 2,4-D está sendo reavaliado pela ANVISA.
Ele é classificado como um agrotóxico classe 1, extremamente perigoso, mas seu uso é difundido pelo baixo custo e usado como complemento ao glifosato, um herbicida que perdeu efeito. Nos Estados Unidos o próprio Departamento de Agricultura registra mais de 10 milhões de hectares onde plantas como buva, corda de viola,capim amargoso se tornaram resistentes. Isso é um fato também no Brasil, na Argentina. Ou seja, as corporações precisam lançar novas sementes porque o argumento de redução no uso de agrotóxicos nos cultivos transgênicos literalmente foi engolido pela terra.
Brasil vai ser cobaia comercial
Voltando ao Enlist. O Departamento de Agricultura dos EUA pretende elaborar mais dois relatórios de impacto ambiental e saúde para liberar os produtos. No Brasil, o jornal Valor Econômico que fez uma visita paga a Indianópolis, sede da Dow Agrosciences, anunciou que o colegiado da CNTbio, encarregada pela liberação de cultivos transgênicos no Brasil, vai aprovar a liberação em outubro. É interessante o momento histórico, porque a CNTbio, através de seus membros – 27, a maioria biólogos moleculares favoráveis à transgenia – sempre usa como argumento a segurança do plantio por muitos anos – caso dos Estados Unidos, onde completou duas décadas. No caso do Enlist o Brasil vai fazer o papel de cobaia comercial, já que as sementes Enlist estão sendo desenvolvidas em laboratório e em experimentos de campo há mais de uma década, mas nunca foram usadas em plantios comerciais. A Dow Agrosciences pretende pular da quinta para a terceira posição no mercado de sementes – o faturamento sairá de US$6,5 bilhões para US$12 bilhões em 2020. Um detalhe: em 2012 o mercado mundial de sementes arrecadou US$49,2 bilhões, enquanto o de agrotóxicos foi de US$47,4 bilhões. As corporações ganham dos dois lados. Além de duas sementes de soja e uma de milho Enlist, a Dow também entrou com um pedido para liberar um agrotóxico, que será uma nova versão do glifosato misturado ao 2,4-D(ácido diclorofenoxiacético).
Financiamento do BNDES
Ainda tem outra surpresa. No site do BNDES está anunciado desde julho de 2013:
“A Dow Agrosciences Sementes e Biotecnologia Brasil Ltda recebeu um financiamento de R$26,8 milhões para a implantação de um centro de pesquisa e desenvolvimento em Cravinhos (SP), corresponde a 43,6% do valor do projeto… foco em biotecnologia… desenvolverá atividade que poderão acelerar o lançamento de novas tecnologias para a agricultura brasileira, a partir do processo de melhoramento genético no segmento de sementes.”
A própria empresa já anunciou que vai inserir os genes no Brasil. Uma planta transgênica funciona de três maneiras: ou ela produz o veneno, no caso das variedades BT, ou ela tolera os herbicidas, ou então faz as duas coisas. O Enlist não foi aprovado nos Estados Unidos por uma questão óbvia: os americanos vão ter que mexer no passado, voltar a discutir a guerra do Vietnã e as consequências do Agente Laranja. Uma entidade chamada Centro para Segurança Alimentar lançou uma campanha que tem mais de 400 mil adesões contra a aprovação das variedades Enlist. Um dos argumentos é pela rápida propagação do 2,4-D no ambiente. Ele tem vida curta, diz a Força-Tarefa, mas se movimenta rápido. Tem cloro na composição, mas “é muito seguro, um dos princípios mais pesquisados no mundo”.
Não se deixe enganar
O Brasil é o segundo maior mercado de transgênicos do mundo, segundo as empresas que fazem o lobby da transgenia, o país já tem 36 milhões de hectares. Os Estados Unidos, o primeiro lugar, tem 69 milhões. Em terceiro vem a Argentina com quase 24 milhões de hectares. A China não planta transgênico, pelo menos oficialmente. No mês de agosto, o secretário Geral da Associação de Soja de Helong-Jiang, Wang Xiaoyu, lançou um petardo contra os transgênicos. Disse que as pessoas que comem óleo de soja transgênico são mais vulneráveis a desenvolver tumores e esterilidade, citando como referência os índices das províncias de Fujian e Guandong, onde o consumo é alto e os índices de câncer também.
Foi um pandemônio. A máquina trituradora das corporações quase invadiu a China, para desmentir, por falta de provas, metodologia e outras coisas do tipo. Mais polêmico ainda é o artigo da professora de economia da Universidade de Yunnan, Gu Xiulin, onde diz:
“Os alimentos transgênicos são uma faca mágica capaz de aniquilar o gênero humano e de destruir o meio ambiente… não se deixe enganar”.
Você seria um estúpido
A China compra 60% da soja comercializada no mundo. E planta 30 milhões de hectares.No Brasil é obrigatório, desde 2005, quando foi aprovada a lei da Biossegurança, onde está acentuado o “princípio da precaução”, que todo alimento que tiver mais de 1% de transgênico na sua composição precisa estar identificado com um T. Nunca emplacou. A lecitina de soja transgênica produzida no Brasil está presente em biscoitos, achocolatados, no próprio chocolate. Esse é um pesadelo que está evoluindo. Genes transgênicos espalhados pelo ambiente natural. Planta que produz veneno, que depois é transformado em alimento, que depois entra no consumo humano. Sem contar que a maioria da soja é transformada em ração para aves, suínos, bois e usada na forma de farelo. As corporações dizem que é um avanço da ciência, só não deixam pesquisar os resultados contrários. Quando surge uma pesquisa que aponte algum problema, a máquina trituradora acaba com o pesquisador, a entidade, o sujeito perde bolsa, cargo e por aí vai.
No livro “Roleta Genética”, de Jeffrey Smith, um dos maiores especialistas no assunto, tem o depoimento do Secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Dan Glickman, no governo Bill Clinton:
“Em geral o que eu vi no lado pró-biotecnologia foi a crença de que a tecnologia era boa e que era quase imoral dizer o contrário, uma vez que ela resolveria os problemas da raça humana, alimentando os famintos e vestindo os que não tinham roupas. E havia muito dinheiro investido nisso. Se você fosse contra seria considerado um ludita, você seria um estúpido. Esse, francamente, era o lado em que estava o nosso governo. Sem pensar, nós basicamente, considerávamos apenas o lado comercial e eles, seja lá quem fosse “eles”, queriam apenas manter nossos produtos fora do mercado. Você se sentia como um alienígena, desleal, por tentar apresentar uma visão mais abrangente em relação a algumas questões levantadas. Então eu repeti a retórica que todos repetiam”.
E assim o Brasil vai ser o pioneiro no sistema Enlist,que usa o 2,4-D, a porção do bem do Agente Laranja, com financiamento do BNDES. Tudo muito seguro.
Carta Maior, 12/09/2013.
A alternativa agroecológica
Potenciación de la pequena agricultura para la soberania alimentaria y la resiliência frente al cambio climático y la crisis económica foi o tema do IV Congresso Latinoamericano de Agroecologia, promovido pela Socla (Sociedade Científica Latinoamericana de Agroecologia). O evento ocorreu entre os dias 10 e 12 de setembro, em Lima, no Peru. A Universidade Nacional Agrária La Molina recebeu aproximadamente 700 pessoas de 30 países, dentre elas cientistas, professores, estudantes, representantes de movimentos sociais e agricultores/as.
O ex-presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia), José Antônio Costabeber, falecido no último mês de julho, foi homenageado na abertura do evento pela sua trajetória no campo agroecológico.
O atual presidente da ABA, Paulo Petersen, estava entre os cem brasileiros que integraram o Congresso. Representando a ABA, fez uma palestra abordando os principais desafios para a construção da Agroecologia no atual momento histórico em que o agronegócio tem sua hegemonia reforçada pelo apoio incondicional dos Estados latinoamericanos. Em sua palestra destacou que um dos principais desafios é de natureza político-metodológica.
“Pois a Agroecologia não poderá crescer em escala social e geográfica se não estiver ancorada nas experiências concretas protagonizadas pela agricultura camponesa, suas comunidades, suas organizações e em aliança com o mundo científico-acadêmico comprometido com transformações estruturais no mundo rural em nosso continente. Isso implica a necessidade de mudanças substanciais na forma como o Estado desenha seus instrumentos para o desenvolvimento rural e, principalmente, como estabelece parcerias com organizações da sociedade civil para que sejam desencadeadas dinâmicas de inovação valorizadoras dos potenciais endógenos dos territórios rurais”, afirmou.
Como representante da delegação brasileira presente no Congresso, Petersen proferiu outra palestra onde teve a oportunidade de apresentar o processo de construção do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), que deverá ser em breve anunciado pelo Governo brasileiro. Ele destacou ainda a expressiva presença de brasileiros e brasileiras no Congresso. “Uma porcentagem significativa dos trabalhos apresentados veio de terras e cérebros brasileiros”, constatou.
Manoel Baltasar Baptista da Costa, sócio da ABA, também esteve presente ao evento. Para ele “foi gratificante constatar como avança a ciência, a ação, e a produção agroecológica na América Latina, Esse avanço pode ser percebido em diferentes espaços públicos, nas ONGs e nos movimentos sociais. Foi importante também notar como o Brasil marca forte presença e tem contribuído em tal construção”.
O ex-presidente da Socla, o agroecólogo chileno Miguel Altieri, anunciou a nova diretoria da organização aprovada em Assembleia durante o Congresso. Altieri disse que foi uma honra servir à instituição nos últimos seis anos, destacando confiança na nova diretoria, e anunciou a aprovação da petição feita por alguns membros garantindo a modificação do estatuto para que os ex-presidentes sirvam a Socla como presidentes honoríficos.
O V Congresso da Socla, que ocorrerá em 2015, será realizado em La Plata (Argentina). Os Congressos ocorrem a cada dois anos desde 2007, quando houve a primeira edição na Colômbia.
Veja abaixo a composição dos integrantes da nova diretoria aprovada na Assembleia do Congresso:
Clara I. Nicholls, Presidenta (Colômbia)
Fernando Funes, Vice-Presidente (Cuba)
Marta Astier, Secretária (México)
Carlos Pino, Tesoureiro (Chile)
Vogais
Santiago Peredo (Chile)
Maria Yumbla (Equador)
Jaime Morales (México)
Richar Intriago (Equador)
Jucinei Comin (Brasil)
Francisco Salmerón (Nicarágua)
Laura de Lucca (Argentina)
Mónica Machado (Colômbia)
Veja a Declaração Política do Congresso.
(*) Matéria publicada na Associação Brasileira de Agroecologia (ABA).
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Campanha Brasil Ecológico, Livre de Transgênicos e Agrotóxicos
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