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POR UM BRASIL ECOLÓGICO,
LIVRE DE TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS
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Número 566 – 02 de dezembro de 2011
Justiça suspende bloqueio a milho da Monsanto na França; governo não recua
Car@s Amig@s,
Na segunda-feira que passou, a suprema corte francesa derrubou decisão que bania o plantio do milho transgênico MON 810 no país sob alegação de que o ato não estava suficientemente justificado. A Monsanto, proprietária da semente, comemorou. A medida segue regramento de setembro da Corte Europeia de Justiça (ECJ), que sustenta que a França baseou sua moratória ao milho da Monsanto em legislação errada do Bloco.
Seis outros países da região mantêm cláusulas de salvaguarda similares contra o milho transgênico: Alemanha, Áustria, Bulgária, Grécia, Hungria e Luxemburgo. No ano passado a Comissão Europeia tentou várias vezes sem sucesso forçar os países da região a abandonarem seus vetos, mas acabou deixando a decisão final com os próprios países.
Porém, segundo interpretou o tribunal, suspensões ou medidas de banimento devem ser tomadas no âmbito da União Europeia, a menos que o país possa demonstrar sérios danos potenciais ao meio ambiente ou à saúde humana ou animal.
O presidente Nicolas Sarkozy disse que o governo está preparando uma nova “cláusula de segurança” para proibir o plantio do MON810. “O governo francês mantém e manterá sua oposição ao cultivo do milho MON 810 da Monsanto em nosso solo”, afirmou. Para o Greenpeace, o governo deve adotar urgentemente essas medidas, antes da próxima época de plantio. A compra das sementes é feita a partir de fevereiro para plantio em abril.
Mesmo que a maioria dos produtores seja a favor das sementes transgênicas, que eles acreditam que irão proteger as lavouras de pragas e aumentar a produção, a incerteza política pode dissuadi-los de plantá-las.
A França é o maior produtor de grãos da União Europeia e o país com a população mais crítica à comida transgênica.
Os defensores dos transgênicos alegam que, se por um lado os franceses rejeitam os transgênicos, por outro eles já os consomem indiretamente por meio de animais alimentados com soja e milho transgênicos, que os países europeus importam em grande quantidade.
Com informações de:
French court annuls ban on growing Monsanto GMO maize, 28/11/2011
France maintains opposition to Monsanto GM crops, 29/11/2011
French GMO crops unlikely in 2012 despite end of ban, 29/11/2011
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Neste número:
1. Código Florestal: “Dilmão concordou com tudo”
2. EFSA impõe restrições para milho TC 1507
3. Vendas de agrotóxicos e fertilizantes devem ser recordes
4. Terra degradada, problema global
A alternativa agroecológica
Bactérias aceleram decomposição e beneficiam a lavoura
Evento
O Comitê do Estado de São Paulo da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida convida para o lançamento do filme “O Veneno Está na Mesa”, que contará com a presença de seu diretor Sílvio Tendler e convidados.
Dia 02/12
Horário: 18:30h
Local: SENAC Aclimação
Entrada gratuita
Informações: http://www.sp.senac.br
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1. Código Florestal: “Dilmão concordou com tudo”
“Conseguimos tudo o que a gente queria. Dilmão concordou com tudo”, disse a senadora Katia Abreu, referindo-se ao Código Florestal, a colegas ruralistas da Câmara sem saber que a comemoração era ouvida por outros. O “Flagrante no cafezinho do Senado” foi relatado n’O Globo de hoje, na coluna Panorama Político.
A senadora presidente da CNA, empolgada, ainda completou dizendo que “Um dos nossos tem que ser o relator lá [na Câmara]“. “A relatoria agora é nosso direito”, declarou.
Considerando que já passaram a mão no projeto figuras como Aldo Rebelo e Luís Henrique, a tarefa dos ruralistas pelo jeito não será difícil e Katia Abreu já pode cantar vitória antecipadamente.
A presidenta Dilma já assumiu publicamente o compromisso de vetar os piores pontos do novo Código.
Fonte: http://pratoslimpos.org.br/?p=3523
2. EFSA impõe restrições para milho TC 1507
A autoridade europeia em segurança alimentar reviu sua avaliação de risco referente ao milho Bt 1507 (Pioneer), letal para alguns tipos de lagartas. Diante de novas evidências científicas, o órgão estabeleceu medidas de restrição para seu cultivo e monitoramento.
O Painel sobre OGMs concluiu que a variedade não deve levantar preocupações acerca de sua segurança ambiental desde que medidas apropriadas de manejo sejam implementadas durante seu cultivo. Foram recomendadas medidas para enfrentar o desenvolvimento de resistência ao inseticida Cry1F presente no milho 1507 pelos insetos praga e para reduzir a exposição de insetos altamente sensíveis como borboletas e mariposas ao pólen da planta.
Além disso, o Painel reconheceu a necessidade de atualizar sua posição anterior, emitida em 2005, e também concluiu que o desenvolvimento de resistência nos insetos praga pode gerar danos adversos ao meio ambiente, que seriam traduzidos na necessidade de novas medidas de manejo para controlar os insetos resistentes.
A publicação do EFSA está disponível em: http://www.efsa.europa.eu/en/efsajournal/pub/2429.htm
Com informações do GENET.
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p.s.: É importante que um órgão regulador reconheça que deve rever suas decisões de tempos em tempos ou sempre que apareçam fatos novos. Por outro lado, como evitar que borboletas ou mariposas se aproximem das lavouras transgênicas ou entrem em contato com o pólen produzido por suas plantas? Parece que o único jeito seria proibir o plantio dessa variedade.
Essa mesma variedade TC 1507 está liberada no Brasil e para o seu cultivo não existe nenhum tipo de restrição ou recomendação . Para completar, a mesma CTNBio que a liberou acaba de descartar a necessidade de realização de monitoramento pós-comercialização, que foi uma das recomendações da EFSA.
3. Vendas de agrotóxicos e fertilizantes devem ser recordes
As vendas de fertilizantes [adubos] e defensivos agrícolas [agrotóxicos] devem bater recordes históricos neste ano. As projeções otimistas foram apresentadas ontem por representantes do setor na reunião da câmara temática de insumos agrícolas, do Ministério da Agricultura. Os dados da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda) mostram que as entregas ao consumidor final de janeiro a outubro deste ano somaram 23,896 milhões de toneladas, volume 19,1% superior ao observado em igual período do ano passado. As entregas neste ano devem atingir volume recorde, superando as 24,516 milhões de toneladas do ano passado e as 24,608 milhões registradas em 2007.
As indústrias de defensivos agrícolas [agrotóxicos] também preveem faturamento recorde neste ano, na casa dos R$ 15 bilhões. Os dados preliminares até outubro mostram que o setor obteve uma receita de R$ 10,199 bilhões, valor 10% acima do observado em igual período do ano passado.
O destaque é o aumento de 21% nas vendas de inseticidas, que atingiram R$ 3,512 bilhões, desbancando o segmento de herbicidas, tradicional carro-chefe do setor. As vendas de herbicidas cresceram 8% e atingiram R$ 3,455 bilhões no acumulado dos dez primeiros meses deste ano.
As vendas de fungicidas cresceram 3% e somaram R$ 2,750 bilhões. Eduardo Daher, diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), observa que em função da continuidade das chuvas, que aumenta o risco de incidência da ferrugem, as vendas de fungicidas devem aumentar.
Os dados relativos a outubro deste ano mostram que houve aumento de 20% nas vendas em relação ao ano passado. As vendas totais de defensivos em outubro somaram R$ 1,919 bilhão, valor 15% acima do mesmo mês do ano passado,
O economista Luiz Antônio Pinazza, presidente da câmara, diz que os números sobre as vendas de insumos refletem o bom momento da agricultura, mas alerta para o fato de o Brasil não ter uma política de seguro anticíclica neste momento de incerteza em relação ao clima. Ele diz que o risco existe, pois desde 2004 a safra brasileira não sofre com uma adversidade climática séria.
Fonte: Agencia Estado, 29/11/2011.
4. Terra degradada, problema global
Um quarto das terras agrícolas do mundo está “altamente degradado” devido à agricultura intensiva, segundo relatório da FAO, o braço para Agricultura e Alimentos das Nações Unidas. Isso significa pior qualidade do solo, menos recursos hídricos e mais erosão. O aumento da degradação, aliado à baixa disponibilidade de terras, impõe um “profundo desafio” para um mundo com necessidades cada vez maiores de alimentação, advertiu a entidade, com sede em Roma.
A produção agrícola triplicou entre 1960 e 2006. Mas a desaceleração na produtividade no campo está agora entre os principais “sinais de advertência” para a segurança alimentar. “Em muitos países, as conquistas na agricultura têm sido associadas a práticas de gestão que prejudicaram a terra e o sistema de água tão precioso às lavouras”, disse a FAO.
Os países desenvolvidos usam em média 0,37 hectare para áreas agrícolas per capita, comparado aos 0,23 hectare em nações em desenvolvimento e ao 0,17 hectare em países pobres.
Fonte: Valor Econômico, 29/11/2011.
A alternativa agroecológica
Bactérias aceleram decomposição e beneficiam a lavoura
Agricultores de Medianeira, no oeste do Paraná, estão produzindo seu próprio fertilizante para as lavouras a partir de compostagem orgânica enriquecida com microrganismos eficientes. Todo o processo é feito no local, inclusive a coleta do inóculo no solo de florestas da região e sua multiplicação.
Confira o vídeo: http://www.rodaslivres.com.br/2011/11/07/bacterias-aceleram-a-decomposicao-e-beneficiam-a-lavoura/
Fonte: Projeto Rodas Livres, 07/11/2011.
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Campanha Brasil Ecológico, Livre de Transgênicos e Agrotóxicos
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